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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Nesta parte da entrevista concedida ao Record, Frederico Varandas abordou vários temas: a contestação, o ataque a Alcochete, as arbitragens, as claques, a bomba dos ilícitos fiscais e os casos judiciais, entre outros. Saliento a ideia expressa de que se o Sporting enveredar por eleições todos os anos, não conseguirá sobreviver. Compreendo a afirmação, no actual contexto, e na sua relatividade, mas não acredito que o Sporting não venha a sobreviver. É uma importante e centenária Instituição com milhões de adeptos, e enquanto assim for, continuará. Mas continuará na degradação que tem vindo a viver.
Compreendo, assim, esta dramatização do presidente. Nem o Sporting, nem nenhum clube terá futuro numa instabilidade permanente. Nenhum clube será credível num negócio em que tem de mostrar consistência directiva, e garantir a confiança dos meios financeiros. Querer derrubar um presidente do Conselho Directivo apenas porque em determinadas e pontuais circunstâncias, a bola bate no poste ou na trave e não entra, é um disparate, uma irresponsabilidade, um crime de lesa Clube, que precisa de ser travado.
Desde há uns anos que grupos e movimentos minoritários foram ganhando poder, sendo pontualmente responsáveis por quedas de Direcções a fazer bom trabalho, ou até a queda de treinadores com potencial. Estes ditos elementos têm-se sobreposto a direcções eleitas democraticamente, procurando a governância de uma forma paralela o Clube. Um atrás de outro, presidentes eleitos vão caindo, sem terem tempo de implementar um projecto de futuro. Ou se põe um travão a esta deriva populista e demagógica, ou o Sporting irá de derrota em derrota.
Não é democrático nem sequer justo que três ou quatro centenas de sócios, como refere o presidente, possam marcar assembleias gerais com total leviandade. É absurdo que 0,5% de associados consiga paralizar o Clube por este processo. Tem de haver uma revisão dos Estatutos que ponha fim a este patente desvario. O Sporting é dos sócios e dos adeptos, não de uma minoria ruidosa, mas insignificante.
A alteração dos Estatutos que é prevista por esta Direcção há muito que já devia estar em andamento. A requisição de assembleias gerais por dá cá aquela palha, por um número reduzidíssimo de votos, pode tornar o Sporting CP ingovernável, por grupos minoritários, alguns alienados, que o que menos lhes interessa é a sua sustentabilidade. A introdução do voto electrónico que permita a todos os sócios poder votar, era para ontem. Urge mudar os Estatutos.
No meio da podridão que é de facto o futebol português, o Sporting e os sportinguistas, os que realmente o são, devem ter bastante orgulho de não ter as mãos sujas por processos judiciais de corrupção, incluindo os que estão na ordem do dia, relacionados com fugas ao fisco. Neste panorama, o Sporting CP é um Clube exemplar. Não é como disse alguém um Clube de malucos. Mas corre o risco de o ser se não travar os malucos que andam à solta a conspurcar a sua imagem.
O Sporting sobreviverá porque é muitíssimo grande, em todos os sentidos. Mas é preciso assumir que o deveras infame recém-passado apenas deve subsistir como má memória e ensinamento para o presente e para o futuro. A minoria ruidosa que confunde o Sporting como uma mera quinta de uma qualquer "religião" com o seu deus, não pode ter nas suas mãos o poder de destabilizar quando lhes apetece. Pela sobrevivência, pela recuperação do prestígio, dentro e fora dos relvados.
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