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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Escrevo esta crónica após dias a ouvir e a ler que a contratação de Cristiano Ronaldo pela Juventus estava "por horas". Vou admitir, assim, que o leitor continue hoje à espera daquela que será uma boa notícia para a Juventus FC e ainda para Jorge Mendes, mas péssima para o Real Madrid e para o craque português.
Para o clube da capital espanhola porque renuncia, estupidamente, à sua maior referência, um jogador na plena posse das raríssimas capacidades que o tornam único e que marcou, em nove épocas, 451 golos em 438 jogos – proeza irrepetível. Para Cristiano porque perderá "na secretaria" o seu épico duelo com Messi, baixando "três escalões desportivos", como escreveu Juanma Rodriguez, na "Marca". E indo para um futebol decadente, que falhou o Mundial e reduziu para metade o talento de João Mário – só para dar um exemplo que esteve há pouco à vista de todos.
Implacavelmente marcado, Cristiano bem pode dizer adeus à média de um golo por jogo! Aliás, a opinião de Lothar Matthaus, lenda do futebol alemão, em entrevista à La Gazzetta dello Sport dispensa comentários:
"O campeonato italiano já não tem o nível do passado. Creio que Cristiano Ronaldo não sairá, joga no melhor clube do Mundo, com o qual ganhou tudo. Não vejo porque deveria ir para a Juventus. O estilo de futebol italiano não é para Ronaldo. Todos estariam dependentes dele, o jogo em Itália é mais defensivo e ele perderia rapidez".
Serão os interesses, legítimos, de Jorge Mendes a ajudar Cristiano a cometer o maior erro da carreira e talvez da vida?
Alexandre Pais, jornal Record
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