De Balajic a 07.02.2014 às 10:54
Quem sabe e conhece um pouco do "meio futebolístico" sabe que isto tem tudo para ser contraproducente.
Aliás, será quiçá, coincidência, mas o Sporting começou a ser mais prejudicado quando se começou a queixar das arbitragens.
Não é por acaso que o treinador do Sporting tem mantido um discurso contido e discreto sobre esta matéria.
Não é por "gritarmos mais alto" que seremos ouvidos. Isto só vai ao lugar quando houver alguém que perceba que estas situações não vão lá com protestos de 3 minutos virados de costas, com reclamações nas conferência de imprensa no final dos jogos ou com acusações no órgão oficial do clube...
De HY a 07.02.2014 às 12:53
Caro Balajic, todos dizemos como à coisa já nao vai lá, mas a verdadeira questão é: então como é que vai? Aceitam-se sugestões...
De Balajic a 07.02.2014 às 14:06
Caro HY,
Num dos últimos programas da SIC do domingo à noite, o Play-Off, o Oliveira disse que na altura do Pedroto, em que ele jogava no Porto, quando atravessavam a ponte em direcção ao Sul já estavam a perder (o que era uma frase típica daquele). Podiam jogar bem, ser melhores do que o adversário, mas, muitas vezes, era prejudicados pela arbitragem.
Isto porque, no entender dele, não servia de nada porque os lugares-chave do "edifício do futebol português" eram dominados por "outros". Então, vendo que nada podia fazer para "derrubar" esse "edifício", o Porto "construiu" outro. Que é aquele que existe agora.
Aqui tem uma sugestão de "como a coisa vai lá". O problema é que um "edifício" não se constrói de um dia para o outro. Nem se constrói com constantes mudanças de direcções e de políticas.
Mas tudo vai do começar e alguém terá de iniciar essa construção. Porém, volto a dizer, não se "constrói" nada cometendo-se os mesmos erros dos predecessores. O combate ao "sistema", as queixas das arbitragens e outras coisas do género foi algo que todos os outros presidentes do clube já fizeram. Com os resultados que todos sabemos.
Há que ser mais inteligente...
Caro HY , vou tentar fazer-me compreender, mas assuntos desta natureza por escrito nunca ficam muito claros.
Baseado na minha experiência em lidar com outros tipos de "sistema", futebol e não só, sei que é quase impossível cá de fora adiantar sugestões concretas, precisamente por serem questões do foro muito interno e até oculto. É imprescindível estar "dentro", ver, sentir e compreender como as coisas funcionam e por quem, para depois decidir qual o melhor curso a seguir para tentar eliminar muito do que está mal. Mas esse mal, terá de ser erradicado à raiz, caso contrário andamos com medidas e remendos meramente superficiais.
Pouco ou nada ao que concerne manifestações públicas vai à tal raiz do problema, com o potencial até para agravar o estado das coisas. Contactos e alianças têm que ser travadas com quem sabe como tudo é feito, para uma estratégia ser delienada.
Enquanto no futebol, fui vice-presidente de uma liga profissional completamente "minada" por um sistema operado por mafiosos italianos (literalmente mafiosos) e foi uma autêntica aprendizagem para mim, porque estando por dentro consegui ver e aprender como as coisas eram feitas e quem tinha o poder para as fazer.
Com tudo isto pretendo reforçar as palavras do leitor Balajic , em que sabemos o que está mal, reconhecemos que "gritar aos ventos" (mera expressão) pouco ou nada resolverá, mas as soluções concretas são estão ao alcance de quem está envolvido.
De HY a 07.02.2014 às 22:07
Rui, o comentário era para o Balajuc, nao para o post. Agradeço aos dois. Duas ideias só: terá seguramente de haver acção a outro nível, mas nao creio que uma coisa invalide a outra. Aliás, nao denunciando publicamente os escândalos que vão sucedendo dificilmente se mudará a percepção publica da situação. Aceito que nao o devemos fazer de maneira calimera... Devíamos utilizar melhor, a nível mais amplo as possibilidades que as tecnologias da informação oferecem para mostrar claramente a enorme dualidade de critérios que existe hoje. Denunciar como deve ser tais situações em todas as oportunidades possíveis (entrevistas, paineis, etc).
Quanto às intervenções de outro tipo... À parte a inteligência fina como demostrava sempre Manolo Vidal perante estas situações, temos de ter cuidado. Afinal, este blog nao tem sido extremamente inteligente quanto à defesa dos valores éticos do sportinguismo (por ex., nos casos conflituosos com jogadores)? Nao podemos permitir-nos querermos assumir o papel dos outros no sistema. Ou seja, nao podemos pensar em passarmos a ser "papa" no lugar do "papa". Isso nao é o Sporting. E destruir um sistema mafioso é muito mais difícil do que conquista-lo - ou criar outro- para usá-lo em nosso proveito
Eu compreendi a intenção do comentário, apenas quis contribuir para a conversa. Exposição mediática, etc., está tudo muito bem, mas quando se chega à hora da verdade só movimentos nos corredores do poder poderão alterar o estado das coisas, e isso não significa retirar um sistema para instalar outro. Não de pode lutar contra "tanques" com "fisgas".
De HY a 08.02.2014 às 16:59
Rui, da sua experiência, e descontando a eventual capacidade de "pressão" italiana (embora no Porto os métodos estejam próximos), há grande diferença entre a minagem dessa liga e o sistema da nossa?
Os mesmos fins por meios não necessariamente idênticos. Fundamentalmente, o objectivo é sempre o mesmo: disponibilizar "trunfos" a uns em detrimento dos outros e, por vezes, até do próprio colectivo e do futebol em si.
Os métodos a que recorrem têm características específicas, mediante a diferença de circunstâncias, mas como diz, e bem, muito não tem sido e não é muito distinto do que acontecido no Norte de há uns anos a esta parte e, antes disso, em Lisboa, como nós bem sabemos.
O meu ponto principal sobre tudo isto é que o problema tem de ser erradicado à raiz, caso contrário surgirá sempre, e por meios que não são visíveis na praça pública. O "sistema" só compreende uma linguagem, a linguagem do poder, sem este nada se consegue. Para o ter, muito tem de ser feito inteligente e discretamente e, por vezes, recorrendo a meios que não seriam facilmente aceites no seio dos adeptos. Poderá não ser agradável, mas é a realidade.
Na minha experiência pessoal, assisti a mais decisões serem feitas em almoços e jantares privados, do que em qualquer fórum oficial.
Nunca me esqueço de um teste que me foi apresentado há muitos anos atrás, pela minha comparência perante um líder de um grande empresa onde eu pretendia emprego. Entro no seu escritório e uma ventoinha que está ligada perto da sua secretária manda uns documentos para o chão. O teste é o seguinte: tendo em conta que pretende agradar, qual deve ser a sua primeira reacção ? A maioria muito naturalmente dirá recolher os documentos e colocá-los novamente na secretária e, essa maioria, chumba redondamente o teste. A questão é: qual é a essência do problema, dado que é esta que deve ser "atacada" à raiz, e é precisamente a ventoinha. Por conseguinte, a reacção correcta é primeiro desligar a ventoinha e só depois recolher os documentos. Creio que facilmente compreende a analogia.
O problema, como já indiquei, é que sem estar "lá dentro" não se pode identificar a especificidade da situação - pessoas, meios, estruturas, associações, etc. - e não é possível, compreeensível e inteligentemente, recomendar soluções.
Há uns anos atrás, tive conversas deste género com Sousa Cintra e mais alguns directores do Sporting, que clamaram então compreender a disposição das coisas mas, como sempre no Clube, não souberam seguir o curso necessário para a respectiva correcção. É claro que não é matéria simples nem fácil e que poderá levar algum tempo, mas terá sempre melhores resultados quando o "inimigo" não se apercebe das suas intenções, ou seja, segredo e surpresa são grandes armas.
Como é que Pinto da Costa e o FC Porto chegaram onde chegaram ? Uma "rede" muito complexa que levou anos a montar.
De L a 07.02.2014 às 12:17
A propaganda sempre funcionou melhor contra o mexilhão, até ao próximo jogo. Ontem foi contra o Meirim, que basicamente cada vez que é chamado a apreciar algum caso limita-se a dizer o óbvio, para quem conhece minimamente os regulamentos. Basicamente também foi no que esta gente se especializou nos 2 anos que já levava de oposição quando venceu as eleições. Fazer muito barulho e elevar a fasquia de calimeros para um patamar inimaginável até há bem pouco tempo no futebol português. E a prova que funciona internamente são os utilizadores que aparecem no Camarote a dizer que esta direção defende o Sporting como nunca.
De Anti-brunetes a 07.02.2014 às 13:41
Confesse lá,você é lampião não é?
Alias não precisa de o confessar,já o admitiu num post que fez neste espaço...
De L a 07.02.2014 às 15:29
Eu e vários dirigentes deste Sporting, por isso é que foram a correr fazer as pazes com o Benfica e consertar posições para derrubar o sistema. A mim também nunca me ocorreu ninguém melhor que o Vieira para lutar pela verdade desportiva.
De Anti-brunetes a 07.02.2014 às 15:38
L disse :
" Da minha parte e muito sinceramente cada vez que paro para pensar tenho hoje tantas razões para ser do Sporting como lampião."
Você não engana ninguém.
É óbvio que a ironia da afirmação do leitor "L" escapa-lhe. Isto, de quem anda a dizer mal de tudo e de todos desde o primeiro dia do mandato directivo actual !???
De Pean a 07.02.2014 às 20:16
O anti-brunetes ao pé do L parece um brunista ferrenho.
Sim, o L elevou a mal discência a um outro nível, e ninguém responde porque ninguém tem paciência para ler testamentos mal escritos e confusos, essa é a verdade.
Quanto ao post não vejo que possa ser contraproducente, da próxima vez que apitarem o Sporting já sabem que vão ter mais olhos em cima deles, é capaz de terem um laivo de consciência quando forem roubar.
Ah, sim... o "sistema" deve estar a tremer com medo. Mais uns "gritos" na rua e fica totalmente domado !!!