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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
O principal problema do Sporting não é o presente, mas sim o futuro. O presente é o que é e não vai melhorar de forma substancial no imediato, mas o futuro próximo está em aberto e precisa de definições claras e rápidas para que o clube não entre numa espiral descendente que possa colocar em causa a estabilidade leonina por muitos anos, como aconteceu ao Benfica no pós-Vale e Azevedo.
Parece claro que Bruno de Carvalho não tem condições para se manter como presidente do Sporting. Seria no mínimo bizarro que depois de ter aberto guerra contra os jogadores, o treinador, os adeptos e alguns dos elementos da direcção, para além de todos os que foram identificados como "inimigos externos", que o actual líder leonino se mantivesse no lugar.
Não será fácil apagar todos os insultos e ataques que fez nos últimos dias, colocando em causa a liberdade de expressão e o direito à indignação dos jogadores, sócios e adeptos. Alguns deles, apoiantes desde o primeiro momento que sempre o defenderam mesmo nas suas diatribes mais insólitas e inconsequentes, pedem com insistência ao presidente para se afastar do lugar porque entendem que já não tem condições para representá-los tendo em conta que se colocou num patamar inatingível de falta de lucidez.
Esse é de resto o principal problema do líder dos leões, a ideia peregrina de que está ungido com um direito divino que impede que seja criticado. Aquilo que afinal sempre fez a tudo e todos, antes de chegar à presidência e depois de ocupar o lugar. A actual situação é culpa do próprio Bruno de Carvalho. Legitimado e reforçado pelos resultados eleitorais, e da última Assembleia-geral, nada faria prever que o presidente do Sporting criasse este vendaval sem precedentes no futebol profissional do clube, colocando em causa toda uma época futebolística que ainda não terminou e onde a principal equipa mantém vários objectivos em aberto.
O Sporting precisa de um líder e não de um caudilho. De alguém que pense primeiro nos interesses e objectivos do clube e só depois nas suas ambições pessoais. De alguém que saiba formar uma equipa forte de gestão, que saiba delegar poderes e definir metas e objectivos para cada um dos elementos da direcção. De uma pessoa com um projecto, uma ideia de futuro e uma noção clara da importância de representar um clube com os pergaminhos dos leões. Que seja respeitado e que obrigue a que se respeite o clube, sem recorrer ao insulto, à difamação ou à intriga. De alguém que saiba definir prioridades imediatas e estabelecer metas de médio e longo prazo, assentes numa estrutura estável, profissional e competente, sem ansiedades estéreis.
Artigo da autoria de António Esteves, jornalista, RTP Notícias
***Agradecemos a gentileza da referência do nosso leitor LEÃO DA GUIA.
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