Convenhamos a quem iria o Famalicão vender 50% do passe do jogador sem valor fixado para os outros 50%? Não acredito que Porto e Benfica entrem nesse tipo de negócio ruinoso. Porto e Benfica têm que encontrar todos os anos 100 a 130 milhôes para fazer face aos gastos de cada época, todos os anos têm que vender jogadores a valores altíssimos e não será de certeza a comprar 50% de passes de jogadores que depois na sua venda conseguem encaixar valor suficiente para o que necessitam para pagar as suas contas.
No mercado estuda-se e analisa-se também a concorrência, como procede e quais as suas necessidade e só depois se decide já com todos os elementos na balança.
Um ou outro negócio com níveis extraordinários pode acontecer nesses moldes mas nunca como norma, seria ruinoso.
Neste caso o Sporting prefere e muito bem arriscar pagar 12M por 80% do passe para não ter que vir a pagar depois muito mais pelo jogador á sua origem é claro e muito mais justo e correcto.
Na realidade, é mera conjectura do Julius. Não sabe o que o Benfica ou o FC Porto fariam!!!
Escrevi: "não acredito", não disse o que fariam.
É pura conjectura... NÂO SABE!!!
De MAV a 05.08.2021 às 15:04
O Julius e muito bem já explicou o que se pode tornar uma venda de 40M em que só se têm 50% do passe, e ainda acrescento aos 6.5+ 6 os salários pagos pelo Sporting e mais, não sabemos se há alguma cláusula em que o Sporting será obrigado a vender mediante uma proposta de x valor
Volto a frisar o Sporting têm dois tipos de LETAIS os depois de 2013 e os de 2018 em diante.
MAV,
Discussão completamente enviesada. A compra de um atleta, tem como primeiro objectivo a rentabilidade desportiva, e o reforço do colectivo. Se gerar mais valias, sejam grandes ou pequenas, é positivo. O Sporting, tanto quanto sei, é um clube desportivo, e não uma empresa de import/export. O problema é quando o investimento económico, é deficitário, desportivamente. Sobre a questão dos LETAIS, sou, completamente, analfabeto.
Aí discordo completamente caro amigo, não sejamos ingénuos, isso é a parte emocional que nos leva a acreditar que funciona dessa forma, não podemos confundir o objectivo prioritário que é de facto desportivo com a necessidade de manter o barco em velocidade de cruzeiro para conseguir obter outras conquistas. Não esqueçamos que se trata de um grande clube mesmo já numa escala mundial. Nenhum clube grande sobrevive sem aquilo com que se compra os melões.
Atingir o topo desportivamente uma época não é a mesma coisa que manter-se no topo a esgremir com as mesmas armas os títulos nos anos seguintes, é fácil vender uma equipa ao desbarato mas depois vêm as consequências, os desertos a percorrer.
O equilíbrio financeiro consegue-se com resultados minimamente aceitáveis desportivamente, mantendo os ativos em alta, mas também com a arte de saber comprar para depois na venda conseguir o máximo de margem, as instituições vivem das margens das vendas e têm que ser logo defendidas no acto da compra para não se entrar num ciclo de suicídio financeiro anunciado.
Que resulta depois? Menos capacidade para a compra e com isso a obrigatoriedade de procurar ativos menos valorizados, depois chegam os insucessos desportivos por arrasto, como pescadinha de rabo na boca ás voltas.
É um voltar ao passado.
O caro amigo apresenta um tese muito radical. Os activos só se valorizam se tiverem êxito desportivo. Das principais aquisições feitas na época anterior, concluo que todas se valorizaram. É meio caminho andado para serem rentáveis.
A questão da percentagem adquirida, deve-se, na minha observação, às possibilidades do Clube, no momento. Se houvesse condições para pagar uma maior percentagem, creio que teria acontecido. No caso do Pote, as suas prestações excederam as expectativas, e o Famalicão, possivelmente, não quis vender mais percentagem, nas condições da primeira aquisição. Compreende-se.
Nas futuras aquisições, por percentagens, talvez esse aspecto seja acautelado. Agora, com todo o respeito, não comungo dessas teses catastrofísticas..
De João Gil a 05.08.2021 às 14:08
Não é norma. O que existe são diferentes modos de fazer o negócio. Quem tem 80% do passe é o Famalicão, logo determina o preço e sujeita-se à procura que o jogador suscita para aquele preço, de que a modalidade de aquisição, condições e formas de pagamento (a pronto, a crédito, etc..) também fazem parte. É o mercado a funcionar. Do Benfica e Porto e dos negócios extraordinários que fazem não sei bem. Lembro-me da venda do Rúben Dias e do Benfica ter sido obrigado a levar com o Otamendi com 30 e tal anos, por 12 ou 13 milhões de euros. Ou do Marega, do Herrera e do Marcano, que saíram do Porto livres por zero euros. São exemplos de grandes negócios por jogadores de que os clubes eram detentores de 100% dos passes. Na realidade actual, há diferentes modalidades de investimento. Coexistem nos clubes jogadores detidos a 100% com outros em que o clube paga pelo usufruto do jogador (tal como o aluguer de longa duração de viaturas, ou de computadores existe nas empresas). Não há nada de errado com a modalidade. Eu posso querer andar de carro 4 vezes por mês ao fim de semana para mostrar aos meus vizinhos que tenho carro e vou ao “stand” e gasto 40 mil euros para ter essa capacidade de exibição. Ou posso não ter a propriedade do carro e pagar uma renda pelo usufruto do carro 4 fins de semana por mês. Numa primeira opção, vou às poupanças (ou ao banco e pago por isso) e derreto 40 mil euros, ou 50 mil ou 250 mil euros dependendo do carro, na segunda opção só gasto à medida da necessidade. Sai-me mais caro? Depende do uso e do período em que quero usufruir do bem. Ou seja, posso ter 100% do Bragança ou do Coates, 50% do “Pote” e 10% do Tabata, mas estou a pagar de uma maneira ou de de outra a parte que não me pertence mas que estou a utilizar em meu benefício. No fim do período de aluguer pago um depósito ou uma caução e compro o remanescente do passe ou vendo o jogador e pago (ao banco, ao empresário ou a quem detenha direitos sobre o atleta) e logo decido se compro outro jogador e em que modalidade. Se virmos bem, no futebol de hoje há compras, vendas, alugueres, trespasses de direitos sobre jogadores. Nada de errado com isto, pelo contrário. Por alguma razão os clubes passaram a SA, os jogadores são referidos como activos e os patrões deles já não são os directores, mas os accionistas/investidores. Se o jogador é um activo/passivo ou uma renda é um detalhe que pode ter maior ou menor relevância consoante a qualidade do jogador e o que se espera que propicie de retorno para a sociedade (ie para accionistas/investidores) para aquilo que custou. Ter uma política de investimento de risco diversificado é antes de mais nada um sinal de prudência e de inteligência de gestão. No actual Sporting acho que se vê uma abordagem pragmática e prudente e isso é bom.
PS: a este propósito e indirectamente atente-se bem no que se passa no eterno rival, em que já não é sequer o presidente posto (Rui Costa) que se dirige aos jogadores antes da pre eliminatória crítica da Champions, mas o investidor John Textor, a quem a administração da SAD / clube se prepara para vender 25% da SAD deixando o futebol do Benfica nas mãos de um financeiro privado cujo único fito é fazer dinheiro e negócio através de um clube de futebol a que o dito investidor atribui um valor futuro de milhares de milhões de euros mas que se prepara para tomar por 50 milhões. É esta discussão, que está latente no Sporting há anos, também nos baterá à porta, não tenhamos muita dúvida.
SL
Por alguma razão o clube afinal não aceitou os moldes do negócio inicial e impôs a recompra da restante parcela dos 50% com valor fixo. Não sou só eu que vejo as coisas dessa forma, o financeiro do Sporting afinal tambëm entendeu que os moldes do negócio eram injustos e desajustados.
De João Gil a 05.08.2021 às 15:04
Injustos, porque? Alguém garante que Pedro Gonçalves vai ser vendido por dezenas de milhões de euros? Ou o Ugarte, que ninguém conhece de lado nenhum? O Sporting está a adquirir um jogador, 80% do passe por 12,5M€, o que equivale a +-16M€ pela totalidade. É um jogador que quando vender depois de pagas comissões e outras despesas tem de vender aí por 20M€ para recuperar o gasto e ficar apenas com a eventual mais valia desportiva, que nunca é garantida. Imagine que o Pedro Gonçalves não sai já e que nesta nova época em vez de 23 golos e bola de prata “Pote” marca 12 golos, é bola de lata e o Sporting fica em terceiro no campeonato. Imaginemos que temos de pagar os 50% que faltam ao preço a que compramos e o jogador desvaloriza em vez de valorizar. E o Sporar? E o Doumbia? E o Battaglia? E o CR7 das balizas? E o iLori? E, e, e…..o financeiro? É exactamente como comprar casa a crédito com taxa fixa ou variável. O preço varia em função do risco. SL
De João F. a 05.08.2021 às 19:23