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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Entrevista de David Dinis e Eunice Lourenço, jornal Público, a ArturTorres Pereira, que acompanhou Bruno de Carvalho de 2011 a 2017, tendo sido vice-presidente do Sporting no primeiro mandato, acabando por sair em ruptura.
Uma entrevista interessante, com um timing "impecável", considerando o momento de crise, que começa assim:
Foi vice-presidente de Bruno de Carvalho no primeiro mandato. Saiu por vontade própria ou foi dispensado pelo presidente do Sporting?
Não sou um “notável” do Sporting, não pertenço a nenhum grupo, facção ou tendência. Sou livre e foi nessa condição que decidi intervir no meu clube em 2011 para trazer Bruno de Carvalho para a presidência e é nessa condição que estou aqui, para dizer que não me revejo no actual presidente do Sporting e que considero que ele já não tem condições para continuar como presidente. A razão pela qual me afastei do actual presidente do Sporting tem que ver com a discussão de uma alteração aos estatutos que foi por ele apresentada em 2015 e na qual não me consegui rever. Era uma proposta que ia mais longe do que aquela que foi aprovada há pouco tempo na assembleia geral (AG), incompatível com o princípio da separação de poderes; concentrava no presidente todo o poder disciplinar, retirado ao conselho fiscal e disciplinar, e o poder de instaurar inquéritos e promover sanções.
Ainda...
Foi aí que percebeu que Bruno de Carvalho tinha deixado de servir ao Sporting?
Sim, os fins não justificam os meios. A paixão por um clube desportivo não pode justificar que se passe esta “linha vermelha” que separa os princípios das conveniências ou as convicções dos interesses. Isso não. Aquela proposta claramente passava. E o correr dos tempos veio demonstrando, desde então, num avolumar de factos e comportamentos, de intolerância e linguagem, que ultimamente tem envergonhado os sportinguistas e tido o efeito que tem na equipa de futebol. Muita gente atribui a um post no Facebook o problema que se põe hoje. Não tem que ver com um post, mas com a sequência de acontecimentos que mostram uma visão do Sporting incompatível com os seus interesses. Se hoje temos uma equipa de futebol animicamente destroçada, um treinador sobre brasas, os adeptos angustiados, muitos envergonhados e divididos, uma emissão obrigacionista posta em causa, cotação das acções congelada, etc., etc., isso deve-se inequivocamente e exclusivamente às atitudes e comportamentos do presidente do Sporting. O meu colega e amigo Eduardo Barroso diz que tudo não passa de uma tempestade num copo de água, mas não tem razão.
E ainda...
Tendo em conta a última AG, há dois meses, não é possível que Bruno de Carvalho consiga novo voto de confiança dos sócios?
Se me perguntar o que se vai passar a seguir, diria que há um facto muito importante para isso: toda a gente diz que o presidente do Sporting está muito doente. E, a ser verdade, esse facto não pode pôr em causa a continuidade da gestão do Sporting, porque estamos a falar da SAD, que é cotada em bolsa, estamos a falar de uma situação financeira com empréstimos obrigacionistas que se vencem, com accionistas, etc, etc. Se isso é verdade, eu acho que... Tenho lido nos jornais que vai haver uma AG em breve, que vai haver destituição, mas eu não sei se vai haver uma AG. Mas acho que o problema não se resolve numa AG, não é a AG que tem uma varinha mágica...
Pode ler a entrevista na íntegra através do link sublinhado no primeiro parágrafo.
***Agradecemos a gentileza da referência ao nosso leitor FRANCISCO.
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