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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Depois de há 8 dias ter tentado fazer aqui a cronologia possível dos factos que levaram à situação de ruptura entre Marco Silva e Bruno Carvalho, vou agora tentar ajudar os sportinguistas que, como eu, estão tristes e revoltados com toda esta situação, a perceber o que se está hoje a passar, recorrendo ao que consegui saber:
1) Marco Silva foi despedido por Bruno Carvalho numa reunião alargada que decorreu no dia 22 e que correu muito mal, tendo vindo ao de cima a personalidade narcisista de Bruno com expressões de quase loucura como “O Sporting Sou Eu!”. Esta decisão já havia sido tomada antes do jogo com o Nacional e comunicada ao "inner-circle" e originou a decisão do pedido para convocar a Assembleia-Geral;
2) Bruno Carvalho decidiu, depois da reunião de 2a feira, que iria avançar com um despedimento por justa causa desde logo por não ter gostado da "insolência" manifestada pelo Marco não só na reunião, como nas declarações na Madeira. Acresce que Bruno não quer gastar dinheiro na indemnização, dinheiro que não temos e até para mais tarde não lhe poderem fazer um processo por gestão danosa como o que ele está a fazer a antigos líderes do Sporting e receia que sem uma justificação forte os adeptos não lhe perdoarão esta decisão de afastar Marco Silva;
3) Enquanto trata da questão da justa causa, que o Gabinete Jurídico já alertou não é fácil, Bruno opta por tentar fazer quebrar Marco Silva e provocá-lo a sair por sua iniciativa (com alguma sorte o Marco ainda teria que pagar algo ao Sporting e o Bruno poderia "lavar as mãos" da decisão). Assim, articulado com os seus principais aliados nomeadamente José Eduardo, a dupla Eduardo Barroso/Daniel Sampaio, José Quintela (este muito reticente e já com pouca entrada nos jornais) e os bloguistas/comentadores de serviço de blogs, como alguns que aqui comentam (vários pagos) iniciou uma campanha de difamação do Marco Silva que atingiu o seu apogeu na célebre entrevista e artigo do José Eduardo;
4) Qual não foi a surpresa desta gente quando percebem que esta campanha não pega, nem sequer dentro da própria Direcção. Bruno teve assim que fazer marcha atrás, provisoriamente, vendo que o seu sonho de ser o Pinto da Costa do Sporting se poderia esboroar rapidamente (e não ajuda o facto de não conseguir recrutar para novo treinador alguém que seja consensual em Alvalade);
5) Está-se a assistir agora a uma situação inacreditável como se viu ontem com um louco irresponsável a gozar de toda a situação e, no final de uma exibição esforçada mas fraquinha com resultado bom mas injusto, a festejar exuberantemente numa Taça da Liga que tinha descartado e um homem triste e desiludido, mas a querer fazer tudo pela equipa que o apoia a 100%;
6) Em minha opinião Bruno, tendo falhado as estratégias anteriores, espera agora por um mau resultado já com o Estoril (ou então depois com o Braga) para avançar mais facilmente com o despedimento formal, embora esteja muito atento ao que lhe possa acontecer nesta situação, estando a preparar o “day-after” não para salvaguardar o Sporting, que nunca foi o seu principal interesse, mas para salvaguardar a possibilidade de cumprir o mandato e a obcecação de ser reeleito;
7) Ainda há possibilidade de haver volte-face? Com este Presidente nunca se sabe, quem o conhece sabe que a sinceridade e coerência nunca foram o seu forte e ainda pode ser que venha a público fazer uma prova de amor a Marco Silva. O problema é que ele sabe que está a dar mostras de fraqueza e hoje foi por exemplo gozado com toda a pertinência pelo insuportável Sousa Tavares. Para agravar a situação do Carvalho, do outro lado está alguém que, hoje ainda gosta menos do Bruno do que eu (até porque o conhece melhor) e, na melhor das hipóteses, se este Presidente se mantiver, ficará por cá a ganhar experiência até ao final da época para depois lançar-se noutra aventura, quem sabe se num rival do Sporting que esfregam as mãos de contentes.
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