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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Periodicamente o naming para o Estádio José Alvalade é motivo de notícia. Aconteceu em 2011, com Godinho Lopes, e repete-se com Bruno de Carvalho, primeiro no verão de 2014, agora por estes dias que passam. Segundo os jornais, fonte da direcção do Sporting terá afirmado que “tem havido propostas para o naming do Estádio, mas o Sporting não as considera boas e por isso não aceitou. No entanto, estamos disponíveis para negociar o naming do recinto”. Não houve desmentido oficial.
A questão de um naming para o Estádio tem de ser sujeita a esclarecimento e debate pelos sportinguistas e ratificada em Assembleia Geral para alteração dos estatutos do clube que no artigo 4º determinam que o principal campo de jogos se designa por “Estádio José Alvalade”.
Aliás, em Assembleia Geral realizada em 2011 os sportinguistas rejeitaram a alteração dos estatutos nesse ponto, o que exigia uma votação favorável de 75% dos sócios presentes.
No verão de 2014 os jornais publicaram notícias de que o Conselho Directivo leonino estaria a negociar o naming do Estádio pelo valor de 7 milhões de euros. Mas, 5 milhões também foram citados. Até 3 milhões! Bruno de Carvalho já abordou o assunto no mesmo sentido, embora não referisse valores concretos.
Agora, de novo notícia, é difícil calcular o valor que será o referencial para a negociação. Foi informado que o Sporting já recebeu várias propostas, mas foram consideradas insatisfatórias. Pode-se imaginar que os valores oferecidos serão irrisórios.
Em princípio, não sou favorável à adopção de um naming para o nosso Estádio principal que tem o nome de um dos fundadores do Sporting e não de uma localidade, bairro ou outro elemento que não decorre da história do clube. A grandeza de um Associação Desportiva, Social e Cultural como o Sporting também resulta das manifestações simbólicas que transmitem o sentido de uma identificação que corresponde a uma visão do percurso histórico, a uma sensibilidade e uma auto-afirmação assentes em códigos de comunicação e de produção de signos profundamente assimilados no decurso do tempo.
Por outro lado, considero que uma gestão desportiva, administrativa e financeira rigorosa e exigente dispensaria o recurso a essa estratégia. E haverá outras fontes de receita para além das habituais. Sei que a vida é feita de mudança, mas também é feita de permanências. Não me convence a argumentação que a concessão seria feita por um determinado período de tempo, porque, concessionada uma vez, sê-lo-ia por muitos e muitos anos, tornando-se uma fonte de receita normal e permanente e, em breve, exaurida no sorvedouro da dívida financeira.
P.S.: Este é o meu primeiro texto no Camarote Leonino. O convite do Rui Gomes constitui um motivo de grande orgulho e entusiasmo por me permitir partilhar de forma privilegiada na blogosfera leonina as minhas convicções relativamente ao Sporting Clube de Portugal. Faço-o imbuído do espírito sportinguista e certo de que a memória, a esperança, a verticalidade e o esforço contribuem para que o nosso Clube trilhe o seu caminho com sucesso. Trarei sempre comigo, no bolso, a recomendação de José Saramago: “Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara.”
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