
Benfica (recebe o Nacional) e Sporting (vai a Braga) disputam este título de campeão até à última jornada, algo que não sucedia há 42 anos. Desde 1973/74 que os rivais lisboetas não discutiam o troféu num mano a mano até à derradeira partida, tendo na altura as faixas caído para os verdes e brancos, que ganharam a primeira Liga do pós-25 de Abril. A diferença, desta feita, é que são as águias que avançam para o derradeiro capítulo na frente, tentando o tricampeonato com dois pontos à maior.
O Sporting chegou então à última ronda (30.ª, agora são 34) na liderança, com mais um ponto do que o Benfica, mas em desvantagem no desempate, pois tinha perdido ambos os 'dérbis', razão pela qual estava obrigado a fazer o mesmo resultado da águia, sob o comando de Fernando Cabrita.
Curiosamente, os rivais não jogaram a decisão da prova no mesmo dia. As águias actuaram três dias antes, visitando o terreno do V. Setúbal: depois de estarem a vencer por 2-0, deixaram-se empatar a duas bolas, amealhando apenas um ponto. Os leões, orientados por Mário Lino, não tremeram e venceram fora o Barreirense por claros 3-0, conquistando o seu 14.º título e impedindo mais uma vez o Benfica de chegar ao tetra.
Desta vez, pela disputa do título de 2015/16, vislumbra-se um cenário bem diferente, pelo menos por quem, como eu, é menos optimista, ou, se desejar, mais realista. Enquanto é provável que o Sporting vá ao Minho assegurar os três pontos, não consigo imaginar o Benfica perder pontos com o Nacional, em casa, e com tantos interesses em jogo.
Como disse Sérgio Conceição - e bem - "Portugal vinha abaixo" e o "glorioso" cá do burgo é mais importante do que Portugal. Caso hajam dúvidas, é só perguntar a Rui Gomes da Silva, Pedro Guerra e João Gabriel, já para não evocar o ilustre presidente Luís Filipe Vieira.