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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
O presidente Bruno de Carvalho parece estar a dar uma volta de trezentos e sessenta graus no seu comportamento público, enquanto presidente do Sporting. Estão nessa linha as suas últimas declarações depois do empate em Guimarães: “a culpa é minha”. Esta assunção de culpa é, não muito usual e algo estranha. A ser sincera, mostra que, finalmente, Bruno de Carvalho parece ter percebido que a função de presidente, implica assumir responsabilidade do que de bom ou de mau acontece na instituição a que preside. E por esse reconhecimento merece ser elogiado.
No entanto, nem sempre foi essa a sua atitude. No seu currículo de dirigente leonino existe um longo histórico de sacudir a água do capote. Um dos casos mais gritantes está relacionado com a sua reacção após o jogo, com a mesma equipa, no campeonato de 2014/2015, depois de uma derrota gorda. Ao invés de assumir a sua quota de responsabilidade e dar o apoio à equipa, aproveitou a situação para acusar os jogadores de falta de profissionalismo, através das redes sociais. Também aproveitou esse resultado negativo, para iniciar o processo de despedimento do treinador Marco Silva, numa saga que ficou conhecida como a "operação Zé dos tachos”.
Dois pesos e duas medidas revelam impreparação para as funções que desempenha? Ou uma mudança de estratégia provocada pela proximidade de eleições? Ou a hipótese de ter uma dupla personalidade? Ou todas as hipóteses? Se acrescentarmos declarações recentes, pronunciadas num encontro de sportinguistas e publicadas na imprensa, talvez se encontre algum sentido nesta aparente mudança. Com efeito, o presidente Bruno de Carvalho terá mostrado uma imagem de tolerância inusitada. Tanto mais, que sobre o processo eleitoral, terá referido que isso é assunto que não o preocupa neste momento, o que significa assumir a expressão muito conhecida “que se lixem as eleições”. Contudo, disse ainda que já existia Sporting antes e que continuará a existir depois de Bruno de Carvalho. Grande verdade. Mas ironicamente acrescenta que o Sporting ainda existe devido à sua intervenção.
Em conclusão, embora me agrade este propalada mudança para o bom senso, não consigo perceber se corresponde à sua verdadeira natureza, ou se não passa de uma incoerência forçada pelo espírito de sobrevivência.
... Ou possivelmente uma proclamação antecipada do espírito natalício.
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