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Mas que "bomba"!!!

Rui Gomes, em 20.04.21

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Jesper Moller, presidente da federação dinamarquesa de futebol e membro do Comité Executivo da UEFA, defendeu esta segunda-feira que Real Madrid, Manchester City e Chelsea devem ser eliminados da presente edição da Liga dos Campeões, bem como Manchester United e Arsenal da Liga Europa, por serem 5 dos 12 clubes com participação garantida na Superliga europeia.

"Haverá um comité executivo extraordinário na sexta-feira. Penso que os 12 clubes serão expulsos da Liga dos Campeões e da Liga Europa. Espero que a UEFA impeça o Real Madrid, o Manchester City e o Chelsea de disputarem as meias-finais da Champions esta época. Os clubes [fundadores da Superliga] vão deixar as competições da UEFA. Penso que isso acontecerá sexta-feira".

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Jesper Moller disse ainda que a UEFA está também a equacionar permitir que os jogadores dos doze clubes envolvidos na Superliga europeia decidam de livre vontade se pretendem continuar com os actuais contratos ou avançar para rescisões. "Os acordos em vigor tornam-se nulos quando os clubes deixam as estruturas actuais. Os jogadores são então livres para decidir se fazem parte de uma comunidade, desde que mostrem solidariedade com os restantes intervenientes".

Mas que grande "bomba", se este cenário se concretizar. Poderá significar que o FC Porto regressará à Champions, para substituir o Chelsea, clube que o eliminou, assim como o Dortmund relativamente ao Real Madrid.

O PSG não é afectado, mas quem entra para o lugar do Real Madrid é deveras intrigrante, uma vez que eliminou o Liverpool e ambos são fundadores da Superliga Europeia.

Este assunto ainda vai dar pano para multifacetadas mangas e, muito provavelmente, no âmbito jurídico. No que diz respeito aos jogados sob contrato com fundadores da nova Liga, o tema até já foi aqui debatido no Camarote Leonino entre leitores. É uma hipótese bem real, parece-me.

NOTA: A acreditar nas reportagens desta terça-feira, há lóbi em curso para o SL Benfica integrar o lote de clubes na Superliga Europeia. Na realidade, com Luís Filipe Vieira ao leme, esta postura encarnada não surpreende.

publicado às 05:04

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30 comentários

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De João Gil a 20.04.2021 às 14:03

Do anúncio da intenção de organizar um liga fora da alçada da UEFA e da FIFA à concretização vai um mundo de distância. Só pelo anúncio dificilmente haverá cobertura legal para excluir os clubes promotores da ideia das competições da UEFA e, por arrastamento, os jogadores dessas equipas que ainda por cima têm zero responsabilidade e menos ainda culpa da decisão dos seus empregadores. Daria um imbróglio jurídico digno de ver desenrolar. Isto é uma questão comercial e de dinheiro. Será que uma liga como a que foi congeminada pelos clubes promotores desta ideia de superliga europeia teria sucesso popular? Quanto custa para o espectador, quem é que vai querer pagar para ver um “campeonato” que está decidido à partida e que não consagra um campeão pelo mérito do seu desempenho, mas por direito consuetudinário, ainda por cima auto outorgado? O que vai acabar por acontecer é que a UEFA vai dar a parte de leão do bolo aos clubes em vez de ficar com ela para se promover e enriquecer e usar isso como argumento para a promoção do negócio e do futebol no mundo.
Por outro lado, não seria desinteressante deixar a ideia dos dissidentes ir avante e simplesmente retirá-los das competições organizadas pela UEFA e FIFA. Quando não se quer fazer parte do futebol federado e associativo, sai-se. Não deverá sequer ser estatutariamente possível estarem dentro e fora (contra) simultaneamente. O futebol dos adeptos e dos jogadores e a sobrevivência dos clubes que disputam os campeonatos nacionais talvez ganhassem alguma coisa deixando os 12/15 fundadores da superliga ir à sua vida. SL
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De Leão Campeão a 20.04.2021 às 15:24

Duvido...!
Estamos a falar da maioria dos clubes mais representativos do futebol mundial.
Mesmo os que agora se excluem, mais cedo ou mais tarde adeririam, face aos interesses envolvidos.

A FIFA ou, ainda mais, a UEFA podem recusar e protestar contra as vontades reformadores dos clubes mais representativos mas perderão a mão neste processo no dia em que se virem defraudadas da verdadeira origem dos dinheiros - os patrocinadores.

Como antes disse, uma coisa é certa: o modelo actual de competições não serve mais aos interesses desportivos e comerciais.
Não faz sentido perpetuar competições não alberguem, de forma distinta, clubes com objectivos similares.
O actual modelo tem outro aspecto altamente pernicioso, a nível das competições internas, tal modelo tende a promover a perpétua homogeneidade de certos clubes. Exemplos vários nas ligas principais como inferiores: Juventus, PSG, Bayern mas também outros como Zenit, Shaktar, Red Bull Salzburg, Basel entre outros...
Em Portugal, Benfica e Porto dividem-na, afastando irremediavelmente todos os outros, donde por essa via o Sporting sai largamente prejudicado.
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De João Gil a 20.04.2021 às 15:57

Se reparar bem e for verificar os números dos patrocínios nas contas dos clubes vera que nas ligas nacionais e na nossa em concreto está há muito tempo já a replicar-se a lógica que os 12 querem concretizar na superliga europeia, levado a outro expoente bem entendido. Não foi por acaso que o SLB quis há anos atrás negociar os seus direitos televisivos numa lógica de exclusividade e sair fora da negociação concertada através da liga, porque acreditou e acredita que o Benfica é a competição e a competição é o Benfica. A conversa da hegemonia e de que o Benfica e maior do que Portugal assenta nesse credo. Sporting e Porto bem queriam ir atrás mas estavam amarrados por vários anos ainda à SportTV. É ver os contratos de patrocínios da NOS com os grandes e ver quanto sobrou de dinheiro para financiar para os restantes da 1 liga e toda a segunda liga. O universo de recrutamento dos 12 clubes da superliga é reduzido se estiver fora das ligas nacionais e das competições da UEFA. Simplesmente porque a competição se faz em circuito fechado, mais nada. Não é verdadeiramente competitiva uma liga reduzida e fechada em que não há disputa, apenas distribuição de prémios pelos mesmos, que nunca podem perder o direito de participação, aconteça o que acontecer. Uma mini liga assim acabará por colapsar, no dia em que os patrocínios reduzirem de montante porque a competição não tem interesse desportivo nem capacidade de crescer. Claro que pode pensar-se que o futebol deixou de ser um jogo para is estádios e para o povo, mas apenas para o espectador da TV, um desporto pay per view. Não é impossível que se torne nessa realidade, exclusivamente e a prazo. A única via de sobrevivência seria o alargamento dessa liga a um universo muito maior de clubes. Ora, a superliga não tem condição de se substituir definitivamente às competições da UEFA, muito maior e muito mais poderosa do ponto de vista político, organizativo e financeiro do que os clubes que a compõem e do que os clubes que queiram criar a superliga. E pela razão mais básica de todas, é que o futebol internacional é uma construção de vontade associativa e federativa dos clubes e dos países e tem raízes na competição pura dentro do campo. A superliga nasce como um mini liga de uma punhado de clubes que se julgam “a competição”. É um erro. Esses clubes não fazem a competição. Isto é uma questão de mercado, puramente. O meu país é um mercado muito maior do que a minha rua. A Europa, por muito que os ingleses achem que não, é um mercado muito maior e mais potente do que o do reino unido sozinho. Querem um mercado com dinheiro e negócio gerido a sério? Deslocalizem-se ou adquiram/criem um clube nos EUA e inscrevam-se na MLS. SL
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De Leão Campeão a 20.04.2021 às 16:32

Se esteve atento aquilo que escrevi, verá que não seria nada disso que eu ali defendi.
Não faz sentido algum uma Liga fechada auto promovida por uma elite de clubes.
Simplesmente, esta iniciativa vai no sentido de alertar certas consciências para a necessidade efectiva de mudanças profundas no modelo competitivo.

Resumidamente, ligas divididas por escalões que alberguem equipas que se assemelhem competitivamente.
Sendo a UEFA o órgão regulador, utilização de rankings determinados pelos resultados históricos que classificam e dividem os grupos competitivos.
A partir daí existirão subidas e descidas consoante a performance dos clubes na competição em que se inserem.
Tal competição seria continental e haveria ainda lugar a competições internas nacionais, onde os clubes que constituíssem determinados níveis na Liga Europeia participariam condicionados por equipas B.
Tal nunca impediria a possibilidade de todos os outros poderem sempre ascender à Liga Europeia, iniciando o seu percurso por uma divisão inferior, mediante os resultados obtidos internamente.
Proteção dos clubes formadores que deveriam poder manter os jogadores formados por mais tempo, podendo estes serem transferidos para os clubes de maior dimensão por via de “drafts” num modelo que promove-se a competição e ainda protegesse o esforço e o investimento feito pelos clubes mais fracos nesses jogadores promissores.

Um modelo idêntico aplicável às competições entre selecções.

Olhemos agora para as actuais competições e fale o primeiro aqui que se sente satisfeito com o modelo actual e a forma como as competições são conduzidas, onde cada vez mais se assiste a uma proteção perpétua aos clubes mais fortes e que, por inerência, se tornam cada vez mais ricos e distantes dos outros...!
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De João Gil a 20.04.2021 às 16:56

Caro Leão Campeão, estou muito de acordo consigo. O ponto era o da possibilidade da ideia da superliga ir avante. Na minha opinião, não tem futuro. Isto apenas precipitará a mudança do quadro das competições locais e internacionais, numa base que se espera mais justa de distribuição das receitas e da possibilidades de competição para os clubes, que têm de poder financiar-se e às múltiplas actividades que levam a cabo, nomeadamente a formar jogadores, como bem refere. A exponenciação dos custos levará a prazo, inevitavelmente, ao colapso dos clubes e das competições. Mesmo dos que se julgam imunes a crises financeiras, pelo sua dimensão global ou transnacional. O Lehman Bros. era um colosso de banco e caiu. O Barcelona só pode mesmo estar aflito. Tem de pagar um contrato de 500M€ ao Messi...Porque a capacidade de crescimento das receitas não é ilimitada. Já a dos custos, como sabemos, é. Por isso é que volta e meia se cai na bancarrota e vêm os credores a seguir obrigar-nos a apertar o cinto para pagar a dívida. Ou então fechamos a porta, que é o que está a acontecer a tanto clube pequeno, histórico e não. Por cá já temos vários exemplos de clubes que já tiveram dimensão e palmarés e estão na insolvência. Infelizmente. A ver se esta malta acorda e muda para melhor. Abraço e SL
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De Mike Portugal a 20.04.2021 às 16:57

Leão Campeão,

O problema com esse modelo é que os clubes mais pequenos não teriam possibilidade de pagar tantas deslocações, ou seja, nas tais divisões inferiores dessa competição, com clubes mais pobres, teriam imensa dificuldade em ter condições para se deslocar a vários países diferentes para competir.
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De Leão Campeão a 20.04.2021 às 19:20

Mike
É óbvio que aquilo que ali fiz é um mero esboço com inúmeras necessidades de aperfeiçoamento.
Em Portugal, o campeonato de Portugal (3º escalão) é disputado regionalmente até se apurar uma fase final nacional. O mesmo teria que ser feito para os escalões inferiores da Liga Europeia, por exemplo, para ano obrigar a deslocações enormes e desnecessárias.
Mas isso são pormenores que teriam sempre que ser trabalhados.
O que interessa fundamentalmente é a filosofia em que assente o modelo de competição.
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De Mike Portugal a 20.04.2021 às 19:34

Sim, a minha questão é que o modelo em si nunca seria viável para os clubes pequenos, porque simplesmente eles não teriam como sobreviver.

Vamos ver uma coisa, em Portugal há vários clubes que só sobrevivem porque estão na 1ª Liga e recebem algum dinheiro por lá estarem e as receitas de bilheteira dos jogos com os grandes.

Ao fazer a tal superliga com várias divisões, os clubes pequenos de Portugal estariam a lutar contra outros clubes pequenos de outros países e nunca haveria jogos com "grandes", logo a receita de bilheteira nunca seria boa. Para um modelo destes funcionar teria que se pagar uma determinada soma de dinheiro a cada clube pequeno de forma a não fecharem as portas. E considerando que existem muitos clubes pequenos na Europa não sei até que ponto isso seria viável.
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De Leão Campeão a 20.04.2021 às 20:04

Vamos lá ver...
Os clubes pequenos não disputam jogos com clubes grandes externamente, salvo raras excepções de forma muito pontual, ou melhor, por mero acaso! Nada mais...
O normal é disputarem competições menores ou nem sequer participarem.
Em Portugal participam cronicamente meia dúzia de clubes nas competições europeias. Os outros quando lá vão abalam o seu orçamento e até o calendário competitivo.

No próximo ano participarão 108 clubes europeus em 3 competições distintas.
A pergunta é porquê misturar e retirar competitividade a essas mesmas Taças ao tentar dar oportunidade (meramente financeira) a uns poucos, que ainda por cima irão desvirtuar a competição com os seus adversários internos?

Desses 108 clubes (vamos imaginar que sejam 104...) divididos em 4 Ligas de 26 equipas cada.
Jogam todos contra todos dentro de cada Liga. A uma volta apenas, disputam 25 jogos, até fazerem um grupo de 8 melhores classificados que jogaram em regime de play-off para se apurar o campeão em cada escalão.
Os melhores sobem à próxima Liga. Os piores descem.
A nível interno, equipas que joguem nos escalões europeus só podem disputar as competições nacionais com equipas B onde, conforme o escalão europeu em que se encontrem, se encontrará um handicap adequado a esse clube.
Um clube da I Liga Europeia só pode jogar com miúdos até aos sub-20 em ambas as competições. A partir daí, quem jogue na Europa não pode jogar no seu país.
Por sua vez um clube que jogue numa Liga Europeia inferior, pode disputar as competições internas com jogadores sub-25, sendo que os restantes terão um limite de participações europeias, após o qual ficam condicionados para jogar internamente.
Um campeão nacional que não tenha participação europeia fica habilitado a participar nela no ano seguinte, entrando no escalão mais baixo, mediante um torneio de apuramento entre os clubes campeão nacionais dos vários países que não tenham tido participação europeia anterior.
É claro que aos poucos a competição europeia tornar-se-ia o maior objectivo de cada clube que ambicionasse progredir.
Contundo, isso é já a pretensão maior de alguns dos mais fortes.
No fundo, compreendo uma cera resiliência e conservadorismo mas o futebol na Europa, 60 anos depois, já não se justifica estar fracionado entre países onde todos anos se apure o melhor para disputar uma competição global, isto também porque tal já não sucede há muitos anos. Existem participantes crónicos na Liga dos Campeões e que não dependem da sua competição nacional.

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