Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]
Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) confirma que foram constituídos 47 arguidos (24 pessoas colectivas e 23 pessoas singulares), entre os quais jogadores de futebol, agentes ou intermediários, advogados e dirigentes desportivos.
Em causa, na designada "Operação Fora de Jogo”, estão suspeitas da prática de factos susceptíveis de integrarem crimes de fraude fiscal qualificada assim como branqueamento de capitais.
“No inquérito investigam-se negócios do futebol profissional, efectuados a partir do ano de 2015, e que terão envolvido actuações destinadas a evitar o pagamento das prestações tributárias devidas ao Estado português, através da ocultação ou alteração de valores e vários outros actos inerentes a esses negócios com reflexo na determinação das mesmas prestações”, lê-se no comunicado.
Camilo Lourenço, especialista em direito económico, em entrevista ao programa "Bola Branca" da Rádio Renascença, considera que a operação desencadeada pela Autoridade Tributária e pela Procuradoria-Geral da República só peca por tardia e deve ser levada até ao fim:
"O futebol tem sido sempre um mundo à parte principalmente devido à paixão. O futebol é essencialmente paixão. Essa paixão condiciona, muitas vezes, a capacidade racional de fiscalizarmos certos comportamentos. Digo-o dos próprios órgão de clubes e de SAD's, e de responsáveis de outras áreas da sociedade, nomeadamente certas instituições que têm por obrigação fazer essa fiscalização, esse escrutínio. Desde os órgãos de fiscalização nos clubes até às entidades que regulam estes sectores.
Eu não percebo, muitas vezes, porque é que, a olhar para as contas de certas instituições, os revisores ou quem faz a análise não coloca mais questões sobre certos aspectos dessas mesmas contas. Por exemplo, todos nós sabemos das comissões que são pagas, mas não temos a certeza absoluta se não haverá algumas coisas que passam por fora do radar. Sistematicamente ouvimos muitas dúvidas, sobre alguns aspectos que estão agora a ser investigados.
Não estou preocupado com os danos reputacionais causados sobre o futebol português, em face de uma operação desta dimensão, dado que este é um problema global. Espero que todas as investigações sejam levadas às últimas consequências. É preciso que haja coragem para levar as coisas até ao fim."
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.