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O Papa e o Cardeal - sem moral

Naçao Valente, em 15.05.19

 

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A nossa memória é muitas vezes demasiado curta e outras tantas demasiado selectiva. Isso explica que do passado, até de um passado muito recente, já não haja memória. Ou tem-na apenas do que lhe interessa, a dos títulos conquistados, seja como for.

 

O sr. Pinto da Costa é muito mau exemplo do apagão selectivo. Até terá alguma razão em relação aos erros de arbitragem que têm beneficiado, nesta recta final do campeonato, o Benfica. Tem seguramente, mas esquece que o seu clube também os tem tido. E se perder o campeonato, deve lamentar o facto da sua equipa ter adormecido na forma, quando não devia. Se assim não tivesse sido, seria campeão, por mais padres e rezas que houvesse.

 

Seja como for, o sr. Pinto da Costa é a última pessoa a ter o mínimo de moral para falar de padres e missas, quando se sabe que teceu uma ardilosa teia, com acólitos bem ordenados, para controlar o futebol em Portugal. E não fosse a nossa justiça o que é, forte com os fracos e fraca com os poderosos, não estaria ainda o sr. Pinto da Costa no lugar que ocupa. Assim continua com a sua verborreia irónica a fazer homilias para os seus fiéis.

 

No outro prato da balança, está o seu admirador/seguidor, que se limitou a doutrina do  mestre, com o desejo ardente de o ultrapassar. O sr. Luís Filipe Vieira não lhe fica atrás na ambição de dominar o mundo do futebol. Não fez uma teia porque dava muito nas vistas, e optou por criar labirintos no mundo subterrâneo. Os processos podem ser diferentes, mas os fins acabam por ser idênticos. Personalidades distintas mas iguais num aspecto: a falta de seriedade.

 

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A falta de seriedade domina o mundo. E todos os que teimam em ser sérios são, como dizia alguém, "comidos de cebolada". Como a religião fez em tempos idos no mundo ocidental, e ainda faz em certas regiões, o segredo, mal guardado, está em fanatizar os fiéis, e controlar o sistema, para disso tirar proveito. 

 

Nos tempos que correm, o futebol assemelha-se, nos seus princípios, a uma nova religião. A fanatização dos adeptos, incutindo o ódio ao diferente e a submissão total aos dogmas, é prática corrente, e em escala menor ainda leva a guerras e mortes. 

 

Em análise final, temos dois grandes "cardeais" com o seu oculto cortejo de "padres". Um mais velho, mais matreiro e que perdeu um pouco o controle da nova "religião" e outro que lhe disputa o terreno, viajando arrojadamente pelos esgotos da esperteza saloia, para emergir no lugar certo na altura mais adequada. Estão bem um para o outro. Nenhum tem moral para exigir o mínimo de moralidade. Enquanto estas "igrejas" dominarem, o futebol português não será uma coisa séria.

 

publicado às 05:04

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101 comentários

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De Naçao Valente a 15.05.2019 às 14:00

Estamos a discutir esquemas para dominar o futebol e não fait divers. No meu clube não há disso.
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De Sel a 15.05.2019 às 15:01

"fait divers"? Realmente a clubite tem efeitos devastadores na capacidade de discernimento de certas mentes.
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De Naçao Valente a 15.05.2019 às 16:18

Sel,
Tenho muitos defeitos, mas nesse da clubite está completamente errado. Se o meu clube for envolvido num processo com a dimensão do Apito Dourado, ou do Toupeira, sou o primeiro a condenar essa prática com toda a veemência. Digo-lhe mais, quando ganhar quero que seja com honestidade. Tenho esta mania de ser sério, mas isso pelos vistos é um defeito.
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De Sel a 15.05.2019 às 17:40

"quando ganhar quero que seja com honestidade". Esta frase tranquiliza a auto-consciência. Dizendo esta frase, qualquer adepto de um clube não ganhador fica automaticamente banhado por uma autoridade moral reconfortante.
Indo à sua resposta, em que é que o Processo E-toupeira beneficiou desportivamente o Benfica (isto num pressuposto de que o Benfica poderia ter tido conhecimento da informação)? Por coincidência, só depois desse esquema ter sido descoberto é que a equipa do Benfica começou a recuperar pontos no campeonato. Ou seja, se se tentasse encontrar alguma correlação entre o eventual crime e o desempenho desportivo, ela teria sido negativa. Isso não quer dizer que não se investigue a fundo esse e outros actos menos lícitos e se puna os infractores com justiça. Não sei se haverá vontade em descobrir os esquemas que BdC criou. Estou convencido de que o cashball é só a ponta do iceberg. Suspeito de que existe tanto excremento criado pelos 3 grandes que tudo ficará esquecido na morosidade das investigações. Até porque também estou convencido de que grande parte dos adeptos de cada um dos clubes desculparia as tropelias do seu próprio clube. Aliás, quando olho para a designação "fait-divers" fico ainda mais convencido disso.
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De Naçao Valente a 15.05.2019 às 19:26

Sel,
A frase citada diz o que penso e o que diz dizer. O que vai para além disso são interpretações pessoais. Sou sportinguista e com orgulho, mas com humildade. Veja a história do meu clube e depois decida se quer atribuir-lhe ou não o epíteto de ganhador. De qualquer modo, não deixa de ser uma apreciação subjectiva, em função das convicções de cada um.
Embora não lhe deva explicações, quero esclarecer que o meu texto foi motivado por um assunto que está na ordem do dia na comunicação social e pretendi abordá-lo (se consegui ou não é outro assunto) na perspectiva da falta de vergonha dos dirigentes desportivos em causa.
Se para argumentar não tem mais nada para dizer do que desviar o assunto para casos do meu clube, uns já mortos e enterrados, outros em apreciação, sem qualquer, até agora, conclusão que o incrimine, presumo que não lhe interessa discutir o que está em causa.
Volto a acentuar o que já disse muitas vezes. Se o meu clube estiver implicado com ilícitos que ponham em causa a verdade desportiva, assumo, e repudio veementemente.
Referi no meu texto o que considero a natureza do adepto, mas que fique claro que existem excepções em todos os clubes.

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