Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]
Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Nem a Liga nem a FPF negociaram direitos de transmissão. Nessa altura é que se discute com os operadores quem joga ao sábado e quem joga ao domingo.
Intercalar o calendário da UEFA com as ligas nacionais é um drama bem conhecido e requentado, que já ouvimos, e voltamos a ouvir, interpretado por tenores como José Mourinho ou Arsène Wenger. Em Portugal, as queixas das equipas que jogam a Liga Europa à quinta-feira são tão frequentes como inevitáveis.
Se houver um tampão das selecções nacionais na segunda-feira seguinte, a margem de manobra é nula, e piora nos casos em que há viagens compridas pelo meio. A desvantagem dos que jogam a Liga Europa atenua-se ao contrário, no tempo de descanso entre o campeonato e a jornada internacional, mas pode dizer-se que são eles os mais flagelados, assumindo que, nesta matéria, não há privilégios. Já todos foram estrangulados, nalguma ocasião, pelo cruzamento da agenda europeia com a portuguesa, que está entregue a uma boa dose de aleatoriedade. O que não é aleatório são as necessidades dos operadores de televisão.
Se os calendários explicam a fatalidade de se jogar amanhã o Sporting-Braga e o V. Guimarães-Benfica, são os direitos de transmissão o motivo de se jogar hoje o FC Porto-Belenenses. Ora, como toda a gente sabe, os direitos de transmissão não foram negociados pela Liga, nem pela FPF, nem pelo Conselho de Disciplina; foram negociados pelos clubes diretamente com as pessoas que, em última instância, decidem quem joga ao sábado e quem joga ao domingo. Esse é que era o momento certo para discutir a equidade desportiva: antes de venderem o direito a impor regras.
José Manuel Ribeiro, jornal O Jogo
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.