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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Em plena e prematura campanha eleitoral, hoje foi a vez do Eduardo Barroso dizer na "Bola" que existe um “novo Sporting” ("Sporting Clube de Carvalho" como lhe chamou o outro adepto que faz a ligação do Bruno com os sócios segundo o próprio Carvalho).
Barroso foi ao ponto de dizer que o “novo Sporting” exige que o Bruno Carvalho esteja no Sporting tanto tempo como Pinto da Costa ou, no mínimo, como Luís Filipe Vieira. Ou seja o "novo Sporting" exige que sejamos como os outros e sigamos o exemplo de pessoas e métodos que eu não gostava nada de ver em Alvalade, mesmo que ganhem muito, ainda por cima dezenas de anos. Neste "novo Sporting" vale tudo para ganhar como o próprio Eduardo Barroso confessou ao falar na tão falada hoje lavagem de dinheiros.
A arrogância é uma das características deste “novo Sporting” e no que escreve hoje Eduardo Barroso a certeza da reeleição de Bruno Carvalho é um bom exemplo disso: “vem aí um segundo mandato de Bruno Carvalho” disse ele convictamente. Então já nem vale a pena haver eleições! Dizer que este ano vimos em alguns jogos o melhor Sporting de sempre é manifesto exagero populista e até é desrespeitoso para as nossas grandes equipas do passado.
Outra característica do "novo Sporting" é a mentira, demagogia e manipulação. Aqui ninguém consegue chegar aos calcanhares do Bruno Carvalho. Eduardo Barroso insiste neste artigo na tecla que o Sporting ia acabar se não fosse o Bruno Carvalho e isso é, no mínimo, passar um atestado de menoridade a toda a enorme massa de adeptos e sócios do Sporting. Se tivesse entrado outro Presidente podia ter sido melhor ou pior, ninguém o conseguirá dizer com certezas. Destacaria outros pormenores mentirosos no artigo como o dizer que foi Bruno Carvalho que legalizou as claques ou que Jesus apenas prometeu lutar pelo título – o que ele prometeu foi lutar por "todos os títulos" e isso é claro hoje que era mentira pela forma como abordámos as restantes competições.
A segregação entre sportinguistas bons e maus; antigos e novos; elites e não-elites; croquetes e não-croquetes é outra das características do "novo Sporting" tão evidenciadas no artigo de hoje e talvez uma das maiores marcas negativas que Bruno Carvalho irá deixar no Sporting. Não sei porquê mas quando oiço falar em croquetes lembro-me logo do Eduardo Barroso e do Bruno Carvalho (agora menos porque fez dieta). Nunca como hoje vi uma perseguição a todos os que não endeusam o presidente e isso é sinal de grande fraqueza e pouco consentâneo com o debate de ideias / democracia tão características do "velho Sporting" com o que isto traz de bom e de mau.
Uma das características do "novo Sporting" podia ser a concretização da tão falada cultura de exigência, que de facto vimos fugir do Sporting nos últimos anos, mas este artigo veio (tal como o de vários desde o anúncio da candidatura de Bruno Carvalho) preparar-nos para nos conformarmos esta época apenas com o 2º lugar e, mais, dar isso como um grande feito da dupla Jesus/Carvalho. Ainda acredito na vitória e nunca festejarei segundos lugares e aprendi isso: no “velho Sporting”.
Eduardo Barroso ainda fala do crescer na nossa auto-estima e orgulho que é praticamente todos os dias abalado com declarações e atitudes mal-criadas do Bruno Carvalho (ainda ontem a “picar” gratuitamente os nossos adversários com os títulos das modalidades, 2a no twitter a responder ordinariamente a um funcionário do Benfica ou no Domingo a proibir a equipa de andebol de receber as medalhas). O Bruno Carvalho precisava não de "yes-men" e graxistas à sua volta, como este Eduardo Barroso, mas alguém que o fizesse ver que o nosso clube deve ser respeitado e não infantilizado. Infelizmente os poucos que rodeavam Bruno Carvalho que o podiam ajudar nisto afastaram-se, o que não me admirou.
A verdade é que cada vez mais estamos parecidos com o Benfica nesta deriva lampiónica do "novo Sporting" que há muito aqui alerto – ao menos que com isso viessem os títulos de campeão ou, no mínimo, a exigência de lá chegarmos, especialmente num ano em que saímos tão prematuramente de todas as outras competições e no qual fizemos uma tremenda aposta financeira no curto prazo aproveitando a fraqueza de um Porto em depressão e de um Benfica em renovação.
P.S. 1: Ontem o resultado razoável e a boa exibição do Benfica foram o pior que podia acontecer ao Sporting. Vão em principio ser eliminados na mesma e ficam descansados para o campeonato, mas sairão de cabeça erguida, num Estádio cheio e com uma série de jovens a crescer em confiança e personalidade. Até o Jonas vai poder descansar para o campeonato porque foi suspenso.
P.S. 2: Há vários sportinguistas desconfiados do árbitro Capela no jogo de Coimbra. Mas o treinador e Presidente do "novo Sporting" não devem partilhar dessa opinião pois, depois de uma das arbitragens mais vergonhosas que eu já vi, um considerou-a “limpinha, limpinha” e o outro não foi além de dizer que “achava que iam estar três grandes equipas em campo, mas saí com a nítida sensação que só estiveram em campo duas grandes equipas”.
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