Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]
Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Desde bastante jovem que sou um leitor compulsivo de jornais, de carácter noticioso genérico, desportivo ou outros. Habituei-me, desde então, a identificar a linha editorial de um jornal e a depreender, através de uma leitura crítica e informada, a veracidade das notícias. Sempre considerei que a vida e os acontecimentos constam nos jornais e que não adianta fugir da realidade, mascarada ou não.
O Sporting há muitos anos que não tem o que normalmente se chama de “boa imprensa”. Apesar de muitos sportinguistas apoiantes de Bruno de Carvalho pretenderem fazer crer que resulta de animosidade para com o actual presidente do Sporting, a verdade é que se trata de questão muito mais antiga. Ainda me lembro de quando o Mundo Desportivo procurava rivalizar em vendas com A Bola na década de 1960 e o clube de Alvalade não estava nas boas graças desses jornais.
Mas, afinal, também a imprensa desportiva “e pur si muove”, como terá afirmado Galileo Galilei a propósito do movimento da Terra depois de condenado no Tribunal do Santo Ofício. No jornal Record há uma nova orientação editorial, evidente em artigos de opinião, no tratamento das notícias referentes ao Sporting, na composição da primeira página e no acesso privilegiado a fontes de informação leoninas. O artigo de Mário Carneiro, da WL Partners e director de comunicação do Sporting, publicado ontem no jornal reflecte a actual linha editorial.
Creio que não há razão para grande espanto no que se refere à alteração da linha redactorial do jornal. Álvaro Sobrinho e família (os Madaleno) são proprietários de parte da Cofina, por sua vez detentora do Record. Por outro lado, Álvaro Sobrinho (Holdimo) é possuidor de quase 30% das acções da SAD leonina, mas com as injeções de capital que entretanto realizou (ou que estão previstas) aproximar-se-á dos 40% do capital da SAD sportinguista. Trata-se, também, de incrementar as vendas do jornal e garantir a sua sobrevivência financeira.
Uma das primeiras acções de João Morgado, da WL Partners, quando entrou em funções como “gestor de crises” do Sporting foi acompanhar Bruno de Carvalho numa visita ao Record. O resultado está vista, temos um “novo” Record e, agora, o seu director está livre de ser enxovalhado em directo na Sporting TV.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.