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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
A busca por culpados quando os resultados desportivos não satisfazem a sede ganhadora dos adeptos é comum a todos os clubes – e o treinador aparece sempre como maior suspeito. Ainda recente, Sérgio Conceição disse que assumia a responsabilidade por uma primeira parte apática dos seus jogadores, na qual claramente eles não cumpriram o plano que levaram para dentro do campo, que esta época exige do FC Porto máxima intensidade para compensar a perda de criatividade.
No Sporting, que tem acumulado maus resultados, Rúben Amorim vai mais longe. Diz que é o responsável, como é evidente, e assegura que não vai mudar as ideias que conduziram os leões a esta situação, na qual têm apenas quatro pontos ao fim de quatro jornadas. Mas afinal, quem é que está mesmo a falhar no Sporting? É o treinador? São o presidente e o director desportivo? São os jogadores?
Curiosamente, muitos dos que sancionam a culpa de Rúben Amorim por não mudar são os mesmos que insistem em rejeitar a grande mudança feita esta época pelo treinador, que de acordo com eles insiste em “jogar sem um ponta-de-lança”. E alegam que o problema está aí, como se essa fosse a única forma de meter a bola nas redes. Não é. Muitas vezes não é sequer a mais aconselhável. O melhor marcador do Sporting que foi campeão em 2020/21 foi Pedro Gonçalves, que não é “um ponta-de-lança”.
Mesmo já nesta época, o Sporting marcou seis golos nos primeiros 180 minutos de jogo, 120 dos quais com a frente de ataque móvel que os especialistas de bancada culpam por todos os males e 60 com Paulinho, que também não é o jogador mais canónico para jogar ali, não marcando depois nenhum nos 180 que se seguiram, onde de facto jogou com essa mesma frente de ataque móvel.
Sei que esta amostra não é particularmente extensa, mas devia ainda assim ser suficiente para nos fazer pensar: será que o problema é o ponta-de-lança?
Excerto do artigo do mesmo título de António Tadeia
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