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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
No passado dia 26 de Outubro foi apresentado o “Almanaque do Leão”, da autoria do jornalista Rui Miguel Tovar, onde consta que o Sporting foi 18 vezes Campeão Nacional. Esta afirmação desagradou a Bruno de Carvalho que defende a conquista de 22 títulos nacionais. Mas, em lugar de demonstrar institucionalmente que o Sporting conquistou esses 22 campeonatos nacionais e não 18, o presidente do Clube anunciou a reedição da obra depois de ser corrigida a seu gosto. Rui Miguel Tovar informou que, assim, o seu nome não estará na capa da reedição. Isto é, como a mensagem não agradou, atira-se o mensageiro pela borda fora.
Rui Miguel Tovar é um estudioso e investigador da história e estatística do futebol português e, como é sabido, sempre considerou que o antigo Campeonato de Portugal, sendo uma prova disputada por eliminatórias, teve continuidade competitiva na Taça de Portugal. É esta a posição da Federação Portuguesa de Futebol e, consequentemente, de organismos internacionais como a UEFA ou a FIFA.
Na realidade, em 1938 houve uma decisão federativa de reforma do futebol português onde, formalmente, tudo parece estar correcto, e que foi exarada em acta e sancionada pelo Ministério da Educação Nacional que tinha a tutela do desporto. Para se alterar uma decisão destas têm de se apresentar argumentos comprovativos de vício formal ou conceptual. A Direcção do Sporting possui fácil acesso aos documentos originais e oficiais da Federação e do Clube da época da reforma do futebol. Se há alguma falha é por aí que se deve avançar.
Todos nós temos a obrigação de recordar quem era o presidente do Sporting em 1938. Trata-se de Joaquim Oliveira Duarte que esteve na origem do período áureo do Clube e um dos maiores presidentes leoninos. É uma ingratidão intolerável e uma ignorância vergonhosa desmerecer de alguém como ele. Não se conhece qualquer divergência deste presidente relativamente à reforma do futebol português dessa época. Dele, ou de outros sportinguistas com grandes responsabilidades na altura, como Retamoza Dias, Salazar Carreira, Barreira de Campos e Ribeiro Ferreira, entre outros.
Bruno de Carvalho parece estar convencido, que antes dele, o Sporting era um deserto e que está destinado a resgatar o Clube das humilhações passados e abrir o caminho celestial do futuro. Ora, ele ainda tem de comer muito pão para chegar aos calcanhares de alguém como o presidente Joaquim Oliveira Duarte. É bom que os sportinguistas lhe digam isso !
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