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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
José Peseiro é um pouco como a pescada. Antes de ser já era. Ainda mal tinha começado e já era um treinador a prazo. O presidente Frederico Varandas fez questão de sublinhar que quer o melhor treinador para o Sporting. Sousa Cintra também decidiu complicar-lhe a vida. Ouviu um coro de assobios em Alvalade quando o seu nome foi anunciado antes do jogo com o Boavista. Grande parte dos adeptos não o valoriza, e para muitos será sempre o responsável pelo “quase” em 2005. Apesar da bela vitória frente ao Boavista, ninguém se esquece da derrota com o Portimonense. Ele próprio dá a sensação de se sentir isolado.
Peseiro não tem margem de erro nem muita tolerância dos adeptos. Chega a ser revoltante certa hostilidade, mas não adianta invocar a realidade pois quase ninguém gosta dela como ela é. Poucos o ouvem quando tenta explicar o modelo de jogo mais pragmático e menos ofensivo porque ainda não tem jogadores com posse de bola que o permitam, e porque falta poder de fogo na grande área adversária. Também não interessa o facto de respeitar os adeptos leoninos, ao contrário de Jesus. Um treinador está sempre a prazo, mas o lugar de Peseiro está em risco quase desde o primeiro dia do regresso a Alvalade.
Os adversários de Varandas perceberam que neste momento o treinador é o ponto mais vulnerável da direcção do Clube. Não me refiro aos apaniguados do destituído que todos os dias procuram puxar para baixo o estado de coisas. Agora há quem aguarde na sombra. O mal da equipa leonina será o momento de acção, sempre foi assim, e quem está lá em cima sabe isso mesmo. A verdade é que Peseiro tem de fazer mais, a equipa tem de jogar melhor futebol e de vencer com maior frequência. Ele não pode revelar medo, tem de ser um líder ambicioso. Aquele discurso de perder por menos do que outros deita tudo a perder. É que há um lastro antigo que se lhe colou à pele e que volta sempre que há um desaire.
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