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Francisco Salgado Zenha, vice-presidente e administrador da Sporting SAD concedeu uma entrevista à Rádio Observador em que abordou a proposta de aumento de salários da administração e outros assuntos de interesse:

"Esse ponto é importante e deve ser esclarecido. Houve uma convocatória em que se falava de aumento de salários para a administração e é o que fica... Primeiro: há uma comissão accionista independente que faz a proposta e que define com base numa análise o que é e o que deve ser a política de remuneração do Conselho de Administração. Segundo: essa proposta é feita com base num estudo realizado pela Mercer na Sporting SAD para fazer um ajustamento de todos os colaboradores, não só da administração.

Nós queremos fazer, do lado dos colaboradores, o que achamos que faz mais sentido que é profissionalizar o todo da estrutura. Não podemos ter, por exemplo, jogadores de futebol muitíssimo bem pagos e toda a gente que está nos bastidores e que possibilita o bom desempenho dos jogadores no campo insatisfeita, desmotivada e a ser mal paga. Foi com base nisso que a comissão accionista agarrou nesse estudo e definiu uma política que considera mais adequada.

A proposta é, ainda assim, muito inferior para o Conselho de Administração. Nós achamos que não estamos aqui por dinheiro, no ano passado recebemos menos que o Conselho de Administração anterior, abdicámos do prémios variáveis. Receberíamos o mesmo que os jogadores de futebol, o Conselho de Administração anterior recebia o mesmo que o Bruno Fernandes em prémios variáveis. Isso não fazia o mínimo de sentido e abdicámos. Prova que não estamos aqui pelo dinheiro. Está a ser feita uma proposta para o ajustamento dos salários do Conselho de Administração àquilo que é o mercado. E isso vai de encontro à nossa política de atrair talento para o futuro.   
 
Em primeira mão posso dizer-lhes: o Clube vai aceitar essa proposta, mas o Conselho de Administração da SAD vai abdicar do aumento. Não vai receber nem mais um cêntimo do que no ano passado. Mas tem de haver ajustamentos nos bastidores, nos administrativos, nos quadros, nos colaboradores. Estamos de acordo com a comissão accionista. Vamos abdicar e não queremos passar a mensagem de que estamos aqui por dinheiro, porque não estamos".
 
É possível o Sporting ter sustentabilidade pelo aumento das receitas?

"Temos plena consciência de que no futebol as receitas estão dependentes dos resultados desportivos, mas é preciso criar as condições para num momento mais negativo mitigar a perda de receita e num momento mais positivo optimizá-la. Foi o que fizemos. Quando chegámos tínhamos uma quebra na receita de 'gameboxes' entre os 20 e os 30 por cento, no merchandising também era significativa e no final do ano demos a volta a praticamente a tudo. Isso foi feito, mas não porque o ano passado começou por ser fácil, porque não foi. Tivemos momentos desportivos difíceis, mas acabámos por preparar bem essas situações e conseguimos dar a volta, de forma a optimizar."
 
Quanto tempo o Sporting aguenta estas crises cíclicas?

"A instabilidade não ajuda minimamente o Sporting. É preciso ser sério relação a isso. A instabilidade não vem do mandato de Bruno de Carvalho, vem de dentro e de há muito tempo. Por alguma razão não somos campeões há tantos anos. Temos de dar condições a quem está à frente do Sporting. Não pode ser por um momento mais negativo no futebol profissional que colocamos em causa todo um plano e estratégia definidas pela Direcção. A estabilidade é fundamental para tornar o Clube sustentável. Se a cada bola na barra se coloca o plano estratégico e desportivo em causa, assim será mais difícil."

Quanto tempo o Sporting aguenta a contestação dos sócios?

"Se Deus quiser o Sporting CP será eterno. O Sporting vai aguentar com certeza se todos estiverem unidos e trabalharem no mesmo sentido. O Clube tem todas as condições para ser sustentável. Posso vir aqui e dar uma entrevista negativa, pessimista sobre a situação do Sporting, mas eu acredito que o Clube tem condições para ser sustentável e eterno. Há ferramentas para o fazer e nós temos um plano."

E esta Direcção aguenta quanto tempo a contestação?

"Esta Direcção tem um mandato, que quer cumprir. Em teoria todas as direcções devem cumprir mandatos, o que espero é cumprir o mandato e entregar aos sócios o que nós prometemos. Temos cumprido exactamente aquilo que estava no programa eleitoral no que diz respeito especificamente ao meu pelouro. Ter um programa eleitoral e cumprir parte desse programa em apenas um ano de mandato prova que sabemos para onde queremos ir."

Sócios a comprar acções para comparecerem na Assembleia Geral da SAD

"Eu sou a favor que haja participação nas assembleias gerais, independentemente de haver pessoas que compram acções só para participar. Tenho conhecimento que vai ter mais participação do que habitualmente e fico feliz com isso. Mas devem participar sempre, mesmo quando os momentos são mais positivos. Haver críticas só para se aproveitarem do momento, não é isso que queremos. Deve haver união. Que a crítica seja construtiva, as assembleias gerais são os sítios certos para essas críticas."

Empréstimo obrigacionista 

"Foi um processo muito difícil, dos mais difíceis em que trabalhei. Fazer um empréstimo obrigacionista que tinha que tinha sido prorrogado, nas condições em que foi, e começar a comercializá-lo um mero dia depois de o ex-presidente ser constituído arguido, isto são condições inacreditáveis. O que foi conseguido aconteceu por duas razões: pelo trabalho de toda a equipa e por o Sporting e os sportinguistas terem muita força. Tivemos senhores de idade que não sabiam como investir a fazer doações. Isto é o Sporting.

Sei que houve pessoas do Sporting que fizeram um 'forcing' grande para isto não se tornar numa realidade. Não vou dizer nomes. Acho muito triste, infeliz, acredito que esse não é o sportinguista típico. Mas as pessoas têm o directo a arrepender-se, temos de lutar por ser mais unidos. Faço um apelo para nos unirmos neste momento. Há agendas próprias, mas as pessoas devem perceber que há momentos para fazer isso. Há eleições. Não nos unirmos em torno do Sporting quando uma Direcção tem um mandato acho errado."

Reestruturação financeira

"A reestruturação financeira vai ser concluída em breve, até ao final do ano. Anunciaremos no momento certo. Qualquer que seja o acordo que saia daqui será sempre melhor do que já existia, porque caso contrário não o faríamos."

Herança pesada

"Podia ser pessimista, destrutivo e matar a situação do Sporting. A herança é difícil, foi difícil, mas quando entrámos neste ano já era muito melhor do a que encontrámos quando chegámos. As coisas estão melhor, estão longe de estar bem, mas estamos no caminho certo.
 
A SAD do Sporting poucas vezes teve resultados positivos. Se definíssemos a estratégia só com base nos resultados líquidos do ano, seria difícil tornarmo-nos numa estrutura profissional. Não é fulcral vendermos o Bruno Fernandes em Janeiro porque temos outras formas de gerar receita e de nos financiarmos. Temos de as procurar, no Sporting é mais difícil do que, por exemplo, na EDP, mas temos alternativas. No mercado de verão tivemos de tomar decisões, a venda do Bruno Fernandes para muitos era um dado adquirido, era possível ele sair, mas não foi o caso e optámos por vender outros jogadores.
 
Tudo o que fizemos voltávamos a fazer, não há dúvida. Não fazia sentido aceitar o que ofereciam pelo Bruno Fernandes. A venda do Bas Dost foi feita porque o custo que ele representava não era comportável para a realidade do Sporting. O que temos de perceber é que o Sporting não tem capacidade para ter todos os jogadores e tem de tomar decisões. Esta foi a decisão."

publicado às 05:02

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11 comentários

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De Vieirinha a 01.10.2019 às 10:19

Apenas dois pequenos reparos. Primeiro quando ele se refere ao cumprir os objectivos fala especificamente do seu peloro porque naturalmente é a área que domina e não terá sido com intuito de criticar ou apontar falhas a ninguém, apenas se refere aquilo que melhor conhece. Em segundo lugar quanto á questão dos salários, como o próprio refere na entrevista a proposta não partiu da direcção mas de uma comissão de accionistas, ter-lhe-á escapado esse pormenor, logo não houve erro nem meio erro.

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