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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
O Sporting CP está no primeiro lugar da I Liga, com , pelo menos, nove pontos de avanço, sobre o segundo classificado, quando acabar esta jornada. Mas esta situação, impensável no início da época, deve-se ao facto do clube ter o melhor plantel? Considero que não. Qualquer um dos nossos adversários mais directos, tem plantéis de grande qualidade. Então porque conseguiu o Sporting este avanço pontual?
Tenho assistido às mais variadas e até contraditórias explicações sobre esta questão, por parte de jornalistas especializados e de comentadores ex-jogadores ou ex-treinadores. E se há alguns que aceitam o indubitável mérito da equipa sem “mas”, há outros que admitindo cinicamente o mérito, vão esgrimindo argumentos, como desculpas, onde predomina a dita "estrelinha", o facto de fazer menos jogos ou o demérito dos adversários.
A verdade, na minha perspectiva, é que o predomínio do Sporting CP tem sido conseguido com muito mérito e competência, por uma equipa que funciona no campo e fora dele, com verdadeira união, com uma estratégia humilde, plasmada no jogo a jogo,e com uma táctica assumida e interpretada com rigor por todos os jogadores. Mérito da equipa técnica, sob o valoroso comando de Rúben Amorim, que conseguiu com o plantel disponível, tirar o maior rendimento de todos os atletas.
Para aqueles que procuram minimizar o que esta equipa tem feito, para serem honestos na análise, deviam colocar na discussão a evidência do muito dinheiro investido pelos dois rivais principais, e por outro lado, a construção da nossa equipa onde pontuam muitos jovens, alguns com idade de júnior. Deviam considerar a competência, a solidariedade entre sectores e jogadores, a raça, a entrega, e a eficácia, numa equipa sem “estrelas”, onde todos são iguais.
Ainda estamos longe do fim deste campeonato. É preciso ter a consciência que não está ganho, como alguns ousam assumir, ou por euforia, ou para desviar o foco do grupo. É necessário manter a mesma estratégia, e rever e alterar, pontualmente, aspectos técnico-tácticos, que surpreendam os adversários. Acredito que a estrutura técnica estará atenta. Do exterior, críticas isoladas que vejo (poucas) de “supostos” adeptos, que consideram por exemplo o último jogo “uma vergonha”, espero que, como vozes de burro, não cheguem ao céu.
No último desafio - já extensivamente debatido - houve de facto alguma apatia, alguns jogadores algo acomodados, outros inadaptados às posições, e ainda um ou outro fora da melhor forma. Isso conjugado com a pressão alta do adversário, o que já tinha acontecido frente ao FC Porto, condicionou a equipa. Por outro lado, pareceu-me que esta, depois de marcar o primeiro golo, talvez inconscientemente, prioritizou defendê-lo. E o facto é que até à marcação do seu único tento, o adversário não tinha feito um remate à nossa baliza. Demonstra confiança, sem dúvida, mas não deixa de ser algo arriscado. Nesse aspecto tem haver outra atitude.
No debate sobre o interessante texto “Um olhar prognóstico sobre o que falta disputar", o Leão do Norte, escreveu, com toda a propriedade, que “o facto (de o Sporting) chegar a este ponto e estar nesta situação não foi obra do acaso”. As “estrelinhas” que são atribuídas a vitórias que pareciam impossíveis, como a sorte que protege os audazes, são fruto da crença, do trabalho e da vontade. Apesar disso, deve haver a pretensão, como tem sido dito, de disputar cada jogo como se fosse mais uma final, para ser vencida, mantendo a intensidade do primeiro ao último minuto. Acredito que o grupo quer manter a distância conseguida e tudo fará nesse sentido.
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