De J.Pinto a 09.09.2016 às 17:19
concordo com o que diz
Não me incomoda nada que no mundo louco do futebol - o presidente do Sporting receba os tais 10,500€/mês
Já me incomoda um pouco não perceber os restantes valores, muito embora reconheça que possa ser apenas desconhecimento meu
A realidade é que existem muitos outros custos inerentes ao cargo que são reportados sob outras áreas mais generalizadas.
Isso e a abrangência de tantos negócios, mas esta é uma questão a ser analisada por quem de direito.
De Diogo Martins a 09.09.2016 às 17:29
O que o Rui refere é verdade, ainda que haja outro controlo da Autoridade Tributária sobre os mesmos hoje em dia.
Aproveito para saudar este post, porque o nível de escrutínio dos sportinguistas sobre si mesmo é muitíssimo superior ao que acontece nos outros clubes. E isso é altamente meritório.
De J.Pinto a 09.09.2016 às 18:09
"Isso e a abrangência de tantos negócios" isso quer dizer o quê ? comissões - desculpe mas não percebi mesmo ao que se refere com essa expreessão
outros custos - se forem custo de representação - por exemplo viagens etc acho que também faz sentido, mas lá está eu pelo menos estou a leste dessas contas todas e é dificil opinar mais do que isto
Meu caro,
Não vou aqui fazer acusações sem conhecimento de causa, mas quanto acontece que nunca chega a ser informação pública ?
Ficamos por aqui, mas não devemos ser ingénuos.
De J.Pinto a 09.09.2016 às 19:12
não falou, falando
De PSousa a 09.09.2016 às 17:23
Rui,
Quando diz: "jamais aceitaria assumir a liderança de um clube como o Sporting por estes valores." - queria receber mais ou por valor inferior aceitaria o cargo?
Estou de acordo que este é o tema que me preocupa menos.
A ver se temos esclarecimentos logo à noite!
De Diogo Martins a 09.09.2016 às 17:28
Caro PSousa, não sei muito bem o que deva ser esclarecido... Estes valores eram de conhecimento público e foram aprovados em AG.
De PSousa a 09.09.2016 às 17:31
Diogo,
Dei a ideia errada, esclarecimentos no geral até porque o tema "salário de BdC" não me interessa muito.
De Diogo Martins a 09.09.2016 às 17:34
Isso concordo.
Por exemplo, a transferência de Alan Ruiz deveria ser esmiuçada.
Se me dissessem à partida que o custo do jogador era de 8M, não ficaria melindrado, assim como não me melindra que Bas Dost custe 12M.
Mas já acho nebuloso, por exemplo, que a Costa Aguiar receba 0,5M de comissões entre Alan e Federico, bem como o exageradíssimo prémio de assinatura do jogador.
De PSousa a 09.09.2016 às 17:36
Diogo,
Há várias coisas.
Eu enviei um link ao Rui Gomes sobre um comunicado do SCP à CMVM, esse sim eu acho que podemos e devemos ser esclarecidos. Há algumas comissões e alguns jogadores comprados para a "B" que deviam ser esclarecidas.
Pode ir ai sitio da CMVM e ver o comunicado.
SL
Para já, nunca ambicionei o cargo e nunca o aceitaria se me tivesse sido oferecido. Já liderar exclusivamente o futebol é um outro assunto e há muito que aqui escrevi que cheguei a reunir-me com Sousa Cintra nesse sentido. O meu salário nunca seria impedimento, porque eu estava disposto a abdicar dele, no curto prazo.
O Sporting, na altura, não teria capacidade para me compensar ao nível da minha então actividade profissional, no entanto, isso não obstante, o cargo de um CEO desta dimensão deve ser muitíssimo bem remunerado, a exemplo do que acontece em qualquer outra indústria e até na desportiva, em várias modalidades. Poderá ser um conceipto alheio em Portugal.
Quantos milhões recebe o General Manager do Boston Celtics da NBA, do Toronto Maple Leafs da NHL, do New Yankees da MLB e do Dallas Cowboys da NFL ?
De PSousa a 09.09.2016 às 17:37
Está respondido.
Pela sua resposta até acho que o salário de BdC é "curto". LOL
Caro PSousa,
A minha principal questão até não é se BdC recebe muito ou pouco, mas sim que o seu salário, como o de qualquer outro presidente, não é a consideração mais importante.
Além do mais, não podemos perder de vista que este é um Clube com sócios que votam na sua existência. Um fenómeno que, na minha opinião, está condenado a desaparecer um dia. Não será na nossa vida, mas acontecerá.
Mas voltando à questão do Bruno, o importante é o currículo do homem, a sua experiência, o seu carácter e a sua reconhecida capacidade como líder.
Acha, porventura, que um anónimo, praticamente no desemprego, alguma chegaria a assumir o cargo de Presidente ou General Manager em qualquer clube da NHL, NBA, NFL, MLB, etc. ?... Absolutamente impossível !!!
Por tudo isto eu digo que há questões muito mais importantes do que um qualquer salário.
De PSousa a 10.09.2016 às 12:00
Rui,
Neste ponto de vista, estou totalmente de acordo, mas no entanto não deixo de dar algum mérito ao que BdC está a fazer no "presente" no SCP. Será que não terá repercussões no futuro? Boas ou más? Essas podem ser as nossas dúvidas e haverá quem goste mais ou menos do "risco" de ter um presidente assim!
Sou sincero, não o vejo como um Vale e Azevedo, e sinto que ele vai conseguir colocar o SCP noutro patamar, se calhar não da forma que gostaríamos...mas, meu caro, andamos tantos tempo com presidentes que nós achámos bons gestores, etc. E não saímos da cepa torta.
Faço o mesmo a este que fiz com os outros, "beneficio da duvida". No futuro, sim porque o SCP não desaparece, poderemos também levá-lo a "tribunal". LOL
De Implacável a 09.09.2016 às 19:24
Rui, estava para lhe fazer essa pergunta mas o PSousa antecipou-se.
Ainda bem que respondeu e, tal como quem lhe fez a pergunta, depreendo das suas palavras que BdC recebe pouco.
Essa reunião com Sousa Cintra foi antes ou depois do despedimento de Sir Bobby Robson? Se foi antes, talvez o Rui tivesse conseguido evitar o maior erro de gestão desportiva a que assisti e com nefastas repercussões históricas para o SCP.
Não tenho dúvidas de que o SCP teria sido campeão nesse ano. O Sousa Cintra teria ficado muitos mais anos á frente dos destinos do clube, seguindo a estratégia por ele traçada e, hoje, provavelmente teríamos muitos mais títulos (talvez na ordem de mais dez campeonatos).
Apesar de tudo, compreendi, na altura, e continuo a aceitar hoje, as razões que levaram ao despedimento de Sir Robson. Sousa Cintra alegou, na época, que deu todas as condições ao treinador para atingir os objectivos traçados e ele falhou.
De facto tínhamos um equipão e aquela eliminação em Salzburgo foi inaceitável.
Como vê, caro Rui, eu sou exigente! Para mim, quem aufere um salário que representa um insulto aos milhões de assalariados que trabalham (no mínimo) 40 horas por semana para ganhar uma "esmola", não podem, jamais, desculpar os seus falhanços com o facto de a bola ser redonda...
Concordo com o que escreve no post, no entanto, a realidade das empresas desportivas americanas (refiro-me ao continente, naturalmente) que menciona não é, de todo, comparável ao panorama que que se apresenta aos clubes e SAD em Portugal.
Eu tive vários encontros com Sousa Cintra e até o conhecia antes de ele assumir a presidência.
Tudo ocorreu antes da saída de Sir Bobby Robson, com quem eu me dava bem.
Assisti a vários incidentes desagradáveis durante esse período e é verdade que o Sporting poderia ter conquistado o título nessa altura, salvo o presidente. Fazia muito por um lado e estraga muito do que fazia com a sua postura interventiva, mesmo naquilo de que ele nada percebe: futebol.
Mas o destino, se é esse o termo, tem coisas incríveis. Se eu tivesse assumido a liderança técnica do futebol do Sporting, José Mourinho nunca teria vindo para Alvalade porque não seria necessário um tradutor. Se isso tivesse acontecido, qual teria sido o futuro do "especial one" ???... Ninguém sabe, mas...
P.S. Bobby Robson sofreu o deslize na Europa, mas liderava o campeonato e estava a construir uma excelente equipa que nos poderia ter dado vários títulos.
De Implacável a 09.09.2016 às 23:43
Estou deveras impressionado com o Rui.
Quem me dera ter conhecido Sir Bobby Robson.
Ainda me lembro do momento em que ouvi a notícia do despedimento do treinador inglês - alias, a única vez em que tal sucedeu na carreira dele -, e da tristeza que me invadiu.
Não acredito no destino mas essa foi uma decisão que alterou o rumo da história do SCP.
Pelo seu Sportinguismo, Sousa Cintra não merecia ter sido traído por um impulso que o levou a cometer um erro terrível.
São momentos...
O problema, meu caro, foi que ele teve muitos impulsos desse cariz. Interferia quase diariamente no trabalho do técnico, contratava jogadores sem o consultar, entrava no balneário e à frente da equipa toda dava ordens.
Já contei esta história aqui no Camarote. Um domingo à tarde, não me lembro agora do adversário, estava eu na Tribuna a conversar com o Hilário quando apareceu o Stan Valckx, com quem eu me dava bem também, super furioso. Ele fala muito bem inglês e perguntei-lhe o que é que se passava. Ele respondeu que o presidente foi ao balneário (isto, quando a equipa se preparava para fazer o aquecimento) e declarou que o Stan não iria jogar. Aparentemente, o Stan deu uma qualquer boca durante a semana sobre pagamentos de prémios em atraso.
Recordo a contratação do Vujasic, que foi praticamente selado à minha frente. Estava o Cintra, o Manel Fernandes, o Juca e o empresário, ele também antigo jogador do Sporting. Bobby Robson só soube disto mais tarde.
Enfim, tenho razões para não respeitar Sousa Cintra e não me esqueço do muito a que assisti. Pode ficar a saber - que até não é grande segredo - que a real razão que ele despediu Bobby Robson foi para criar vaga para Carlos Queiroz que estava à espera e o Cintra convencido que ele iria fazer milagres. Enfim... o resto é história.
De Implacável a 10.09.2016 às 01:23
Quanto me conta...
Por isso o Vujacic, na finalíssima da Taça de Portugal - eu assistira, no Jamor, á final e já não pude estar na finalíssima - de 1994 contra o fcp, marcou um golo e foi a correr para o banco do fcp com o indicador a apontar para a Bobby Robson. Ele não pedira a sua contratação e, talvez por isso, não o colocou a jogar, digo eu...
Já agora, no ano seguinte, voltámos (porque eu também lá estive) ao Jamor para defrontar na final o Marítimo. Antes do jogo, os jogadores foram pontapear umas bolas para a bancada e Vujacic foi mordido por um cão da polícia.
Presenciei a cena que desencadeou um turbilhão na bancada.
Obrigado por este agradável momento no qual partilhou pérolas da história do nosso clube comigo (e com quem mais quis ler), Senhor Rui Gomes.
Um amor tão grande comungado por ambos ao Sporting Clube de Portugal não pode ser abalado por naturais e salutares divergências em algumas questões da vida do nosso clube.
Desculpe-me algumas coisas - essas sim, apenas do conhecimento de nós os dois.
Tenha uma boa noite.
Boa noite também para si.
Por mim, nos estatutos seria proibido o presidente ser remunerado, da mesma forma que ninguém podia ser presidente do clube e da SAD ao mesmo tempo. Se quer ser presidente, que seja financeiramente-independente, e entregue a gerência da SAD a quem percebe de futebol.
Já seria um bom principio para termos alguém que defendesse de verdade o clube e tivesse a independência suficiente, nem que fosse para se demitir quando já se achasse a mais...
Agora com presidentes do clube e da SAD ao mesmo tempo e com remunerações de luxo, nunca teremos garantias do clube estar a ser defendido de verdade. Com este BdC temos um culto-de-personalidade, e só lhe interessa manter o emprego por mais 4 anos. Acho que é tão evidente, que só um cego não vê...
Ia-me esquecendo: o presidente da SAD seria remunerado e a tempo inteiro, como é lógico.
De Lion73 a 09.09.2016 às 18:48
Em primeiro lugar, a não remuneração não garante nada do que diz. Como a nossa história o prova.
Em segundo, os sócios votaram numa lista conscientes que o presidente seria remunerado.
Em terceiro, pessoas que se dedicam de corpo inteiro a uma actividade, naturalmente deverão ser pagas.
Em quarto, os sócios decidem. Não estão satisfeitos é preparar a Assembleia de destituição.
És tu, Bruninho? É que me faz lembrar os saudosos comunicados...
Adiante:
O que a nossa história nos prova?
Os sócios também votaram numa lista julgando que no dia seguinte iriam entrar 20 milhões para pagar despesas correntes, e no fim o BdC virou-se para a banca e disse que afinal não tinha investidores. Como também votaram julgando que iriam haver "contratações cirúrgicas". Se formos por aí...
Como eu expliquei no meu comentário, o presidente não tem que estar lá de corpo inteiro. Quem gere uma SAD, sim, é que deve lá estar sempre.
Depois, eu dou as minhas opiniões neste blog de opinião que vale o que vale. Porque vens logo falar em Assembleias-Gerais??? É com cada um que parece dois!...
De Lion73 a 09.09.2016 às 19:15
Adiante.
O que quis dizer é que os sócios têm toda a legitimidade para acabar um mandato, no timing que entenderem.
Por outro lado, eu quando voto, voto em quem se possa dedicar de corpo e alma e não para dedicar 2 horas por dia ao meu clube, deixando o leme para indivíduos muitas vezes não sufragados em eleições.
...
De Diogo Martins a 09.09.2016 às 18:56
Então a presidência da SAD, ao invés de ser escolhida pelos sócios do Sporting, era escolhida pelo presidente do Clube (ainda que esteja seja eleito pelos sócios)?
Passamos de um universo de 120.000 votantes para 1?
Os sócios votavam no presidente do clube. Se o clube tiver a maioria da SAD, teria um maior peso na escolha de quem geria a sociedade. Neste caso o presidente do clube teria um maior peso na escolha do presidente de que gere a sociedade.
Se depois não tivessem satisfeitos com as opções do presidente do clube votariam noutro nas eleições...
Não foi assim que ganhamos o título em 1999-2000?
De Diogo Martins a 09.09.2016 às 19:19
Eu percebo a sua solução, sem dúvida.
A questão é que haverá muito maior escrutínio sobre um individuo neste momento (que vai a votos num universo de votantes bastante alargado), do que na solução que propõe.
No fundo, temos uma solução mais democrática.
O que não quer dizer que se reflita em técnicos / gestores melhores.
Imagine-se que José Couceiro era eleito presidente do clube e ele nomeava Bruno de Carvalho para presidente da SAD.
A quem é que o Profeta agora culparia pelas atitudes de Bruno de Carvalho?
Inevitavelmente, a responsabilidade era sobretudo de José Couceiro.
Neste momento, a responsabilidade pela eleição / destituição, é dos sócios.
Nem o Couceiro seria presidente do clube, nem o Bruno de Carvalho seria presidente da SAD.
O Couceiro não deve ter propriamente uma fortuna de milhões para ser um presidente não-remunerado. Já o BdC nunca teria competências nem currículo para ser escolhido para esse cargo.
Embora perceba que só quer dar um exemplo...
Modelos perfeitos se calhar nunca haverá, mas acho que assim já seria um bom principio para o clube estar blindado a pára-quedistas.
Se houvesse dinheiro por fora, já seria um caso de policia.