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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
A chamada Silly Season é fértil em "compra e venda" de jogadores. Na comunicação social, todos os dias se anunciam as mais desvairadas transferências. Algumas concretizam-se, a maioria não. Sem fazer uma análise muito rigorosa, mais de noventa por cento não passa de especulação. O facto é que essas notícias, alimentam jornais e programas de desporto televisivo durante horas e horas. É o "lumpen" marginal que vive da indústria do futebol.
A anunciada venda de João Mário é mais um capítulo da novela das transferências garantidas por uns, e desmentida por outros. Já foi, vendido e revendido muitas vezes. Consta nesses “mentideros” que está negociado com o Inter de Milão. A ser verdade a sua venda, ou ao que agora se diz o seu empréstimo, será o primeiro grande negócio de um clube que tem dito que não está vendedor. Nada a que não estejamos habituados no mundo do futebol. Parafraseando Pimenta Machado “o que hoje é verdade amanhã é mentira”.
Mas a saída de João Mário do Sporting, que tem estado na ordem do dia, e que já originou aceso debate aqui no Camarote, leva-me a fazer, para além da especulação inerente, algumas considerações, sobre as razões da sua eventual mudança, assim como do mérito da mais valia que daí resultará para o clube. Num país como Portugal e num clube como o Sporting, a formação e a rentabilização de activos é uma forma normal de conseguir receitas. Ponto. A oferta de valores acima de trinta milhões, é um valor muito alto para a realidade dos nossos clubes para poder ser recusada, mau grado as cláusulas de rescisão estratosféricas. Portanto, a conversa do Sporting não ser vendedor é música para adormecer papalvos. Além disso, não se pode deixar de considerar a vontade do jogador, assim como a evolução da sua carreira.
Outra questão que divide os adeptos é a discussão sobre a quem se devem entregar os louros do provável negócio. Esses louros, como tenho visto escrito pelos indefectíveis da infalível Presidência BdC, não se devem, especificamente, a esta como a qualquer outra Direcção. Devem-se a todas, desde a que captou o jogador, até à actual que fez a previsível venda, passando por aquelas que fizeram a sua formação. E aqui se incluem “olheiros”,dirigentes técnicos. Muita gente, incluindo, croquetes ou pastéis de bacalhau. Foi graças a este longo processo, que o atleta, desenvolvendo capacidades intrínsecas, se tornou naquilo que hoje é. Em suma não é "produto espontâneo" de quem chegou agora ao clube. Para bom entendedor.
Do mesmo modo, o seu valor não se deve aos bonitos olhos deste ou daquele dirigente. O seu preço é-lhe atribuído pelo mercado, em função das suas prestações. E se vale cinquenta milhões é porque há quem ache que faz bom investimento ao comprá-lo por esse dinheiro. Não há nenhum dirigente por mais iluminado que seja a quem se possa dar a exclusividade deste possível bom negócio. É um negócio do Sporting Clube de Portugal e quem o fizer em sua representação, não faz mais que a sua obrigação. É para isso que são pagos.
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