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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
O Sporting Clube de Portugal é um clube desportivo, não é uma religião. O seu estádio é lugar para competir, não é uma igreja, muito menos uma catedral. Os seus simpatizantes são adeptos, não são fiéis religiosos.
Este é o Sporting que conheço, sempre conheci, e que corresponde à intenção dos seus fundadores. Mas há meia dúzia de anos, houve uma tentativa travada de transformar o Clube numa seita religiosa com o seu "deus", os seus santos, os seus altares, as suas rezas, os seus dogmas, os seus fiéis e os respectivos infiéis.
Todos se lembram da adoração ao suposto "deus" nas suas voltas dentro do "templo" para receber a adoração dos sempre fiéis. Todos se lembram das suas homilías, da excomunhão dos contestatários, da pregação da guerra. Todos, os que têm memória, se lembram da utilização dos ecrans do estádio para se glorificar, sobrepondo a vida privada ao próprio Clube.
A transformação do Sporting numa religião falhou. O falso "deus" voltou à sua condição de mero humano, da qual nunca devia ter saído. Mas os seus seguidores continuam a adorá-lo, não obstante a clara evidência da sua condição humana. Estão presentes na contestação permanente à actual Direcção. Manifestam-se na rua, no estádio, nas redes sociais,com a mesma fé na "divindade" do seu ídolo.
E mesmo que não tenha feito o milagre de ganhar um grande título, acham que fez tudo bem, porque os deuses são perfeitos e incontestáveis. Ouço-os e pasmo... Dizem: 'não ganhávamos, mas jogávamos bom futebol. O estádio estava sempre cheio. Os adeptos estavam felizes. Os infiéis derrotados. Títulos para quê? Isso é coisa de vida terrena. A nossa glória está no além'.
Há quem diga que o futebol aliena... Alienará. Mas a religião assumida de uma forma fundamentalista, aliena completamente. Os seguidores incondicionais de falsos deuses, perdem a capacidade cognitiva para distinguir o real do imaginário. E vão continuar presos na sua alienação.
É o que faz um grupo de associados que recolhe assinaturas para demitir a Direcção, sem se conhecer, pela parte desta, qualquer infracção aos Estatutos. O objectivo é claro: repor a situação vigente durante o período de desvio da essência do Clube. Se assim não fosse esperavam pelo próximo acto eleitoral para se apresentar a sufrágio.
Estas e várias outras iniciativas podem não passar de fogo fátuo. No entanto, causam perturbação e desgaste. Minam a unidade. Complicam a recuperação. Não pretendem que o Sporting seja vivido como um clube desportivo, e tudo farão para que volte a ser uma religião.
Cabe aos sócios não alienados, ou que se libertaram da alienação, não dar espaço a mais desvios. O Sporting tem de ser o que sempre foi, um clube desportivo, com altos e baixos, mas com potencialidades para continuar a ser uma referência no desporto português e internacional.
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