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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
O Sporting CP anunciou esta sexta-feira que chegou a acordo com Mariana Cabral para a revogação do contrato que ligava a treinadora ao Clube.
João Mateus, treinador-adjunto, irá assumir o comando da equipa no jogo deste fim-de-semana diante do SCU Torreense. A constituição da nova equipa técnica será apresentada oportunamente.
Lamento muito a saída da Mariana Cabral, sempre simpatizei com ela e desejava-lhe todo o sucesso.
O recém-afastamento da Liga dos Campeões, frente ao Real Madrid, seguido pela derrota na recepção às águias em Alvalade, terão sido factores decisivos no que diz respeito ao timing da decisão, embora hajam indicações que foi a própria a pedir a demissão até antes do embate com as encarnadas.
Reconheço que tem tomado algumas decisões muito discutíveis, inclusive do 'onze' inicial para alguns jogos. No jogo contra o Benfica, que o Sporting CP até derrotou no embate da Supertaça, foi muito difícil compreender ela ter substituído Telma Encarnação, a jogadora com mais golo no plantel, a perder por dois. Entretanto, já tinha deixado no banco a ponta de lança norte-americana Brittany Raphino, a consagrada Diana Silva e a criativa Brenda Peréz.
Desde da lesão da central Andrea Norheim, Mariana optou por recuar Fátima Pinto, muito boa jogadora, mas o eixo defensivo não é a sua praia, e isso notou-se nestes últimos jogos.
Enfim, da bancada é sempre fácil criticar treinadores, muito especialmente em função do resultado. Não publiquei um post sobre o último jogo com as águias, precisamente para não criticar Mariana Cabral.
A treinadora de 37 anos estava à frente da equipa principal do Sporting desde 2021/22, altura em que substituiu Susana Cova, tendo conquistado a Taça de Portugal e a Supertaça logo na temporada de estreia. De lá para cá, ficou sempre no segundo lugar da Liga BPI, atrás do Benfica, e só voltou a levantar um troféu já no início da actual época, quando derrotou as encarnadas na Supertaça no Estádio do Restelo.
Para ser justo, merecia ter sido campeã na época passada, salvo pela decisão da arbitragem em providenciar um penálti ao Benfica nos descontos do último jogo do campeonato. É verdade, no entanto, que depois de ter vencido os seus jogos com as rivais, perdeu pontos com clubes teoricamente inferiores.
Recorde-se que Mariana Cabral Chegou ao Sporting em 2016, para assumir o comando das juniores e da equipa B, assim como a coordenação técnica de toda a formação feminina. No verão de 2021, depois de conquistar a Segunda Liga com a equipa B das leoas, assumiu a equipa principal, sendo que actualmente tinha contrato até 2025. Deixa o Clube com 151 jogos, distribuídos por 112 vitórias, 13 empates e 26 derrotas.
Desejamos-lhe muita sorte na vida e na sua carreira.
NOTA
Existem reportagens noticiosas a confirmar que foi a própria Mariana Cabral que decidiu pedir a demissão mesmo antes do recém-jogo com o Benfica, devido a questões internas que não agradaram à técnica. As condições da viagem para Madrid terão sido um factor, e outro tem a ver com a média Joana Martins demorar duas semanas a ser operada após fracturar a clavícula. Instada a comentar a questão na altura, Mariana Cabral respondeu: "Não sou médica. Isso é uma pergunta para o departamento médico".
É evidente, que nós, à distância, não conhecemos a totalidade dos factos.
Despedida de Mariana Cabral através do Instagram...
"Desde as noites frias do Estádio Universitário às tardes e manhãs quentes de Alcochete, foram 8 anos a representar o futebol feminino do Sporting Clube de Portugal, com profissionalismo e dedicação. Hoje, entendemos que as nossas convicções já não são as mesmas e precisamente, por isso, os nossos caminhos separam-se. Mais do que os troféus conquistados, nas juniores, na equipa B e na equipa principal, ficará sempre comigo a experiência de ter trabalhado com tantas mulheres e homens de grande competência, assim como o enorme orgulho de ter ajudado tantas raparigas a crescer, não só para se tornarem jogadoras profissionais, mas também mulheres livres e confiantes. A todas as jogadoras, treinadores e restante staff, desejo-lhes as maiores felicidades".
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