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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Ter uma equipa para treinar é muito diferente de treinar para ter uma equipa.
Os destinos imediatos de Brahimi, Danilo Pereira, Felipe, André, Adrien Silva, William Carvalho, Rui Patrício e Bas Dost são, provavelmente, mais relevantes para FC Porto e Sporting do que o quebra-cabeças repetido quase todos os anos por esta altura à volta da substituição, ou não, do treinador. Acrescentei este "provavelmente" para ser simpático e para não desvalorizar a radiografia que pode ler hoje, neste jornal, às épocas de Rui Vitória, Nuno Espírito Santo e Jorge Jesus.
É muito mais fácil que um mau treinador ganhe com uma equipa bem montada do que o contrário; e nenhum destes três é mau naquilo que faz. O essencial, até no Benfica, será perceber, primeiro, quem são os jogadores-âncora, que devem ser mantidos fora do mercado a qualquer custo. Nem sempre se tem a perceção correta deste lado do ecrã.
Nestas quatro épocas, o Benfica sobreviveu, sem aparente dificuldade, à perda de figuras incontestáveis como Cardozo, Matic, Lima, Enzo Perez ou Gaitán. O FC Porto saiu fulminado das vendas de Hulk, João Moutinho e Jackson Martínez; e o Sporting encolheu sem Slimani e João Mário. Centrar tanto o debate nos treinadores inverte as prioridades de uma forma perigosa; claro que devem ser bem escolhidos de acordo com os requisitos de uma equipa grande, e nunca será negativo que tenham uma palavra nas escolhas, mas o fundamental são os jogadores. Conhecer bem os que estão, saber ler os que se quer comprar. Ter uma equipa para treinar é muito diferente de treinar para ter uma equipa.
José Manuel Ribeiro, jornal O Jogo
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