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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Na recente apresentação do Relatório e Contas 2020/21 do Sporting CP, um aspecto tem originado várias criticas e discussões acaloradas. Aquele relacionado com o investimento no plantel, especificamente o custo e as condições de diversas contratações. Acerca deste tema convém ter em conta alguns pontos que o enquadram.
Rúben Amorim foi contratado com o intuito de ser uma peça chave do projecto desportivo do Sporting CP, decisão que se revelou de total acerto, e neste momento ninguém duvida da força que a sua opinião tem nas contratações efectuadas pelo Clube. Se a esta realidade associarmos o facto de Rúben Amorim ser um treinador de forte personalidade, com ideias bem definidas e que sabe com clareza o que deseja ou não deseja para a equipa, podemos compreender algumas das opções tomadas pela direcção do Sporting CP no que concerne às contratações efectuadas.
Do ponto de vista da execução do projecto desportivo é excelente a sintonia existente entre a estrutura directiva do Sporting CP e o seu treinador, bem como o facto deste, como uma peça chave na sua execução, ter as ideias bem definidas em relação às "armas" necessárias para a sua execução.
Do ponto de vista das condições financeiras é inegável que as "certezas" de Rúben Amorim limitam bastante a capacidade negocial do Sporting. A partir do momento em que ele define apenas um jogador como objectivo para uma eventual contratação, a acção da direcção está desde logo condicionada e a sua margem negocial francamente diminuída. Numa eventual negociação é fácil perceber o "conforto" que a "exclusividade" de um seu "produto" gera no vendedor e como este facto, só por si, contribui para elevar as suas exigências e diminuir a sua flexibilidade.
Neste ambiente, torna-se compreensível que a direcção do Sporting CP, enquadrada entre a opção única do seu treinador e as elevadas exigências por parte do clube vendedor, tenha necessidade de efectuar contratações com custo económico mais elevado ou de arquitectar formas de aquisição partilhadas para diluir esse custo.
Só assim poderá satisfazer alguns desejos do seu treinador, mantendo, ao mesmo tempo, a matriz de um projecto desportivo que com ele está a ser construído. E Rúben Amorim já conseguiu o crédito suficiente para justificar os custos assumidos com as suas "certezas".
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