Saltar para: Post [1], Comentar [2], Pesquisa e Arquivos [3]
Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Sem nomear qualquer situação ou pessoa em concreto, Jaime Marta Soares foi à Sporting TV mandar para o ar ameaças veladas ao que ele considera vozes maledicentes que alvejam os actuais órgãos sociais do Clube:
«Longe de mim pensar que haverá uma caça às bruxas, mas há difamações que não podem passar impunes e houve coisas que foram ditas extremamente graves e ofensivas, de forma sub-reptícia, a querer deixar suspeição. Estes casos de suspeição, comigo, não poderão ficar sem ser esclarecidos. O presidente da mesa da assembleia geral tem de saber tudo o que seja importante para clarificar e defender a dignidade e a honorabilidade do nosso clube.
Sou pela conciliação, pelo entendimento, estarei sempre qual bombeiro voluntário à procura de apagar os fogos que possam surgir. É a minha forma de estar na vida e assim estarei no Sporting. Mas também gostaria de dizer às vozes da maledicência, da difamação, da ofensa que arrepiem caminho, que isso não é o que desejamos para o Sporting e a prova foi dada pelos sócios. Deixem os órgãos sociais trabalhar em paz, porque se o fizerem os resultados vão aparecer.
O recorde de votantes foi uma lição de comportamento cívico. As eleições de sábado definiram claramente quem é que os sócios queriam para governar o Sporting por mais quatro anos mas, acima de tudo, quem não queriam. Imaginem, se estivéssemos em primeiro lugar no futebol, não havia opositores a Bruno de Carvalho. Foi rejeitado o aventureirismo».
Bem... há quem diga que a mera presença do senhor comendador à frente da Mesa da Assembleia Geral do Sporting é a maior "maldicência" de todas, mas isso é conversa para outro dia. Não será surpresa alguma vir a saber que o principal destinatário da sua oratória é Victor Espadinha, tendo em consideração as suas recentes insinuações acusatórias e outras afirmações avulsas ("Hitler e Salazar também ganharam eleições").
Isto não obstante, parece-me que o senhor comendador está a exceder a sua autoridade ao vir a público com ameaças generalizadas que podem ser interpretadas como uma tentativa de silenciar quaisquer vozes críticas do presidente do Conselho Directivo. Se entende que há justa causa para tomar medidas contra qualquer sócio, deve agir de acordo com os Estatutos do Clube, que decerto não exigem anunciações televisivas de mau gosto.
Curioso o seu alerta para se deixar os órgãos sociais "trabalhar em paz", como se nos primeiros quatro anos de Bruno de Carvalho na cadeira da presidência tivesse surgido qualquer tipo de acção desmedida a incomodar o seu trabalho. Já a sua referência a "aventureirismo" é melhor ignorada para evitar males maiores.
Em resumo, Jaime Marta Soares perdeu uma boa oportunidade para estar calado. Se o seu real intuito é silenciar vozes críticas, está muito enganado.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.