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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Marcel Keizer, de 49 anos, é o novo treinador leonino. Desvinculou-se do Al-Jazira e terá assinado um contrato até 2020, mais dois anos de opção, com um salário anual de um milhão de euros, o limite salarial determinado pela direcção presidida por Frederico Varandas. Provavelmente será anunciado depois do jogo com o Arsenal. A sua contratação não se pode dissociar da vinda de João Pedro Araújo, actual responsável clínico do Al-Jazira e o director do departamento médico do Sporting a partir de Janeiro de 2019. Tiago Fernandes será um dos adjuntos.
O futuro do Sporting passa, portanto, por Marcel Keizer e por João Pedro Araújo. O técnico holandês terá a missão de reorganizar e coordenar todo o futebol do Clube, da formação ao profissional. Se possui ainda um escasso currículo como treinador, é reconhecido como profundo conhecedor da área da formação e competente na transição dos jogadores para os seniores. Será muito mais do que um mero treinador. O médico vai dirigir a Unidade de Performance considerada um instrumento fundamental do projecto de Varandas para a reabilitação do futebol leonino.
O perfil de Marcel Keizer levou-o ao comando da equipa B do Ajax (Jong Ajax) onde contribuiu para o aparecimento de nomes como André Onana, Matthijs de Ligt, Justin Kluivert, Frenkie de Jong e Donny van de Beek, entre outros. Em 2017 passou a orientar o plantel principal do clube de Amesterdão, porque segundo Edwin van der Saar, o director executivo, “conhece os jogadores, a organização e apoia a 100% a nossa filosofia. Além disso, demonstrou na última época [pela equipa B] um estilo de jogo claro e uma excelente performance”. Mas, o afastamento precoce das competições europeias (Nice para a Liga dos Campeões e Rosenborg para a Liga Europa) e a eliminação na Taça da Holanda frente ao Twente ditaram o seu despedimento em Dezembro, poucos meses depois de ter começado. Como sempre, os resultados ditam o tempo de permanência no cargo.
Quem conhece o técnico holandês refere que o seu ponto de referência é a escola de formação do Ajax e o seu modelo de jogo. Tal como Peter Bosz, a quem sucedeu em Amesterdão, é um discípulo de Johan Cruijff e as equipas que orienta têm por base o sistema táctico 4-3-3, ocasionalmente com três defesas. Gosta que os seus jogadores façam uma pressão alta e que dominem quando têm a posse de bola. Um futebol ofensivo que procura o domínio do jogo com bola, com muita mobilidade e dinâmica do meio campo para a frente, em que a organização defensiva parece ser o ponto mais problemático. As equipas dele marcam muitos golos, mas também sofrem bastantes. No entanto, Marcel Keizer define-se como um treinador que não se prende a uma determinada táctica: “prefiro antes colocar em prática aquilo que é melhor para a minha equipa”.
Desejamos as maiores felicidades a Marcel Keizer e à sua equipa técnica. O seu sucesso será o sucesso do Sporting.
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