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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
(1) Expressão do título, "roubada" ao Leão do Norte.
(...) Quando se apaixona um apaixonam-se (quase) todos”... escreveu o Leão do Norte, a propósito da relação dos adeptos com o treinador Rúben Amorim. Concordando com a sua análise, quero, um pouco por antítese, sublinhar o quase.
Mas antes de dar mais corpo a esse sublinhado, quero fazer um pouco de história, porque a memória é muito curta. Quando o presidente Varandas foi buscar Amorim, o Sporting estava a bater no fundo, no que diz respeito ao estado do futebol profissional, De treinador em treinador, de plantel em plantel, de contestação em contestação, e afins, não se via uma luzinha sequer, mesmo ténue, ao fundo do túnel. O espaço de manobra da Direcção estava a encurtar, mesmo entre os mais pacientes.
A contratação de Amorim teve de imediato a crítica acrítica dos contestatários habituais. Nada que não fosse esperado. Mas mesmo os mais moderados, criticavam o elevado preço pago para o trazer para o Sporting. E alegavam que era muito dinheiro por um técnico pouco experiente e sem as devidas qualificações. Tive oportunidade de escrever, na altura, que a contratação de Amorim era arriscada, mas de risco calculado. Tinha mostrado, no pouco tempo que treinou o Braga, que estava ali em potência um grande técnico. E ou se contratava pelo valor exigido ou se perdia, como aconteceu com outros.
Hoje, comprova-se, que depois de um leque de erros, Varandas estava certo. Amorim está a fazer uma revolução no Sporting, ousando promover jovens quase desconhecidos, e que já se valorizaram. Além disso, estou certo que teve “dedo” nas contratações cirúrgicas que reforçaram o actual plantel. Estou até convicto que aquando da sua contratação, Amorim aceitou-a, perante condições previamente acordadas. Por outro lado, aplicou a receita que sempre defendi como fundamental. E independentemente do resultado final, é uma aposta ganha, embora esteja um pouco preocupado com o excesso de euforia que por aí campeia. Temos de ter a consciência, que neste momento, somos a melhor equipa, mas não temos o melhor plantel.
Ainda bem que Amorim conseguiu dar início ao processo de unir a nação sportinguista com excepção dos tais “quase”. Os “quase”, para além das bases brunistas em negação para a eternidade, é composta por gentalha que tem abertas as portas da Comunicação Social. Aproveitando a base de cultores da personalidade, continuam com um objectivo: tomar conta do Sporting. Esses “quase” não apreciam Amorim. Está a estragar-lhes os planos.
Quero falar de um “quase” em particular, mas que simboliza todos os outros. Refiro-me ao treinador Augusto Inácio. Numa recém-entrevista, onde se assumiu como candidato à presidência do Sporting CP, aproveitou por criticar Varandas, a propósito deste ter dito, durante a campanha eleitoral, que revelaria informações sobre um jogo com o Benfica que contribuiu para a perda de campeonato. Esta crítica não é nova, é uma espécie de cartilha que circula por aí, à falta de outro argumento contestatário.
Ora a minha questão é: que poderia saber Frederico Varandas, um simples médico, que não soubessem membros da Direcção demitida, incluindo o próprio Augusto Inácio. E se assim era, porque nunca apresentaram a suposta “bomba” durante três anos? Porque vão repescar agora essa afirmação, que foi dita em contexto eleitoral, e que não me lembro de ser utilizada antes? A minha primeira conclusão é simples. Estão a sentir fugir-lhes o chão debaixo dos pés. A outra conclusão é que se estão lixando para o Sporting CP.
Termino com um muito simples conselho: se gostam do Sporting, deixem de ser “quase” apaixonados, e juntem-se de corpo e alma ao Clube, porque todos somos necessários. É esse o lugar dos amantes. Quando houver eleições apareçam com as suas propostas, e até com as habituais lavandarias de “roupa suja”. Faz parte. Mas até lá, não levem os adeptos a duvidar que sejam sportinguistas. É pouco inteligente.
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