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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
O impacte da frase em inglês é superior "Where there is a will, there is a way", mas creio que a tradução passa a ideia de forma clara. Este post surgiu-me pela troca de opiniões entre os nossos leitores HY e OCR no post que informa do agendamento do TAS para ouvir o caso da Doyen Sports contra o Sporting.
Na liga inglesa - English Premier Leagure (EPL) - é expressamente proibido os direitos económicos do jogador serem propriedade de terceiras partes, que não os clubes. A Doyen Sports, que pertence ao Doyen Group, sediado em Londres, tem vindo a elaborar a "fórmula" para entrar na liga mais rica do Mundo, e muito embora ainda seja um trabalho em progresso - com forte oposição por parte da EPL - comunica o modelo que poderá eventualmente surgir em Portugal, após a proibição dos fundos de investimento, pela FIFA, for implementada em Abril.
Em termos breves e muito simples, a Doyen acredita que poderá operar em associação com os clubes sem infringir as regras da EPL, investindo sem ser proprietária dos passes do jogadores, assumindo-se apenas e tão só como um credor. A empresa dá crédito ao clube para que este possa adquirir um qualquer jogador do seu interesse, com a exigência de que o crédito seja liquidado na totalidade no período máximo de três anos. O clube pode optar por ficar com o jogador por um período mais longo e, nesse caso, apenas paga à Doyen a totalidade do crédito, ou, então, pode transferir o jogador, pagar à Doyen a totalidade do crédito mais uma percentagem da mais-valia.
Isto foi o que encontrei casualmente em um dossier, de forma muito abreviada e que não explica tudo. Surgiu-me que dentro deste modelo, o clube poderia ficar com o jogador além dos três anos - três anos e meio, por exemplo - e depois transferi-lo sem ter de dar uma percentagem da mais-valia à Doyen. Creio, portanto, que deverá existir uma qualquer cláusula não explanada, assim como também não é claro se o pagamento de juros é aplicável nestes casos em que o clube não transfere o jogador durante o período pré-estipulado. De qualquer modo - e já referi isto em conversa com amigos - a ideia é de conceder um crédito ao clube sem ser proprietário de qualquer percentagem dos direitos económicos do jogador, mas apenas e tão só com direito a uma percentagem do eventual lucro. Creio que é precisamente isto que a FIFA devia impor e não banir totalmente os fundos.
Não deixa de ser curioso, que mesmo na EPL, " a liga mais rica do Mundo", há receptividade a este modelo de investimento por parte dos clubes de menor dimensão. A realidade é que não obstante as receitas superiores que esta Liga proporciona, continua a existir um enorme abismo entre os clubes que "têm" e os que não "têm".
Veremos o que acontecerá no futuro em Portugal, com a certeza, porém, que algo surgirá.
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