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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Álvaro Cardoso foi o capitão da selecção nacional que perdeu com Inglaterra por 10-0 num jogo disputado no Estádio Nacional em 25 de Maio de 1947. Aos 20 segundos de jogo, Portugal perdia por 1-0 e aos 15 minutos o resultado já estava em 3-0. Os jogadores foram acusados de rebelião e de não se terem empenhado, o governo mandou abrir um inquérito, a PIDE entrou em acção e houve interrogatórios na sede da polícia política. Entre outras coisas, os jogadores queixaram-se do autoritarismo e da falta de diálogo dos dirigentes da Federação e por não serem justamente recompensados pela sua participação no jogo.
Durante o interrogatório, Álvaro Cardoso assumiu o seu estatuto de capitão da Selecção Nacional, e por essa razão foi considerado o principal responsável pelo fraco desempenho colectivo. O Sporting meteu empenhos para que ele não fosse irradiado do futebol, ficando por um castigo de doze meses de proibição de participar em competições desportivas oficiais. Mais tarde, a suspensão passou para seis meses. Outros jogadores também foram punidos, embora com penas mais leves.
Álvaro Cardoso apenas voltou a jogar futebol em 15 de Fevereiro de 1948, num Sporting - Lusitano VRSA, e esteve na vitória leonina frente ao Belenenses (3-1) na final da Taça de Portugal, em 4 de Julho de 1948. Depois da entrega da taça, os jogadores das duas equipas transportaram-no em ombros numa volta olímpica no relvado do Jamor. Nesse dia, despediu-se dos adeptos como jogador de futebol, mas voltou ao Sporting para trabalhar com Randolph Galloway, como Orientador Técnico, sendo Campeão Nacional nas épocas de 1950-51, 1951-52 e 1952-53.
Na fotografia, os jogadores do Sporting e do Belenenses depois de ter terminado a final da Taça de Portugal em 1947-48.
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