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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Já há uns dias que venho a sentir grande curiosidade em saber a opinião de Leonardo Jardim sobre a polémica em que o Sporting está envolto neste momento e, quase como a satisfazer o meu desejo, aparece hoje uma entrevista do antigo treinador leonino. Eis algumas das suas principais declarações:
- "Nunca me arrependi de deixar o Sporting, pois estou a dar continuidade àquilo que sempre foi a minha perspectiva de carreira."
- "É um facto que, se calhar, face aos bons resultados, podia ter-se avançado para uma renovação (com o Sporting) mais cedo, mas foi um processo que se deixou avançar até mais perto do final da época. Foi quando surgiram várias hipóteses fora do país."
- "Quando saí do Sporting, nas conversas com Bruno de Carvalho, até foi um pedido especial dele para dar tudo aquilo que tínhamos feito o novo treinador. Procurei o Marco e fiz para lhe dar as informações em relação àquilo que era o plantel e ao trabalho que tínhamos feito."
- "Eu não tenho de concordar sempre com os presidentes, mas sim manter as coisas viáveis. Mas atenção, eu tenho uma boa relação com ele (Bruno de Carvalho). Trata-se de alguém que vive o Sporting com muita intensidade; foi necessário no processo de mudança do clube. É um facto que tem uma personalidade diferente da minha. Ele tinha as opiniões dele publicamente e em termos de futebol eu dava a estabilidade que eu entendia que o grupo necessitava. A sua forma de ser por vezes é difícil, realmente, se não estiver em consonância com aquilo que estamos a fazer, mas entre nós houve sempre respeito."
- "Ao longo da época eu e Bruno de Carvalho tivemos algumas opiniões diferentes, mas as nossas decisões foram sempre em prol do êxito Sporting."
- "As opiniões entre um treinador e um presidente nem sempre convergem, pois um presidente defende um clube e o treinador o grupo, mas há que levar sempre em consideração a estrutura."
- "A sua presença no banco ? Quando estou no jogo nem sinto a presença do presidente ou de qualquer outro factor extra-jogo. Nunca senti que o presidente tentasse interferir no que quer que seja."
- "Evito, neste momento, falar com as pessoas do Sporting. Mas acho que tudo aquilo que se está a criar à volta do clube não tem razão de ser. A equipa está na Taça de Portugal, fez um grande resultado no Dragão, fez aquilo que era normal na Champions - qualificar-se para a Liga Europa -, embora possa ter ficado algum amargo por não ter ido mais longe. Na Liga está diferente, mais forte nos duelos com o FC Porto e Benfica, mas com as equipas chamadas pequenas está com algumas dificuldades. Aliás, a diferença para a liderança tem a ver com essa irregularidade frente aos clubes mais pequenos."
- "Acho que os projectos devem ser sempre do clube e não dos treinadores. Contudo, também não acho positiva a alteração de um técnico que, como já disse, eventualmente poderia estar melhor na Liga, mas nas outras provas está a fazer um bom trajecto. Não vejo motivo ou razão para existir uma ruptura, para despedir Marco Silva, mas estou só a falar em termos desportivos."
- "Mané estava no último ano de contrato, passou dos juniores para a equipa B e o Sporting queria ficar com ele. Chamei--o e disse-lhe: «Olha que eu não estou a vender-te a banha da cobra, se assinares vais ser uma aposta minha. Terás 3 a 4 meses para te adaptares e a partir de Janeiro serás aposta. Acho que o Carlos Mané vai ser um fenómeno, tem grande potencial e vai chegar a grande nível, nacional e internacional."
- "O William Carvalho demonstrou que eu tinha razão ao apostar nele. Actualmente dizem-me que não está tão bem, mas isso deve-se a vários factores e ele melhor do que ninguém sabe aquilo que precisa fazer para voltar ao seu nível."
- " Um dia, com certeza, que vou regressar a Portugal. A ambição será sempre de treinar um clube de elite, que luta pelo título, e o FC Porto e o Benfica, tal como o Sporting, fazem-no. É difícil dizer quando o vou fazer, mas gostava. Tenho um grande respeito pelo Sporting, mas um dia poderei treinar outro dos grandes. Um treinador não pode estar ligado ao sentimento de adepto."
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