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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Manuel José no programa Grande Área da RTP3, com muitas críticas ao Sporting, com o recém-jogo com o Rosenborg a ser o centro da sua atenção.
Já aqui referi noutros escritos que considero Manuel José o melhor treinador português do seu tempo, tendo presente a vertente técnica, embora não nutre o mínimo de simpatia pelo homem.
Tive ocasião de privar com ele, enquanto liderava o Sporting, e mais tarde, quando estava ao leme do Belenenses. Ocasiões essas que não deixam saudades algumas.
Ao ler as suas considerações críticas - e até tem razão em muita coisa - o leitor deve ter em mente que Manuel José é pessoa de péssimo feitio que não hesita em criticar terceiros e até dar a proverbial machadada em colegas de profissão.
Aliás, este seu feitio é a principal razão que o impediu de realizar o seu sonho de liderar a Selecção Nacional, sendo, no entanto, melhor treinador do que muitos outros que por lá passaram.
Eis o que ele teve para dizer:
"A atmosfera continua difícil. Se olharmos para este jogo (Rosenborg), a segunda parte do Sporting, por amor de Deus, foi horrível! Tive de ver porque vinha para aqui, senão tinha mudado de canal, com tantos jogos que estavam dar na televisão.
Esta história de jogar com três centrais, meus amigos... joguei 8 anos assim no Al-Ahly, no Egipto, e 4 anos no Boavista. Quando o nosso defesa central ganhava a bola, se o adversário metesse cinco jogadores no ataque ele tinha de sair imediatamente a jogar e a defesa toda saía com ele, para pôr aqueles cinco jogadores, caso perdêssemos a bola, em fora de jogo. E o líbero subia para a posição dele.
No Sporting o único capaz de fazer isso é o Mathieu. O Coates é muito bom a defender, mas quando tem a bola, aquilo para ele é um objecto estranho, não sabe o que lhe fazer. Joga um futebol muito directo mas a bola não vai para ninguém, vai sempre para o adversário.
Eles com três defesas jogam de forma defensiva... jogar com três defesas é para dar 'corda aos sapatos' aos outros jogadores, para atacar com mais segurança. A segunda parte do Sporting foi um desastre!
O departamento de scouting do Sporting deve ter problemas de consciência que nunca mais acabam! Há ali dois ou três jogadores que não têm nível nenhum para jogar no Sporting CP. Não me lembro de uma equipa tão ruim. Não há milagres, aquele jogo em Tondela foi uma coisa assustadora.
Em Tondela, os passes que os centrais faziam entre eles... A bola não saía dali, era para trás e para o lado. Estavam a jogar com dois pontas-de-lança, meteram três extremos, porque este miúdo, o Rafael Camacho é um ala. Depois de sofrerem o golo mandaram os dois centrais para ponta-de-lança, isto é ridículo. O Sporting praticamente não criou nada.
A aposta que Silas fez frente ao Rosenborg ao meter aqueles miúdos todos a jogar foi um risco. Aqueles jogadores não têm ritmo competitivo nem experiência, foi um risco grande e os jogadores não ganharam nada com aquilo."
Como referi no início do texto, Manuel José diz muitas verdades, aliás, várias que já foram debatidas aqui no Camarote Leonino, mas com alguns exageros à mistura, e com o seu usual azedume.
Achei alguma piada (a propósito do que Manuel José afirmou) ao que Jorge Silas teve para dizer este sábado, na conferência de imprensa de antevisão ao jogo com o Belenenses. Eis uma das suas declarações:
"Percebo que há opções minhas que nem toda a gente entende, mas tenho de as tomar, sou o treinador e o meu grande objectivo é aumentar a competitividade interna, porque sou teimoso. Nunca desisto de nenhum jogador. Esqueço o mercado completamente, para mim está completamente fora de questão. O meu foco é preparar os que entendo que estão a um nível que, com alguns ajustes, sei que podem ajudar. Sou demasiado teimoso para vacilar ou desistir de algum jogador. A competitividade interna vem antes das vitórias. Esse é o nosso foco".
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