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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
...Na ruela de má fama
faz negócio um charlatão
vende perfumes de lama
anéis d'ouro a um tostão
enriquece o charlatão...
(Letra/canção de José Mário Branco)
Quando, em criança, ia às feiras anuais, que eram comuns por todo país, apareciam uns indivíduos a vender produtos ditos milagrosos. Lembro-me de um que vendia um pó que curava os males do estômago e fazia uma experiência, com vinho, que convencia muita gente. Com o desaparecimento das feiras tradicionais, e a evolução da medicina, estes pequenos charlatães foram desaparecendo.
De outra forma, a charlatanice continua. Há uns tempos fui visitado por um alegado técnico, que me vinha fazer uma análise à água, e lá a foi manipulando para mostrar que esta estava cheia de compostos assustadores. Apresentou então o equipamento para a purificar. Como não o adquiri, ainda foi arrogante e desagradável.
Neste mundo, os charlatães, existem em todas as áreas da sociedade. De uma forma geral, definem-se como " aqueles que se aproveitam da boa-fé de outras pessoas, geralmente simulando atributos e qualidades que não possuem, para obter quaisquer vantagens e ganhos".
Foi assim que Bruno Miguel conseguiu chegar à presidência do Sporting, sem para isso ter qualquer preparação e conhecimento. De charlatanice em charlatanice , foi-se utilizando da boa fé dos sócios para se instalar numa cadeira dourada de prebendas, que nunca tinha tido na vida.
A charlatanice da salvação do clube, digamos que foi a a que primeiro vendeu. Seguiu-se a da reestruturação, que não passou de uma engenharia financeira, feita sob a égide da banca, e com apoio de investidores que agora diaboliza. Veio ainda a propalada saúde financeira do clube. Está a ver-se. De empréstimo em empréstimo até à derrocada final. Se não houver novo empréstimo obrigacionista rápido, fica sem dinheiro na secretaria para pagar despesas correntes. E ainda há muita charlatanice escondida, em relação a compra e venda de jogadores.
No plano desportivo, há falta de conquistas fundamentais - lá foi vendendo a melhoria da competitividade - tendo apenas como comparação retórica a presidência anterior. Para desmistificar esta charlatanice, basta recuar só até à presidência de Soares Franco, para verificar que com menos meios, houve não só maior poder competitivo, como melhores resultados.
Nas ditas modalidades "pouco ou nada" amadoras anuncia-se um brilharete. É preciso lembrar que aqui o investimento foi desproporcionado com a sua rentabilidade. É preciso, também lembrar, que o futsal já era ganhador, o atletismo aspas aspas, por exemplo. Claro que introduziram algumas modalidades que têm tido êxito, mas se não tivessem, face às circunstâncias, é que seria de admirar.
Contudo, e apesar dos sinais, há sempre quem continue a acreditar em charlatanices, o charlatão perdeu o resto da compostura, que nunca teve, talvez em desespero por mais uma época falhada, e sem se prever, começou a cavar a sua própria sepultura. Meteu-se e meteu o Clube num buraco de difícil saída.
E em vez de ser a solução, é cada vez mais o problema e as charlatanices agora são diárias. Nem ata, nem desata. Mas diga-se, em abono da verdade, que o presidente da MAG que foi seu ajudante, e que teve um rebate de consciência perante as evidências, não tem sabido estar à altura exigida, e que mesmo inconscientemente, tem andado a reboque de mais charlatanices. E assim continua.
...Na ruela de má fama
o charlatão vive à larga
chegam-lhe toda a semana
em camionetas de carga
rezas doces, paga amarga
ibidem
P.S.: Este texto foi escrito muito antes dos últimos capítulos desta novela lamentável que um argumentista mediocre está a escrever no Sporting. Por isso ficou suspenso para dar espaço à actualidade. Contudo, entendo, que continua a ter pertinência, no momento adequado.
Depois da invenção de uma "comissão" para substitir a MAG em funções, acto que não está previsto nos Estatutos, e portanto é ilegal, surge o pedido de rescisão de Rui Patrício. Como é habitual, o charlatão já veio fazer-se de vítima. A culpa, nunca é sua, é sempre dos outros.
A verdade é que este presidente/golpista, além de estar agarrado ao poder, e às suas mordomias, ultrapassa todos os limites. A sua permanência no poder, já não é resistência. Trata-se de um golpe palaciano óbvio, à margem da lei. Como tal torna-se necessária a intervenção dos poderes do desporto, quiçá da República. Isto,é cada vez mais, um caso de polícia.
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