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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Islam Slimani viveu no Sporting a sua época de ouro, a de 2015/16, com três dezenas de golos. Seguiu para o Leicester, jogou emprestado na Turquia e no Mónaco, abandonou o Lyon sem deixar saudades – apenas quatro (!) remates certeiros nas 30 partidas em que participou – e regressou a Lisboa, julgava-se, para relançar a carreira no único clube em que foi feliz desde que partiu da Argélia natal, no Verão de 2013.
Seis anos depois, a imagem que dele ficara em Alvalade resistira à erosão do tempo. O seu estilo generoso e batalhador, uma espécie de Paulinho mas mais eficaz na cara do golo, permanecia na memória dos sportinguistas e a sua volta a casa foi saudada com grande entusiasmo. E Slimani correspondeu com golos: quatro em 15 dias.
Quando o Sporting parecia ter finalmente reforçado o seu ataque – em que a quebra de rendimento de Pote era contrariedade inesperada – eis que Slimani entendeu talvez que a sua popularidade junto dos adeptos e o filme do reencontro com Paulinho, o roupeiro emblemático do leão, bastariam para fazer dele a referência de tempos idos, com lugar garantido na equipa. Não percebeu que o Sporting mudara e esticou a corda. Permitiu que o entusiasmo da chegada se esfumasse e que a vontade de trabalhar no limite – que está na origem da ‘nova vida’ do futebol dos leões – fosse coisa boa para novatos e não para um veterano da guerra, à beira dos 34 anos.
Rúben Amorim, pese a relativa inexperiência (?), sabe há muito que sem pulso forte não há grupo de trabalho que consiga cumprir objectivos. E é para isso que lhe pagam. Daí que tenha sido implacável e feito o que lhe competia, seguramente numa conversa que não foi a primeira sobre o tema: informou Slimani que tem que ir viver do nome para outro lado porque no Sporting a oportunidade perdeu-se e o seu tempo esgotou-se. Com todo o respeito pelo avançado argelino, só se pode aplaudir a decisão do treinador, que diz, aliás, muito sobre a sua capacidade de liderança. E como Portugal, da política às empresas, está carente de pessoas como ele!...
Artigo da autoria de Alexandre Pais, em Record
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