Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]
Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Podemos ou não simpatizar com a pessoa, podemos criticar - com justiça, diga-se - algumas das suas atitudes ao longo dos anos, mas uma coisa me parece indiscutível sobre José Mourinho: o homem percebe de futebol.
O actual treinador campeão do Chelsea foi instado a comentar a situação de colegas da classe em Portugal, embora, curiosamente, não se tenha pronunciado relativamente a Marco Silva, pelo menos nesta ocasião.
José Mourinho acredita que Julen Lopetegui deve permanecer na liderança técnica do FC Porto, mesmo que não seja vencedor da Liga:
Se o treinador escolheu um plantel, se o clube acreditou nele, se houve coisas que correram bem e outras menos bem, porque não dar ao treinador a oportunidade de poder ser melhor numa segunda época ?
Semelhante raciocínio aplica-se a à situação de Jorge Jesus, que, na opinião de Mourinho, foi meritoriamente resolvida pelo presidente do Benfica:
Luís Filipe Vieira deu um voto de confiança ao treinador numa época em que este não ganhou nada. Jesus não estaria prestes a ser bicampeão se tivesse sido despedido quando perdeu tudo na recta final da época de 2012/13. A estabilidade é fundamental para alcançar sucesso.
Não será desajustado associar o mesmo critério a Marco Silva. Ao fim e ao cabo, porque razão se lhe deu um contrato de quatro anos, se o despedimos logo no final da primeira época (já para não invocar a intenção de o fazer passado cinco meses), só porque não foi campeão nacional, ou porque poderá não conquistar a Taça de Portugal, algo que eu acredito veemente que conseguirá, não obstante o difícil adversário pela frente ?
Recomendo, igualmente veemente, que Bruno de Carvalho deixe o seu ego em casa, tão enorme que é, e dê ouvidos aos adeptos, a vasta maioria dos quais, no meu pensamento, desejam ver Marco Silva ter uma segunda oportunidade para fazer melhor em 2015/16. Se o presidente já tomou uma decisão nesse sentido, ainda vai a tempo de reflectir os prós e contras mais ponderamente e recuar no seu propósito. Em última análise, até lhe ficaria bem reconhecer que há mais do que um caminho para se chegar ao destino e que esse caminho não é, necessária e exclusivamente, aquele que está em seu poder determinar, unilateralmente.
Com tudo isto, a concretização de todos e quaisquer objectivos não depende apenas do treinador. A estrutura do futebol leonino - neste caso concreto essa estrutura aparenta ser Bruno de Carvalho e Augusto Inácio - devem abdicar de caprichos pessoais e quaisquer noções de romanticismo e dar ao treinador a "matéria prima" possível para facultar a realização desses objectivos. Apurar o melhor jovem talento à disposição e garantir uma maior maturidade da equipa, tanto em termos de liderança como técnicos, com três ou quatro reforços, no máximo e mediante eventuais saídas - com a capacidade para fazer a diferença. Só assim será possível poder aspirar chegar à meta desejada.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.