Para lá da generosidade

Rui Gomes, em 21.02.24

Um grupo de sócios, do "Movimento Hoje e Sempre Sporting", apelou à direcção do Sporting para utilizar "todos os mecanismos legais à sua disposição no âmbito da justiça desportiva e não desportiva, em instâncias nacionais e internacionais", na defesa dos interesses do Clube. Isto, na sequência da condenação judicial de um agente desportivo por crimes de corrupção.

A recém-condenação de César Boaventura é interpretada por este grupo de sócios como uma infame mancha na verdade desportiva e na integridade das competições do futebol português.

A inércia das estruturas competentes do futebol português exigirá a acção de todos aqueles que procuram esclarecer os reais contornos deste caso, no que concerne às verdadeiras interligações e à assunção de responsabilidades para todos os intervenientes.

Os mais variados expedientes e a habitual conivência por parte dos principais responsáveis do futebol português, não podem continuar a insultar a inteligência dos adeptos.

Texto da autoria de Leão do Norte

publicado às 02:48

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23 comentários

De Leão do Norte a 21.02.2024 às 10:18

LG,
A actuação não deve ser pautada pela percepção, ou "certezas", que o seu desfecho terá.
A "falta" de provas é algo sempre muito conveniente. Especialmente quando o conformismo dos lesados se instala.

De LG a 21.02.2024 às 10:42

QED
"Depois, em segundo lugar, e pensando em termos de realpolitik, a Direção atual não tem grande interesse em reavivar um assunto..."

O que acho estranho é como nem um jogador dessa época diz alguma coisa.

De Juskowiak a 21.02.2024 às 13:21

Leão do Norte, à luz do Direito a "falta de provas" não é uma questão de conveniência. Acredite, se algum dia a prova ou não dos factos for irrelevante para os tribunais passaríamos a ter uma sociedade absolutamente ditatorial e em que basicamente os direitos cívicos não existiriam.

A menos que queiramos ter uma "justiça de café"....

Desculpe o reparo, mas não pude mesmo deixar de intervir. Deduções pessoais, achismos ou "parece-me que....." não podem, por si só, relevar para as decisões jurídicas e mal de todos nós se algum dia deixar de ser assim.

De Leão do Norte a 21.02.2024 às 17:34

Juskowiak,
Porventura interpretou mal o sentido do meu comentário. A mencionada "falta" de provas não sugere a sua irrelevância para os tribunais.
A devida fundamentação das decisões é estruturante de um estado de direito e é essencial para salvaguardar direitos individuais. Como princípio geral é inatacável.

No entanto, o processo de recolha da prova é humano, voluntário, sujeito, como em todas as áreas de actividade, a bons e maus investigadores, bons e maus processos de investigação, bons e maus diagnósticos decorrentes.
Não transformemos um princípio geral estruturante, num acto de proclamação de fé. Confiar sim, mas mantendo um juízo crítico que também serve para "depurar" o sistema.

De José Sousa a 21.02.2024 às 18:41

Nem mais. A justiça é feita pelo ser humano e obviamente não é perfeita.
Como em tudo na vida, há bons e maus profissionais e a justiça não é excepção.
Se estivermos a falar do sistema judicial e português, pior ainda.
Como dizia o grandíssimo Professor Gomes Canotilho nas aulas, “o bom senso é um dos princípios básicos do direito “.