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Os lendários defensores das redes

Rui Gomes, em 03.10.14

 

 

A recém-publicação de um post sobre Peter Schmeichel, deu ensejo a uma troca de opiniões entre alguns de nós aqui no blogue, sobre os melhores guarda-redes na história do Sporting.

 

Joaquim Carvalho não foi incluído na lista elite, mas não deixou de ser referido pela regularidade e elevada qualidade da sua distinta carreira ao longo dos 12 anos e 244 jogos em que jogou de "leão ao peito", a conquista da Taça das Taças de 1964 e três títulos nacionais. Não terá sido o melhor, mas é um dos mitos das balizas leoninas.

 

Comentando a recém-fantástica exibição de Rui Patrício frente ao Chelsea, Joaquim Carvalho aproveitou a ocasião para dar o seu parecer sobre o grupo dos lendários "leões":

 

«Para mim, o n.º 1 sempre foi Carlos Gomes, um exemplo com o qual muito aprendi. Azevedo fez coisas maravilhosas, como quando ajudou a ganhar ao Benfica, jogando com a clavícula partida; o Damas era igualmente fantástico. O jogo que Rui Patrício fez com o Chelsea está ao nível dos grandes guarda-redes. Ele é muito parecido com o Damas, porque também é muito mexido e decidido quando tem de fazer a mancha no chão. Eu não era tanto assim... Agarrava bem as bolas, mas não era tão decidido como esses dois. Eu era melhor entre os postes e nos cruzamentos ! Já o Patrício é muito forte pelo chão, como era o Damas. Ele é mais uma prova de que a sina do Sporting é oferecer grandes guarda-redes a esta nação.»

 

Joaquim Carvalho, o ídolo da minha juventude, quando ainda sonhava poder um dia defender a baliza "verde-e-branca".

 

publicado às 01:37

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7 comentários

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De Pedro51 a 03.10.2014 às 09:17

Lembro-me de ver um jogo na Luz, em que substituiu Octávio de Sá, que até era bom guarda-redes e tinha sucedido a Carlos Gomes. Mas, estava a dar uma barraca (contra o Carnide psicologicamente abanava) e foi substituído pelo Carvalho. Nesse jogo perdemos 4-3. Viria a tornar-se o número um da nossa baliza. Pelo meio ainda passou Aníbal, um brasileiro com barriguinha e tudo, que não era grande espingarda.
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De Pedro51 a 03.10.2014 às 09:29

Já agora, outro episódio curioso. Carvalho era fortíssimo a sair dos postes. E tinha um cabedal dos diabos. Num jogo em Alvalade, contra a CUF, Capitão Mor ponta de lança adversário, grande malandreco, estava a dar pancada que se fartava. A determinada altura, há um cruzamento e o amigo Carvalho sai ao cruzamento com ele. Resultado, grande confusão e Capitão Mor aparece no chão dentro da baliza. Pois é, tinha levado o troco, e foi parar ao hospital!
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De Sim Abelha a 03.10.2014 às 10:55

É o que o Ricardo devia ter feito ao Luisão...
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De Pedro51 a 03.10.2014 às 15:58

Pois era, mas aí era mais difícil pois o King Kong é que tinha mais cabedal... 😬
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De Julius Coelho a 03.10.2014 às 11:51

Sempre destinguimos o melhor guarda-redes daqueles que vimos actuar e dos que vi foi o grande Victor damas
Mas á quem defenda que de todos foi o Carlos Gomes ou o grande Joao Azevedo (5 violinos), infelizmente para mim nunca os vi actuar
Rui colei em baixo um texto do Azevedo para recordarmos momentos inacreditáveis de um guarda redes que ficará para sempre na história dos maiores idolos do Sporting.

João Azevedo
nasceu no Barreiro a 10 de Julho de 1915. Começou a defender as redes nos principiantes do barreirense, onde daí transitou para o Luso, tentando então a sua sorte no nosso rival da 2ª circular. Nas Amoreiras, Victor Gonçalves, naquela altura treinador dos encarnados, gostou de Azevedo, mas o guarda redes não gostou da forma como foi tratado. Segundo Azevedo no final do treino o mesmo pediu dinheiro para as passagens rumo ao Barreiro, e Victor Gonçalves como resposta disse-lhe para ir receber á sede. Azevedo não gostou e ainda bem para as nossas cores, que assim conheceram um dos melhores e mais dedicados guarda redes de sempre.
Azevedo ingressou no Sporting decorria a temporada de 1935/36, tendo sido recrutado para ser o 3º defensor da baliza leonina, numa altura em que o clube tinha acabado de contratar o prestigiado guarda redes brasileiro Jaguaré, para dar luta ao então titular, Artur Dyson. Azevedo chegou ao clube com apenas 20 anos, não se tendo intimidado com tal concorrência.
, estreando se no dia 16 de Fevereiro de 1936 contra o Boavista, numa partida para o Campeonato da Liga, tornando se dono e senhor da baliza sportinguista apenas dois meses depois da sua estreia. Tornou se numa lenda e referência do clube, onde jogou durante 17 épocas seguidas , participando num total de perto de 600 jogos, 414 destes oficiais. Azevedo é o jogador do Sporting com mais títulos conquistados, contabilizando-se 2 Campeonatos de Portugal, 4 Taças de Portugal, 8 Campeonatos de Lisboa, 7 Campeonatos Nacionais e a Taça Império.
Um verdadeiro Leão , Azevedo chegou a jogar depois de ter sido suturado com 12 pontos na cabeça, entre outras feitorias dignas de um herói. Em Novembro de 1946 jogava se a final do Campeonato de Lisboa contra o Benfica. Aos 43 minutos da partida Azevedo teve um contratempo, fracturando a clavícula. Outro grande Leão , Jesus Correia, assumiu a baliza até ao intervalo, sendo substituído por Veríssimo. Na segunda parte , Azevedo com o braço ao peito quis reentrar na partida, fazendo o aos 22 minutos, altura em que o resultado era de 1 a 1. O Sporting ganhou o jogo por 3 a 1, saindo Azevedo em ombros do relvado.
Numa outra ocasião, na Final da Taça de Portugal contra o Belenenses , o guarda redes fracturou um pé , não conseguindo colocar o calcanhar no chão sequer. Continuou na baliza ajudando o Sporting a conquistar mais uma Taça.
Após a retirada de Álvaro Cardoso, que capitaneou a célebre equipa dos cinco violinos, Azevedo herdou a braçadeira de capitão. Já com 36 anos viria a perder o seu lugar para o jovem Carlos Gomes, mais um grande guarda-redes oriundo do Barreiro. Jogou 19 vezes pela Selecção Nacional entre as quais se destaca um inesquecível jogo no qual Portugal empatou na Alemanha contra a selecção da casa. Depois desta exibição memorável, ganhou a alcunha de “O Gato de Frankfurt”.
Foi dispensado do Sporting nas vésperas de uma digressão ao Brasil em 1953, tendo sugerido aos responsáveis do clube se haveria a possibilidade de ficar como treinador de guarda redes. Não tendo sido aceite esta proposta pela parte do Sporting, Azevedo acabaria a sua carreira a defender as redes do Oriental.

Em 1981 foi distinguido com o Prémio Stromp na categoria Saudade.

Viria a falecer a 3 de Janeiro de 1991.
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De Zargo a 03.10.2014 às 13:43

O Carvalho foi um guarda-redes de elevado gabarito, aliás como era habitual no Sporting até determinada altura. Quando eu era rapazinho fiz a colecção Ídolos do Desporto de todos os jogadores do Sporting. Isto por meados dos anos 60. O Carvalho foi chamado de “Homem tranquilo” pela forma como agia na baliza. No entanto, os companheiros de equipa e os adversários chamavam-lhe “Cavalo”, pois não era nada meigo dentro da sua área. E o Capitão-Mor tomou-lhe o jeito, pelos vistos.

Era um jogador muito competitivo e um guarda-redes autoritário, que não brincava em serviço. Consta que na finalíssima com o MTK esbofeteou o Pérides porque este tremeu numa bola dividida. Carvalho desfaleceu com a emoção no fim do jogo com o Varzim, que sagrou o Sporting campeão nacional em 1965-66. Um pinga amor pelo Sporting!
Tenho a convicção absoluta de que o seleccionador Manuel da Luz Afonso foi injusto com o Carvalho no Mundial de Inglaterra. Raramente tive uma convicção assim tão límpida relativamente a um jogador de futebol em contexto semelhante.

Carvalho está entalado entre dois guarda-redes excepcionais do Sporting: Carlos Gomes e Vítor Damas. Talvez por isso o seu valor ainda não foi totalmente reconhecido.

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De sportingsempre a 03.10.2014 às 16:42

Quando comecei a ir ao estádio era o Damas, já o Carvalho e o Carlos Gomes nunca vi jogar. Desde o dia que o Damas foi para Espanha (voltou depois), passaram pelo Sporting muitos guarda-redes e alguns bem fraquinhos (Conhé, Tiago e Costinha, por exemplo), grandes guarda-redes só me recordo do Meszaros e do Schmeichel , já entrados na idade e por pouco tempo. O Rui Patrício, com altos e baixos e muito esforço, lá vai cumprindo...
O Damas levantava o estádio com uma defesa fantástica. O Schemeichel garantia a vitória, aos berros e à chapada se fosse preciso.

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