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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Todos concordamos, a avaliar pelos comentários às notas do Julius, que o Sporting não tem consistência exibicional, variando de jogos muito bem conseguidos para outros, como o de ontem, que são confrangedores - eu diria até desonrosos, face aos pergaminhos do Clube.
Nestes últimos, uma coisa se revela quase sempre: a lentidão de processos. Eu ontem estava a reparar e, em posse, às vezes quase ninguém da frente se mexia, talvez só o miúdo (Chermiti) procurasse quebrar o marasmo. Então o passe voltava a ser feito para trás, e eventualmente mais ainda, até que os defesas reiniciassem então algo a que os adeptos desesperavam por poder chamar "construção".
Ora, isto eu não acho mesmo aceitável. Não é assumir o que se fez, simplesmente, que resolve as coisas. É preciso explicar o porquê de não se ter feito diferente, é preciso ir ao grão e não ter medo de dizer o que se passa, se algo de errado se passa: falta de motivação, jogadores com pouco espírito competitivo, quebra de confiança, necessidade de novas propostas tácticas, eu sei lá. Mas não vejo isto abordado, vejo os adeptos a acompanhar a equipa, como deve ser, na grande esperança de que venham aí melhores dias, mas vejo-os frustrados com a ausência prolongada de sinais sólidos, e sublinho sólidos, de melhoria.
Parece-me, sinceramente, que estaria na hora de deixar um pouco de lado aquele discurso de "faz parte do processo, vamos melhorar" com que Rúben Amorim amacia os ânimos dos adeptos em cada conferência de imprensa pós-desilusão e ir desempoeiradamente às entranhas do problema. Porque se Amorim é honesto e genuíno quando se refere a si mesmo, aos seus "defeitos", por vezes até exagerando-os, e todos lhe temos reconhecido isso, estamos a precisar de que ele mostre a mesma honestidade e genuinidade a explicar porque é que o Sporting ainda joga tão mal - salvo raras excepções - e as melhorias não acontecem.
Dito isto, esclareço, para que não tirem conclusões precipitadas: não deito fora o bebé com a água do banho, acho que Amorim continua a ser o homem mais indicado para dar a volta à situação; o que sinto é que tem não apenas de ir mais fundo como tem de mostrar aos adeptos o que está a fazer, caso contrário vai diminuindo também um dos seus grandes trunfos: o capital de credibilidade que nos inspira.
Comentário do leitor Marcos Cruz
NOTA: O facto de publicar este extenso comentário do leitor, não significa que concordo de modo algum com tudo o que diz, a começar logo por o que ele entende serem "exibições desonrosas". Fundamentalmente, não obstante o adorno do último parágrafo, isto é um ataque a Rúben Amorim, e não é a primeira vez que este leitor o faz.
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