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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Às tantas, a meio da segunda parte, um dos comentadores da transmissão televisiva do Portimonense-Sporting dizia, meio que surpreendido, que Bruno Fernandes “tinha caído muito”.
Não foi só Bruno Fernandes. O Sporting caiu muito na 2.ª parte, num jogo em que, diga-se, nunca foi brilhante, em que nunca pareceu conseguir lidar com a) um Portimonense que sabe sair para o ataque e b) a pressão que é saber que em caso de vitória, o 2.º lugar estava ali à mão.
E é nestas alturas que é um luxo ter um jogador como Bruno Fernandes. Que tem mais de 50 jogos nas pernas e mesmo nos jogos em que já não parece tão fresco, tão afinado, ainda tem a clarividência e o talento para resolver o que até então parecia empancado.
Há quase 50 anos que nenhum médio português do Sporting marcava tantos golos numa só temporada. Bruno leva já 16, mas nem só de golos vive esta temporada do miúdo que os leõe foram buscar à Serie A. Em Bruno Fernandes também está o inconformismo de quem só deixa de tentar quando o jogo acaba, de quem tem sempre aquele pedacinho de fantasia misturado com eficácia e vontade, por demais necessário quando, claramente, tudo o resto falha.
Esta noite, enquanto colectivo, o Sporting não foi o Sporting de outros jogos. Bas Dost nunca foi bem servido, a defesa, sem Mathieu e com um não rotinado Petrovic, falhou mais do que o costume. Mas estava lá Bruno Fernandes e é graças aos pézinhos de Bruno Fernandes que, em Alvalade, se pode, de facto, começar a ouvir o hino da Champions. E sem olhar para trás.
Lídia Paralta Gomes, jornal Expresso
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