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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
"O poço e o pêndulo" é o titulo de um conto de Edgar Allan Poe, que deu origem a um filme de terror, passado no contexto da Inquisição, e que foi interpretado por Vicente Price, um mestre nesta área da interpretação. O filme em questão, um clássico dos tempos em que o género terror tinha uma matriz muito marcada na cinematografia, conta a história de um louco, filho de um torcionário da Inquisição. No climax final, este coloca a sua vítima preso numa mesa colocada num fosso, fazendo descer lentamente um pêndulo com uma lâmina (ou serra) que a mataria.
Lembrei-me do título e do filme a propósito da situação que se vive no Sporting. Já não estamos no tempo institucional do Tribunal da Inquisição, mas não deixamos de viver tempos inquisitoriais. Usando o filme enquanto simbologia, o Sporting e a sua Direcção eleita há um ano, sempre teve sobre a cabeça, um cutelo bem afiado e que vai descendo a cada desaire da equipa de futebol, que é a face mais visível e mais apropriada para se fazer contestação.
O Sporting e a sua Direcção eleita há um ano, está dentro de um fosso que não contruiu e no qual entrou para tirar de lá o Clube. E com muito esforço tem escalado o fosso, mas quando olha para cima não vê apoio, mas o pêndulo afiado a descer, movido por "loucos" assombrados por fantasmas.
Os que contestam a Direcção eleita, praticamente desde o dia da sua eleição, são na sua maioria despeitados pela demissão de uma pessoa, que continuam a adorar como um salvador (e de quem gostam mais do que do Sporting) , mesmo perante as evidência das suas malfeitorias. Os que no estádio, grupos organizados, vulgo claques, que insultam o presidente eleito do Clube, apenas são movidos pelos seus interesses, as mordomias que perderam.
Podemos e devemos acompanhar a acção da Direcção no seu exercício. É lícito usar o direito de crítica com intuitos construtivos. Do que observo concluo, que o Presidente cometeu alguns erros, sobretudo na área do futebol profissional, onde me parece existir uma estrutura frágil e pouco experiente. A falta de uma comunicação clara, objectiva e frontal sobre a vida do Clube, não tem contribuido para um conhecimento da realidade presente e futura.
Esta situação criticável, nada tem a ver com a campanha organizada de oposição de terra queimada, por um grupo que mais do que o Sporting, lhe interessa que o caos se instale para disso tirar dividendos, e numa situção limite, ressuscitar um passado que destruiu a identidade secular do Clube. Mesmo considerando que a época foi mal preparada, e que é preciso fazer mudanças, o Sporting precisa de tranquilidade e de estabilidade.
Uma coisa é certa. Enquanto o Sporting não sair do fosso e não deixar de ter o pêndulo sobre si, não vai ganhar nenhum campeonato, nem agora nem daqui a mais dezassete anos. E os que pensam que estamos em situação de andar a brincar aos presidentes, estão totalmente errados. Esta contestação concertada e revanchista e vou dizê-lo com todas as letras, não passa de uma criancisse de gente sem dois dedos de testa.
Espero que haja adeptos (e tudo me leva a crer que há) com tutano e bom senso, que percebam e contrariem esta campanha orquestrada para fazer regressar o passado que foi largamente rejeitado, para bem do Sporting. Espero que como na história de "O poço e o pêndulo", as pessoas sérias, honestas e lúcidas, parem o pêndulo e acabem com a loucura que pretende destruir o Sporting.
PS: Depois de escrever este texto tenho assistido a cenas lamentáveis no estádio e fora dele, que não podem fazer parte da matriz do Clube. Eventuais erros de má preparação da época, não podem servir de arma de aremesso. O que se tem visto no estádio com grupos de arruaceiros organizados, não para ver futebol, mas para insultar órgão sociais e atletas não se pode admitir. Quem exerce de direito o poder tem que agir. A nossa equipa precisa, mais do que nunca, de apoio para levantar o seu ânimo.
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