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Marcel Keizer

Leão Zargo, em 05.11.18

 

Marcel Keizer.jpg

 

Marcel Keizer, de 49 anos, é o novo treinador leonino. Desvinculou-se do Al-Jazira e terá assinado um contrato até 2020, mais dois anos de opção, com um salário anual de um milhão de euros, o limite salarial determinado pela direcção presidida por Frederico Varandas. Provavelmente será anunciado depois do jogo com o Arsenal. A sua contratação não se pode dissociar da vinda de João Pedro Araújo, actual responsável clínico do Al-Jazira e o director do departamento médico do Sporting a partir de Janeiro de 2019. Tiago Fernandes será um dos adjuntos.

 

O futuro do Sporting passa, portanto, por Marcel Keizer e por João Pedro Araújo. O técnico holandês terá a missão de reorganizar e coordenar todo o futebol do Clube, da formação ao profissional. Se possui ainda um escasso currículo como treinador, é reconhecido como profundo conhecedor da área da formação e competente na transição dos jogadores para os seniores. Será muito mais do que um mero treinador. O médico vai dirigir a Unidade de Performance considerada um instrumento fundamental do projecto de Varandas para a reabilitação do futebol leonino.

 

O perfil de Marcel Keizer levou-o ao comando da equipa B do Ajax (Jong Ajax) onde contribuiu para o aparecimento de nomes como André Onana, Matthijs de Ligt, Justin Kluivert, Frenkie de Jong e Donny van de Beek, entre outros. Em 2017 passou a orientar o plantel principal do clube de Amesterdão, porque segundo Edwin van der Saar, o director executivo, “conhece os jogadores, a organização e apoia a 100% a nossa filosofia. Além disso, demonstrou na última época [pela equipa B] um estilo de jogo claro e uma excelente performance”. Mas, o afastamento precoce das competições europeias (Nice para a Liga dos Campeões e Rosenborg para a Liga Europa) e a eliminação na Taça da Holanda frente ao Twente ditaram o seu despedimento em Dezembro, poucos meses depois de ter começado. Como sempre, os resultados ditam o tempo de permanência no cargo.

 

Quem conhece o técnico holandês refere que o seu ponto de referência é a escola de formação do Ajax e o seu modelo de jogo. Tal como Peter Bosz, a quem sucedeu em Amesterdão, é um discípulo de Johan Cruijff e as equipas que orienta têm por base o sistema táctico 4-3-3, ocasionalmente com três defesas. Gosta que os seus jogadores façam uma pressão alta e que dominem quando têm a posse de bola. Um futebol ofensivo que procura o domínio do jogo com bola, com muita mobilidade e dinâmica do meio campo para a frente, em que a organização defensiva parece ser o ponto mais problemático. As equipas dele marcam muitos golos, mas também sofrem bastantes. No entanto, Marcel Keizer define-se como um treinador que não se prende a uma determinada táctica: “prefiro antes colocar em prática aquilo que é melhor para a minha equipa”.

 

Desejamos as maiores felicidades a Marcel Keizer e à sua equipa técnica. O seu sucesso será o sucesso do Sporting.

 

publicado às 16:23

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3 comentários

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De Rui Gomes a 05.11.2018 às 19:24

Já agora, aproveito para reiterar que Marcel Keizer não me impressiona. Digo isto apenas pela informação disponível, porque nunca sequer ouvi falar no nome dele até agora, mesmo como jogador.

Já o mesmo não posso dizer de Phillip Cocu, que foi um jogador fabuloso e que tem um currículo algo impressionante como treinador. Além do mais, seria um nome de peso para o Sporting.

No todo deste processo - daquilo que veio a público - acho curioso, para ser simpático, como se foi "descobrir" este técnico ao Al-Jazira. Há a óbvia ligação ao médico, claro, mas o que é que terá impressionado Varandas ao ponto de o contratar, especialmente considerando as actuais delicadas circunstâncias do Sporting.

Com tudo isto, acabo sempre estes textos a dizer o mesmo: o problema fundamental do Sporting não é o treinador e, por isso, qualquer treinador serve... ou não.
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De Vieirinha a 05.11.2018 às 20:45

Correção importante, qualquer treinador "competente".

De facto os fatores adversos que contribuem para o insucesso da equipa de futebol são consideráveis, falta de competência e visão das sucessivas direcções, a auto flagelação constante, a falta do hábito de vencer... O treinador é apenas uma parcela, importante sim, mas longe de ser o ônus do insucesso. Mas pode ajudar a aguentar o Conselho Directivo ou em caso contrário a destroná-lo. Sabemos com são voláteis as opiniões das massas no futebol.
Este treinador (se se verificar, ainda não assinou que se saiba) é um grande risco para Varandas, sobretudo dadas as condicionantes atuais do clube. Teria sido mais seguro manter Peseiro, não foi escolha sua e poderia sempre se refugiar nesse facto para se justificar. Para os que o acusam de passividade terão de admitir que foi uma opção corajosa (se correr bem, se correr mal dirão que foi precipitada e irrefletida).
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De Leão Zargo a 05.11.2018 às 23:19

Vieirinha

De facto, Frederico Varandas revelou capacidade de decisão e avançou no sentido da concretização das suas ideias e do seu projecto. Surpreendeu muitos sportinguistas.
Agora, essa capacidade decisória tem de assentar em soluções adequadas à realidade. Espero que sim... até porque, como o Vieirinha aponta, agora é o presidente que se sujeita a um outro nível de avaliação.

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