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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Europa criou o maior toxicodependente de todos os tempos. E ainda não lhe chega.
FC Porto e Sporting focam-se na teia de poder do Benfica, que julgam ameaçá-los e excluí-los. O Benfica, maquiavélico, imagina-se realeza e candidato (candidato único!) a um lugar na mesa dos ricos da Europa, ou pelo menos às migalhas que eles deixarem cair, neste golpe de Estado à Erdogan que as quatro grandes ligas puseram em andamento na UEFA.
A Liga não consegue sair das conversas à Octávio Machado e do dossiê retretes de balneário, assembleia sim, assembleia não. E a FPF delira com o sucesso das selecções nacionais, como todas as federações fariam, porque não me lembro de nenhuma que pensasse para além disso. São os quatro mundos à parte em que vivem as maiores instituições do futebol em Portugal, enquanto o verdadeiro futuro do campeonato português e a expressão internacional dos clubes vão sendo obliterados, às pazadas de 50 e 80 milhões de euros injectadas nas veias roxas e salientes do maior toxicodependente de todos os tempos, que é o futebol europeu.
Confirmado, e reconfirmado, o efeito inflacionista dos últimos contratos televisivos das ligas inglesa (sobretudo esta) e espanhola, cada transferência alucinada e cada salário demencial são atentados aos países pequenos e vistos gold para o banditismo descontrolado que tomou conta da FIFA, das transferências, talvez da Federação espanhola e sabe-se lá de mais quantos organismos. O Manchester City gastou 183 milhões de euros em três laterais (dois para o mesmo lado, obviamente) e um guarda-redes. É monopólio, açambarcamento, obscenidade, luxúria, descaramento, cegueira, degradação, inconsciência. Mas parece que no futebol do século XXI só se encontra dois tipos de pessoas: os demasiado espertos e os que pensam que são espertos o suficiente.
José Manuel Ribeiro, jornal O Jogo
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