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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Estimados leitores, ele há casos que lembram os fenómenos do Entroncamento. Senão vejamos: vai a Liga portuguesa na 9 jornada. Em cada jornada disputam-se nove jogos de 90 minutos (fora os descontos) cada.
Tudo somado já se jogaram 7290 de futebol na I Liga portuguesa. Não se conhecem casos em que o videoárbitro tenha falhado. Até ontem. Adivinhem quem foi o beneficiado? Pois…
Não, não se jogaram 7290 minutos com o VAR sempre a funcionar. Jogaram-se 7266. Porque ao minuto 66 do Aves-Benfica houve uma quebra de comunicação entre o árbitro do encontro, Nuno Almeida, e o videoárbitro. Pelos vistos, Nuno Almeida não se importou. Não parou o jogo para tentar repor a comunicação com o videoárbitro.
Estou cá eu, chego e sobro para apitar isto.
Dez minutos depois da interrupção das comunicações, o Aves reduziu para 1-2 e reentrou no jogo. Ou pensou que ia reentrar. Porque logo a seguir, apenas dois minutos depois, o árbitro Nuno Almeida não vê, na mesma jogada, um empurrão de Jonas a um jogador do Aves e, na sequência da jogada, assinala um penálti completamente inexistente sobre Pizzi. Jonas converteu e acabou ali o jogo.
Ora é realmente muito estranho que com tanto campo por esse país onde o VAR poderia ter falhado e não falhou. Logo foi falhar no Aves-Benfica. E podia ter falhado, mas não ser necessário para avaliar nenhuma situação complicada. Mas logo por azar a sua intervenção era necessária no caso do segundo penálti assinalado contra a equipa da casa, que Nuno Almeida poderia ter corrigido. Convenhamos que há falhas do diabo! Depois do golo inviabilizado pelo olho clínico do VAR ao Portimonense na Luz que daria o empate por o jogador algarvio que centrou ter não o corpo mas o joanete em fora de jogo, agora o VAR fechou o olho e o Benfica lá matou um jogo com dois penáltis e vários tremeliques pelo meio. E assim, de VAR em VAR, lá vai o Benfica a pontuar.
Em contrapartida, no Sporting-Chaves em Alvalade, um tal de Rui Costa, que parece que é árbitro da Associação do Porto, conseguiu ver uma simulação de Gelson Martins num lance em que foi derrubado na área e mostrar o cartão amarelo ao jogador verde e branco.
O VAR segredou-lhe ao ouvido que era penálti, pelo que, manifestamente contrariado, o tal de Rui Costa lá foi ver as imagens. Viu e não ficou convencido. Mas pelos vistos o VAR insistiu em dizer-lhe que era penálti. Mais entufado ainda, voltou a ver as imagens. Mas não deu o braço a torcer.
Era o que faltava! Isto não é um penálti, não é um penálti, não é um penálti! (embora se estivesse mesmo a ver que era penálti, mas eu já disse que não era e já mostrei o cartão amarelo e daqui não saio).
E lá mandou seguir o jogo, que foi mais ópera que futebol, tal a beleza de dois dos golos na vitória leonina por 5-1 (que deveria ser 6-1 se o tal Rui Costa não seguisse tão à risca o ditado “o pior cego é o que não quer ver”).
Moral da história: o vídeo-árbitro melhorou a qualidade das arbitragens portugueses, mas não é igual para todos. É mais simpático para um do que para os outros. Esperemos que isto não volte a acontecer até ao final do campeonato.
Nicolau Santos, director-adjunto jornal Expresso
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