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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
As contas fazem-se no fim. É uma afirmação muito comum e usada, com frequência, no mundo do futebol. A verdade é que as contas se fazem, também, no dia-a-dia. Os títulos conquistam-se no final do percurso, mas vão-se conquistando ao longo do processo. Por exemplo, o Sporting está, neste momento, no primeiro lugar no campeonato e poderá vir a ser campeão, o que como qualquer sportinguista, espero que aconteça. Mas porque o clube já descartou, por opção ou incapacidade, outras provas, resta-lhe apostar na conquista do título todas as fichas. Se vencer, a estratégia merecerá elogios, mas se falhar será criticada, tendo como alvo o treinador e a estrutura que lhe deu apoio.
Seja qual for o resultado final, pode fazer-se , até ao momento, um balanço do decurso desta época futebolística. Jorge Jesus tem defendido que o Sporting está melhor que nos últimos dois anos. A validade da afirmação depende do prisma de análise. Está melhor, porque joga melhor futebol? Está melhor porque está mais competitivo? Está melhor porque ganhou um título e luta por outro? Está melhor porque conseguiu resultados mais positivos? Deixando de parte apreciações mais subjectivas, vejamos o que dizem as estatísticas disponíveis, que valem o que valem, mas que constituem um dado objectivo.
Nesta época, o Sporting foi batido oito vezes em 39 jogos oficiais. Na época 2013/2014, com Leonardo Jardim, o Sporting perdeu quatro jogos em 35 e na época anterior com Marco Silva teve sete derrotas em 53 partidas. Em relação aos jogos em casa, Jesus perdeu dois, e Jardim e Marco um. Conclui-se que Jorge Jesus já leva mais derrotas que os seus antecessores quando ainda estamos longe do fim da época. E em relação a empates veremos. (1)
Quer isto dizer que Jesus é pior treinador ? Independendetemente de opções, não é isso que está em causa. É um treinador competente, mas sujeito, como os outros, às muitas contigências do futebol, embora demonstre alguma arrogância, no discurso, em relação aos seus pares.
A mesma arrogância serviu de mote a incondicionais do presidente, no atabalhoado despedimento de Marco Silva, acusando-o de incompetente e de irresponsável. Uma lição que podemos extrair da estatística, é que abdicar do sentido crítico apenas para justificar actos injustos, venham de onde vierem, nos coloca no terreno do servilismo acéfalo. E ajuda a dar consciência ao ditado, "pela boca morre o peixe".
1) Fonte: SapoDesporto, Estatística, 19/2/2016
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