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OPSO Sporting SAD 2018-2021

Rampante, em 18.11.18

 

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O Sporting lançou no passado dia 12 de Novembro uma Oferta Publica de Subscrição de Obrigações SPORTING SAD 2018-2021 por um montante inicial de 30M€. Esta oferta podia ser aumentada, caso o SCP SAD assim o entendesse, numa decisão a ser tomada no máximo até ontem, dia 16 de Novembro (algo que não aconteceu).

 

Os valores a serem recolhidos nesta operação, destinam-se integralmente ao reembolso do empréstimo obrigacionista que termina este mês.

 

Dado que o SCP não requereu o aumento da oferta, isso é uma clara indicação de que a procura está baixa e poderá nem chegar aos 30M (para a operação se concretizar a procura tem de ultrapassar os 15M€.

 

Tendo em consideração que nem sempre as pessoas conhecem este tipo de instrumentos financeiros (acreditando cegamente nos seus gestores de conta), vou tentar aqui explicar de forma simples e grosseira do que estamos a falar.

 

Obrigações SCP 2018-2022: 

 

Basicamente uma obrigação é um contrato de empréstimo onde tem escrito que o detentor da obrigação tem direito a receber 5€ em Novembro 2022. Além deste valor, o detentor irá receber ainda 2,625% a cada 6 meses como compensação (juro). 

 

5,25% é bom ?

 

Depende...

 

Para o SCP é bom se não tiver conseguido arranjar outros meios de financiamento mais baixos, por exemplo, vamos imaginar que o SCP tinha a hipótese de antecipar valores do contrato da NOS, mas essa operação tinha um “custo” associado de 3,5%/ano. Neste caso, então compensaria mais ao SCP antecipar valores da NOS do que emitir obrigações.

 

Para os subscritores, este valor é bom se não conseguirem melhores rentabilidades (juros mais altos) em investimentos de risco semelhante. Por exemplo, vamos supor que o Manel tinha 1000€ para investir e considera que existe tanto risco comprar obrigações do SCP como emprestar o dinheiro ao seu amigo Carlos, sendo que o seu amigo lhe disse que só lhe podia pagar 3,5%/ano, neste caso, então para o investidor compensa mais comprar obrigações do SCP.

 

Mas é seguro comprar obrigações SCP?

 

Eu considero que sim. A SAD no seu prospecto releva um cenário financeiro muito mau àquela data (data do prospecto), no entanto o que interessa é a viabilidade financeira a médio prazo e essa não me parece para já preocupante. Temos de ter em conta que o pagamento será em 2022 e que a essa data o SCP possui ainda em vigor o contrato com a NOS e para esse ano (bem como 2021 e 2020) o SCP ainda não antecipou qualquer montante e estamos a falar de montantes que correspondem a cerca de 30% das receitas anuais. Ou seja, eu olhando para as previsões financeiras futuras do SCP, as mesmas não me parecem para já alarmantes para subscritores de obrigações, NO ENTANTO, considero sim, que o SCP possui meios para se rentabilizar MUITO melhor.


Mas relativamente a estas obrigações, o risco parece-me ínfimo (OPINIÃO MERAMENTE PESSOAL) e para investidores avessos ao risco (têm medo de perder dinheiro) será com certeza mais seguro e menos stressante investir em obrigações do SCP, do que noutras formas de investimento, como acções por exemplo.

 

Estou indeciso, o que faço?


Isso depende de cada um… A compra de obrigações deve ser sempre considerada um investimento e eu recomendo sempre que as pessoas só façam investimentos com dinheiro que tenham a certeza, não lhes fazer falta no seu dia-a-dia.

 

A adesão a este tipo de instrumentos financeiros deverá depender SEMPRE da decisão do dono do dinheiro e não de pressões de amigos, familiares ou pseudo-gestores que muitas vezes vendem o que lhes dizem para vender. Caso alguém esteja interessado em conhecer a fundo esta operação, poderá consultar o prospecto detalhado AQUI

 

obrigações 2.jpg

 

Para não tornar este texto anda mais longo, fico por aqui. Caso hajam questões, utilizem a caixa de comentários, não esquecendo de se identificarem correctamente.

 

Bons negócios !

 

publicado às 03:48

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34 comentários

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De Sel a 18.11.2018 às 09:11

Fiquei espantado quando li que o risco é baixo. Basta olhar para o empréstimo anterior o qual deveria ser reembolsado a 25 de Maio deste ano e que não foi pago, tendo-se adiado o prazo de pagamento para 26 de Novembro. O novo empréstimo obrigacionista é para pagar esse anterior. Vamos supor que a procura é baixa e que nem chega a 15M. Nesse caso a operação é anulada e ficamos sem saber o que acontece ao empréstimo anterior: vai ser pago em Novembro? Vai alguma vez ser pago? Perante a situação, continuamos a dizer que o risco é baixo? Ainda para mais há sinais inquietantes como as alusões do Presidente do Sporting às traições de sportinguistas perante esta nova operação. Isto dito ainda antes de se concluir a operação certamente não transmite aos mercados uma grande serenidade. Veremos se há "amigos" que se cheguem à frente para evitar o efeito de bola de neve.
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De Rampante a 18.11.2018 às 09:35

Bom dia Sel,

a opinião de que o risco é baixa é meramente MINHA e mantenho-a.
Note que eu referi que este é um investimento para ser analisado ao médio prazo e não ao imediato... ou seja, o que interessa é saber se em 2022 o Sporting terá condições para pagar ou não, e eu considero que sim.

O Sel refere o empréstimo que agora termina, no entanto não está a considerar que houve um acontecimento altamente extraordinário (ataque a academia), ou acha que cada vez que houver a liquidação de um empréstimo vai haver acontecimentos do género?

Mais, o sel refere que se este empréstimo não for concluído não se sabe o que vai acontecer ao empréstimo anterior... mas sabe-se: o SCP vai cumprir o reembolso e para os subscritores não há problema, o problema é para o SCP pois para cumprir o reembolso o SCP vai financiar-se a juros superiores àqueles que pagaria com as obrigações.

E mais ainda, tal como referi no texto, o Sporting para os anos 2020-2021-2022 possui já garantida cerca de 30% dos seus rendimentos... e destes, nenhum montante está ainda cativo a outras operações (factoring por exemplo)...
Há assim tantas empresas a emitir obrigações que reúnam estas condições de estabilidade para o ano do reembolso??
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De Tiago a 18.11.2018 às 09:19

Se o Manel tiver os 1000€ para emprestar ao Sporting, receberá brutos 157,5€ no final dos 3 anos, o que corresponde a 113,4€ líquidos.
No entanto, se o Manel não tiver mais nenhum tipo de "empréstimos" do mesmo género (digamos Obrigações), o Manel terá de pagar ao banco um valor para "guardar" as Obrigações. Da última vez que vi, na CGD, esse valor andava por volta dos 9,32€ por trimestre.
Ora 3 anos, são 12 trimestres, o que dá 111,84€ para o banco.

Como para emprestar os 1000€ ao Sporting, o Manel tem de pagar ao banco, que se não me engano são uns 6€ na CGD, no final dos 3 anos o Manel ainda fica a perder uns 5€, isto a correr riscos no investimento. No colchão lá de casa os 1000€ ficariam melhor guardados.

Nota: Peguei no exemplo da CGD por ser o banco público e penso que é o que tem maior número de clientes. Como é óbvio os valores podem mudar noutros bancos. E peguei também nos 1000€ falados, se os valores "emprestados" forem muito superiores os custos de manutenção diluem-se.
Mas o inverso também acontece, como nos 100€ emprestados por Sportinguista, como li de umas declarações de um Vice do Sporting, aí mais vale ir comer mesmo um bom jantar com os 100€.
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De Rampante a 18.11.2018 às 09:41

Bom dia Tiago,

seja no SCP ou noutras empresas quaisquer, investimentos de baixo valor raramente compensam (dinheiro faz dinheiro)... no SCP é mais fácil compensar porque o juro é mais alto, ou vai dizer-me que é mais rentável investir em obrigações de uma empresa qualquer a 4% do que numas a 5,25%? E olhe que existem muitas a oferecer 4% e conseguem a totalidade das subscrições.

Como conseguem?
Porque quem investe não coloca lá 100€... ou 1000€...

Concordo a 100% com o seu ultimo paragrafo e em especial com a nota final...
Zenha, como já disse no texto do Drake, para mim é uma completa desilusão (ou melhor não é, porque já tinha escrito aqui as minhas reservas acerca dele antes das eleições)
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De Tiago a 18.11.2018 às 10:51

Rampante, é óbvio que em termos meramente de rentabilidade, 5,25% é melhor que 4%. Tendo em conta os riscos, depende de qual seria a empresa dos 4%. Mas não foi para analisar o risco da operação que fiz o meu comentário, nem vou entrar por aí.
Como tinha dito, os 1000€ com que iniciei os cálculos, foram os disponibilizados pelo Manel do post.
Nisto de obrigações de clubes-empresa entra também o factor clube, e nem sempre quem vai investir tem disponíveis valores elevados, e com as declarações do Zenha, pode ser que alguns Sportinguistas se sintam tentados a emprestar os 100€. E pelos meus cálculos, na CGD, só com 1040€ de investimento não vai perder dinheiro (se mantivermos as comissões constantes nos 3 anos, o que dificilmente ocorrerá).

Só a partir de investimento superior a 1200€ compensará emprestar ao Sporting com 5,25% em relação a emprestar ao Estado Português com 0,68% dos Certificados de Aforro.
Lembro-me dos meus pais à uns anos terem investido em obrigações de clubes (investiram em todos, eles nem clube têm), e devido a rateio pelo menos num deles ficaram com cerca de 1000€ de obrigações. Se não fosse terem mais obrigações para compensar os custos de manutenção do dossier, teriam perdido dinheiro com esse investimento. Aliás, fechei-lhes a última posição este ano numas obrigações do Benfica, pois os juros não lhes pagava os custos no NB, e eram já as últimas obrigações que eles tinham.
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De Rampante a 18.11.2018 às 11:44

Caro Tiago,

não me leve a mal, mas as considerações que fez na 1ª intervenção são igualmente válidas para qualquer investimentos e especificamente para a subscrição de obrigações...

Existem dezenas de variáveis do lado do investidor que podem fazer com que um investimento seja ou não rentável, mas isso são situações particulares, dai eu apenas referir no texto as situações gerais que são IGUAIS para todos os investidores, ou seja, aquelas que dependem do emitente.

Aliás, não é por acaso que em TODOS os prospecto e anúncios referem sempre estas condições que eu referi e depois possuem uma chamada de atenção a dizer que podem haver custos associados que devem ser analisados com a entidade bancaria.

Quanto ao exemplo do Manel, o mesmo é genérico tal como acho que é visível e exemplificativo, não é nenhum estudo de caso, dai eu não ter descrito particularidades, pois tal como já disse, essas particularidades dependem da situação pessoal do Manel e não da emissão das obrigações... servia apenas para explicar que as decisões racionais de investimento dependem apenas da taxa de juro quando o risco é igual, mas lá está, quis manter tudo simples e grosseiro, tal como referi logo no inicio do texto.
O exemplo do "seu" Manuel, é somente verdade para a realidade e especificidade que o Tiago lhe traçou

Cumprimentos
Rampante
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De Tiago a 18.11.2018 às 12:00

Estimado Rampante,

É óbvio que não levo a mal a sua opinião.

O meu intuito nas respostas ao tópico são unicamente para alertar que um investimento que à partida parece muito interessante, o poderá não ser tendo em conta os custos associados.
É verdade que todos os prospectos têm essa informação dos custos associados, mas quando se fala informalmente sobre este tipo de investimento, nunca se refere isso.
Bem visível disso, é o tal frase do Zenha sobre os 100€ que cada Sportinguista poderia emprestar ao Sporting, e é principalmente sobre esse tipo de questão que quis deixar os cálculos.
Como disse o AntonioP, mais vale depositar os 100€ numa conta do Sporting ou então fazer-se sócio e pagar as respetivas quotas por um ano (escalão B)
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De Rui Gomes a 18.11.2018 às 12:09

Caro Rampante,

A intenção do Tiago é transparente!
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De Tiago a 18.11.2018 às 15:50

Eu penso que seja completamente transparente, mas vou ser ainda mais explicito sobre a minha opinião.

Quem não tiver um dossier de obrigações/titulos (em que já pague comissões de guarda de títulos), e pretender investir até 1000€, na generalidade dos bancos grandes (para clientes "normais"), mais vale meter o dinheiro noutro lado.

A partir dos 1000€ (valor aproximado - no BEST bastam 900€, por exemplo), ou já tenha um dossier de titulos o investimento nas obrigações do Sporting deve ser considerado válido como um outro.
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De E-mocho a 18.11.2018 às 16:33

Acho que o Rui Gomes estará a falar de um tipo de transparência diferente. :)
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De AntonioP a 18.11.2018 às 11:24

TIago, tens toda a razão no que apontas! normalmente fala-se nos juros e esquecem-se os custos.
Acho uma enorme irresponsabilidade diretores do Sporting (foi o Varandas?) pedirem aos sportinguistas para subscreverem 100 euros de obrigações. Só em comissões aos bancos pagam mais do que esses 100 euros. Quem tem 100 euros, e quer ajudar o Sporting, mais vale depositar esse dinheiro numa conta do clube. Ainda fica a ganhar dinheiro!

Claro que podem sempre vender (ou tentar vender) as obrigações muito antes do tempo, mas duvido que recuperem grande coisa!

Conclusão: tal como Tiago justificou, comprar menos de 1000€, garantidamente dá prejuizo. Menos de 150€ é preferivel oferecer o dinheiro ao clube, que ainda ganha.
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De Rampante a 18.11.2018 às 12:08

Bom dia AntonioP,

Os custos dependem do investidor e não do SCP, são condições especificas e particulares, logo o SCP não tem nada que falar disso, senão teria de traçar cenários para cada um dos Portugueses...
Há pequenos investidores (nem quero falar dos tubarões) que por já possuírem carteiras constituídas e/ou contas de investimento, os "custos" associados são menos de 50% daqueles que o Tiago referiu por exemplo.
Em explicações genéricas, utilizar casos particulares é sempre uma faca de dois gumes, pois posso traçar o caso à forma que mais me interessar (nestas obrigações eu posso mostrar-lhe o exemplo de um investidor de 1000€ a lucrar, bem como posso mostrar um investidor de 1000€ a perder quase 2.000€ e olhe que são cenários reais que lhe conseguia aqui mostrar).

Concordo no entanto que falar em investimentos de 100€ é uma "burrice", até porque obviamente esta operação não se fará com investidores de 100€...

Mas porque falou o SCP em investimentos de 100€ se isso é uma "burrice"?
Porque o SCP foi surpreendido por uma campanha contra esta emissão que visou inclusivamente um bloqueio à publicidade da emissão e o Varandas lá teve de incluir este assunto no seu discurso à ultima da hora, porque a publicitação passou a depender TODA do SCP, quando normalmente depende grandemente dos bancos (que lucram bastante com estas emissões). Vejamos:

- Os bancos não têm prospectos em agência como é normal terem;
- Os bancos não têm anunciada esta operação nas suas Newsletter;
- Dezenas de artigos em jornais (de certos grupos editoriais) a exaltar os riscos da operação, chegando ao ponto de haver um artigo da Proteste a comparar o SCP com o Belenenses, como que se fosse eminente o risco do SCP SAD se separar do Clube e a SCP SAD (emissora das obrigações) ficaria com uma equipa, mas sem estádio onde jogar (só por aqui se vê que não conhecem a realidade do imobiliário do SCP). Surreal.
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De AntonioP a 18.11.2018 às 13:10

Bom dia Rampante

Sem concordar completamente contigo, acho que tens razão no essencial.
O meu post apenas pretendeu chamar a atenção para a possibilidade, que penso que se aplica à maioria, de que a subscrição de 100 euros vai acarretar despesas superiores a 150 euros e que é preferivel oferecer esse dinheiro ao Sporting do que fazê-lo aos bancos.
Normalmente não se refere os custos (muito menos os resultantes da guarda de titulos), ou quando se refere ficam com letras muito pequenas.

Achei chocante um dirigente do Sporting (e vários blogs afetos) apelar à subscrição de 100 euros, falando nos 5,2%, sem referir os custos MUITO superiores (tenho ideia que a subscrução é bem superior aos 6 euros de que o Tiago falou).
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De E-mocho a 18.11.2018 às 16:11

Caro Rampante,

A Deco Investe NÃO comparou SCP com a situação do Belenenses (nem União de Leiria nem Beira-Mar), apenas está num subcapitulo de chamada de atenção de que, não esquecer, SADs não são os clubes onde deu os exemplos “caricatos” do Belenenses, não fez comparações!

Talvez uma leitura um bocado rápida de mais e enviesada, não?

Já agora, é quanto a comparações com as obrigações da Mota Engil, a Deco também não recomenda (aliás também comi nunca recomendou de nenhum clube, por razões mais que óbvias, falando de uma maneira puramente financeira, realista e não clubistica).

Nunca subscrevi obrigações de nenhum clube, não subscrevo e, até ver, não subscreverei (qualquer simpatia que tenha pelo meu clube não é suficiente para arriscar tanto qualquer dinheiro que custou a ganhar e poupar). Apesar de tudo, subescreveria mais facilmente Mota Engil que de qualquer clube português. Até porque à Mota Engil (apesar de números nada recomendáveis) ainda não estará vedado financiamento bancário, ao contrário do que acontece às SADs dos clubes.
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De Rampante a 19.11.2018 às 15:01

Caro E-mocho,

penso que ambos sabemos bem que em "jornalismo" é fácil implantar uma ideia no leitor, sem se ser directo. Enfim, é o tal "jornalismo de isenção" que tanto se vê por ai...

Mas pegando nesse artigo especifico e parecendo-me que o caro está bem informado, explique-me:

1 - Num artigo acerca das obrigações SCP, qual a necessidade de fazer um destaque para a situação de SAD's que nada têm a ver com esta emissão e que nunca emitiram Obrigações como o caso do Belenenses, Leiria e Beira-Mar?

2 - Se a edição é assim tão isenta, então porque nunca sentiu necessidade de fazer esta ressalva comparativa anteriormente? Nomeadamente nos artigos já deste ano acerca das obrigações do SLB e do Porto. Estes 2 últimos não são também eles SAD?

3 - É verdade que a edição por norma não recomenda o investimento em SAD's, mas é totalmente diferente dizer a meio de um texto que não são fãs deste tipo de investimentos, como fizeram na análise do SLB (o leitor depois que interprete que não ser fãs, significa, não recomendar o investimento).
Comparativamente, no texto do SCP fizeram logo sub-titulo garrafal a dizer "não invista".

4 - E já agora, porque é que em TODAS as análises se faz sempre referência ao montante que consideram mínimo para ter uma determinada rentabilidade (no Sporting dizem que são 4.000€ para RL de 3,5%) e apenas num caso não vi fazerem esse destaque... curiosamente numa SAD... curiosamente no SLB... que coincidência incrível, ninguém imaginaria...
Será porque no caso do SLB, pelos formula de calculo da Proteste iria dar um montante mínimo compensatório a rondar os 7.000€ para uma RL na ordem dos 2,75%?

Meu caro... admito que por vezes faço leituras enviesadas, mas pior é haver pseudo-jornalistas / pseudo-conselheiros que publicam artigos escritos "enviesadamente" de forma muito pouco isenta.
E note, que não falo por ser do SCP e para mim a Proteste Investe até é onde se nota menos "fanatismo", mas mesmo assim por vezes "quinam" para o lado das suas paixões (clubisticas ou profissionais).

Cumprimentos
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De E-mocho a 20.11.2018 às 03:58

Caro Rampante,

Confesso que não me dei ao trabalho de fazer uma análise comparativa sobre o volume informativo de cada uma das recomendações da Deco, no que diz respeito às obrigações das SADs. Ainda menos ligo ao “ruído” que possa existir e que não tenha a ver especificamente com informação financeira e/ou relevante para decisões de possíveis investimentos, independentemente de qual seja a “cor”.

A minha observação prendeu-se mais com o facto de ter sido uma leitura minha relativamente recente (fresca na memória) onde considerei impreciso (ou mesmo exagerado na interpretação) do ponto em foco.

Dito isto, e tendo em conta a sua análise comparativa, não posso, no entanto, deixar de concordar com a sua conclusão de que possa ter havido (ou haja mesmo) diferentes critérios na apresentação dos motivos para a decisão da Deco do sentido da recomendação. Se são por motivos clubisticos ou por falta de rigor na sistematização da apresentação dos argumentos, nomeadamente para empresas do mesmo setor ou equivalente, não sei dizer. Faltar-me-ia verificar o histórico das passadas análises, para uma maior e mais conclusiva amostra. Pode ser que um dia destes a faça.

A falha mais “grave”, diria, será a do ponto 4, se bem que para mim é uma informação para qual passo o olhar muito rapidamente, já que sou eu que faço os cálculos e “conclusões”. No entanto, para o público em geral, é uma informação deveras relevante e dá para perguntar porque a exceção à regra que parece haver e até um pedido de esclarecimentos do porquê. Pode ser que um dia destes o faça :)!

Para quem quer ajudar o clube (não é o meu caso, que nestas matérias só o poderia ver com objetivos puramente de investimento. As razões saem muito fora do âmbito do tema e até do blog, mas compreendo quem o faça por amor ao clube e não como investimento) estes pormenores são de pouca ou nenhuma importância. Dentro das possibilidades de cada um é “doar” o que se puder e, com alguma probabilidade, até vir a ganhar algum dinheiro (com alguma possibilidade, win-win). Perfeito!
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De Rampante a 20.11.2018 às 08:03

Concordo inteiramente com o seu ultimo paragrafo e digo mesmo que este será porventura o "pormaior" que ditará o sucesso desta emissão.

Cumprimentos
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De Greenlight a 18.11.2018 às 11:49

Esta Emissão de Obrigações não teve a necessária comunicação dos maiores bancos aos respectivos clientes. Assim vai ser muito difícil ser bem sucedida no que respeita aos chamados clientes de retalho ou pequenos e médios aforradores. Por exemplo, o Novo Banco abre a sua página de internet publicitando uma emissão de obrigações da Mota Engil a 4,5%. Aí também existe risco já que o Activo dessa empresa está, pela natureza do negócio , nomeadamente na rubrica Clientes, bastante empolado. Mas não estou a pretender comparar riscos mas sim a diferente comunicação que está a ser feita. Se no caso do Sporting não houve a suficiente competência/experiência ou existiu boicote dos Ricciardi e Cia não sei, mas o resultado é o mesmo.
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De AntonioP a 18.11.2018 às 12:04

Achas mesmo que essa publicidade por parte dos bancos teve efeito? achas que o "investidor distraido" se deixava atrair por obrigações do Sporting (ou Benfica ou Porto?) achas que os sportinguistas, que à partida seria (serão) que vai subscrever as obrigações não sabem que está a decorrer o EO?
O problema do Sporting é o falhanço com o pagamento do ultimo EO!

PS: aquando do EO do Benfica também não me lembro de ter visto publicidade!
PS2: comparar o risco da MotaEngil (sobretudo agora com o renascer das obras) como do Sporting é "comparar o cu com as calças".
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De Rampante a 18.11.2018 às 12:23

Bom dia Greenlight,

numa resposta anterior estive quase, quase, quase, para falar do caso da Mota-Engil, mas quis evitar entrar nessa comparação... é que se há obrigações que deviam ser escrutinadas são exactamente essas da Mota-Engil, onde estamos a falar de um valor de 110M€ (65M€ inicialmente) numa subscrição que envolve 2 trocas de Obrigações com maturidades no próximo ano, mais a subscrição de novas acções (confesso que é uma engenharia financeira no minimo engraçada).

E aqui estamos a falar de uma empresa cuja carteira de negócios está dependente de zonas extremamente voláteis como o são a África e a América do Sul (por falar nisso, quando saberemos as perdas que teve na Venezuela?).

Mas bom, há quem ache que tudo na Mota-Engil é "normal", dai vermos os bancos a anunciar largamente esta operação e vemos ZERO noticias alarmantes acerca da realidade da empresa...

Mas pronto, aqui estamos para falar do SCP, dai querer evitar ao máximo abordar e comparar as duas situações.
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De Greenlight a 18.11.2018 às 12:41

No meu primeiro comentário escrevi que não pretendia comparar riscos mas a diferente publicidade. Mas já que desenvolveu os riscos na carteira de clientes da dita empresa, não resisto a dizer que as obrigações da ME se aproximam muito da definição de "junk bonds" e já agora que o NB (com as vestes da família do sportinguista também nomeado) tem longo historial de comercialização desse tipo de "bonds". Em comparação, parecem-me as obrigações do Sporting de menor risco mas claro que os escribas afectos ao Slb dirão, já a seguir, que eu estou a sonhar ou coisa pior. Insisto no meu ponto anterior, a participação activa da máquina vendedora dos maiores bancos em Portugal poderia ter feito a diferença no sucesso da emissão Sporting.
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De AntonioP a 18.11.2018 às 12:57

Mas alguma empresa tem EO com tanta publicidade como têm os clubes de futebol (seja SCP, SLB ou FCP)? será que os bancos fizeram mais publicidade aos EOs do Porto ou Benfica? seria necessário?

Quando se compara o risco do Sporting com a MotaEngil, basta lembrar quem foi que falhou pagamentos. De qualquer modo, cada um deverá ajuizar por si mesmo! Eu não concordar contigo, não quer dizer que não respeite a tua opinião!

Quanto aos benfiquistas e portistas que estiverem a torcer para que o EO do Sporting seja um falhanço, digo para terem juizo, pois o futebol não é estanque e haverá um efeito de contágio (aquando do EO do Porto o PdC queixou-se das dificuldades do Sporting em pagar o seu , o que obrigou o Porto a aumentar os juros). Com as "dificuldades" dos bancos em emprestarem dinheiro aos clubes, os EO são a melhor maneira de se financiarem, fazer o que o BdC fez quando tentou boicotar um EO do Benfica é dar um tiro nos pés!
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De Luis Vicente a 18.11.2018 às 14:19

SPORTING CLUBE DE PORTUGAL-FUTEBOL SA
Sociedade Aberta
Capital Social €67.000.000
Capital próprio a 30 Junho de 2018,aprovado em AG em 30 Setembro de 2018 -€13.323.556.
Capital próprio em 30 Setembro de 2018 €549.361.

(Retirado da primeira folha do propecto do EO)

Não serão estes números que estão a dificultar o EO do Sporting?
Cumprimentos.
.
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De Rampante a 18.11.2018 às 15:59

Não, se assim fosse o FCP por exemplo, não se tinha safado...

Temos de ver que o sucesso destes instrumentos financeiros não depende dos pequenos investidores que investem até 1.000€ (cerca de 60% dos investidores), mas sim de conseguir captar os cerca de 5% de investidores que investem mais de 50.000€ o que numa operação como a do Sporting, significa conseguir convencer 150 investidores (e estes não se .

Estes 150 são trabalho do Sporting e dos bancos parceiros a ser feito junto dos seus investidores previamente "marcados".
Depois há os cerca de 35% de investidores que investem em média 10.000 que são usualmente captados junto dos balcões locais.

Ora o que o SCP notou no final da semana passada, é que os bancos "parceiros" não estão a fazer qualquer trabalho de balcão que capta a tal franja de 35% de investidores e se não estão a fazer trabalho de balcão então podemos assumir que também não estão a fazer qualquer trabalho junto dos "tubarões" e isso é incrivelmente mau pois o SCP procura e negoceia com bancos intermediários para serem eles a fazer esse trabalho... o SCP paga em comissões mais de 1M€ nesta operação, para não ter de se preocupar com estas coisas... fora isto os bancos ainda ganham mais quase meio milhão só em comissões da parte dos investidores...
Esta decisão (diria inédita) dos bancos está a colocar em causa toda a operação e o SCP.

Esta é a forma com que eu interpreto o que está a acontecer, mas atenção, cerca de 15M€ já estavam subscritos na sexta-feira, pelo que a operação será concluída, pode é não ter (e não deverá ter) a procura que seria ideal.
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De E-mocho a 18.11.2018 às 16:21

Onde conseguiu obter essa informação do andamento da subscrição? É interessante que “já” haja, então, a garantia de, pelo menos, 15M subscritos.

Sobre a “publicitação”, estou a achar um pouco estranha essa “queixa” de falta de divulgação já que, sendo cliente de vários bancos (maior parte deles de investimento), nunca me foi “oferecida” a possibilidade de subscrição de obrigações de SADs. Mas, claro está, a amostragem única é muito pouco.
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De Rampante a 19.11.2018 às 15:13

As fontes das minhas informações guardo-as para mim, mas as mesmas referem-se ao dia de Sexta-Feira...
Mas não deixa de ser alarmante que o objectivo mínimo não tenha ocorrido mais cedo, pois por norma, os "tubarões" posicionam-se logo no 1º ou 2º dia de subscrição...

Vamos ver se depois da reunião de hoje em Alvalade, as coisas "espevitam".
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De E-mocho a 20.11.2018 às 04:09

Assumi serem fontes “públicas” que me tivessem escapado. Não pretendia alargar o meu leque de fontes “privadas” à sua custa :)

E já vi, em outro seu comentário, que tem fontes mais “atualizadas” do que foi hoje público :), o que faz com que a emissão obrigacionista prossiga com sucesso (mesmo que não total) e fique resolvida a situação do reembolso da anterior EO, nem que seja com recurso à almofada existente. O não sucesso (mesmo que apenas parcial) desta EO tornariam as coisas bem mais complicadas.
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De Rampante a 20.11.2018 às 07:53

Em relação a "fontes", posso dizer que na sexta-feira se as mesmas me tivessem dado garantias teria feito um post com esse anúncio, no entanto havia alguma duvida da minha parte, nomeadamente por causa das palavras vindas do topo da direcção do SCP.
Mesmo assim, posso dizer que o Jornal de Negócios fez uma peça assinada por Pedro Curvelo, lançada na quinta à noite, onde dizia que a procura estava próxima dos 15M ao final desse dia, o que dava alguma credibilidade à "fonte" que na sexta dizia que nesse dia já tinha ultrapassado os 15M.

Assim, de fontes "privadas" não comento, mas de publicas, pelo menos a do jornal de negócios de quinta à noite, falhou-lhe.

Cumprimentos
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De E-mocho a 20.11.2018 às 17:18

Sem dúvida que me falhou! Não é a primeira vez e não há de ser a última, estou certo disso.
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De Anónimo a 18.11.2018 às 16:24

Comentário apagado.
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De E-mocho a 18.11.2018 às 16:32

Quer-me a mim parecer que vos estais a olhar por um espelho!
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De J. Oliveira a 19.11.2018 às 00:31

Acho este EO do Sporting Clube de Portugal, de igual risco às emissões do SLB, FCP e Mota-Engil. Subscrevi-as todas. Vou Subscrever estas, por maioria de razão, pois sou Sportinguista e acho 5,25% um óptimo investimento. Mais do que em jogadores, dirigentes ou presidentes, eu acredito na Instituição Sporting Clube de Portugal! Comentando os comentários, apetece-me dizer " com amigos destes quem é que precisa de inimigos", Exceptuando o Caro Rampante.
J.Oliveira. Saudações Leoninas.
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De Rampante a 19.11.2018 às 15:19

De forma muito grosseira, será impensável o SLB, FCP ou SCP, enquanto instituições (SAD ou Clube) "darem o barrete", até porque estão no inicio de um contracto de muito valor (NOS/MEO)...

A Mota-Engil, é um caso aparte (veja-se o que esta a acontecer com a Soares da Costa), mas dado que a Mota-Engil agora é a reforma dourada dos nossos políticos, pode ser que aquilo se aguente muitos mais anos, pois há muitas bocas para alimentar...

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