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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
O caso Belenenses-Benfica criou um equívoco. Os clubes não elegem uma autoridade soberana para gerir competições profissionalmente e impor as regras de higiene e funcionamento: elegem um subordinado para gerir contradições permanentes e acatar, muito caladinho, as regras que derem na real gana aos associados.
Devem chegar os dedos de uma mão para contar os clubes que, alguma vez, votaram num presidente da Liga por achar que ele teria dotes excecionais de organizador ou que seria um gestor visionário. No máximo, terão ponderado a influência política ou financeira, mas em geral as direções da Liga são eleitas porque os eleitores imaginam que terão algum tipo de ascendência sobre elas.
Ao mais pequeno desentendimento, não hesitam em ridicularizá-las, e normalmente por futilidades. Outros circunscrevem-se à tradicional sabotagem, esgotando logo à nascença a credibilidade e imagem pública dos eleitos. A seguir voltam ao ataque porque os eleitos não têm credibilidade nem boa imagem pública.
Chega a ser cómico ouvir falar da Liga como uma entidade que dá orientações. Nenhum clube votou com o propósito de ser orientado por aquelas pessoas. Por cá, o futebol ainda não atingiu o nível de profissionalismo em que se confia dessa forma em alguém, seja quem for (e para ser sincero, com alguma razão).
Por isso, antes de falarem da Liga como se ela estivesse obrigada ser a versão desportiva do vice-almirante Gouveia e Melo, esperem por umas eleições em que os clubes escolham uma administração em vez de uma direção e técnicos especializados em vez de sacos de pancada. E que depois aceitem, vá lá, uma decisão em cada dez. Já seria uma melhoria de dez por cento.
Artigo de José Manuel Ribeiro, Director de O Jogo
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