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Rui Gomes, em 22.01.18

 

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Comentário do leitor FERNANDES ao post intitulado A mais desinteressante teoria sobre o Futebol português, Pt.1, da autoria de DRAKE WILSON:

 

"A meu ver Roquette é o grande responsável pela "destruição" do Sporting tal como ele existiu ao longo da sua história. Não que o clube fosse estático, esteve sempre em constante mudança, mas perdeu-se algo de único, fruto das ideias que implementou. Mas não quero entrar por aí, é apenas uma opinião.

Esta minha intervenção prende-se mais com o "totalitarismo presidencial", que de facto é assustador.

Só um pequeno exemplo: ninguém faz a mínima ideia quanto custa o andebol. Se o presidente quiser gasta 1.5 milhões de euros. Ou 5 milhões. Para os sócios vai dar exactamente ao mesmo. Sócios esses que... aprovam as contas e orçamentos. Estranho? Aparentemente é inquestionável!

Isto para chegar onde? Afinal, o que impede os adeptos de se organizarem e terem uma palavra activa na vida do clube? A realidade é que os adeptos, contra ou a favor da direcção em exercício, nunca questionam a forma como o poder é exercido, apesar do poder emanar... dos próprios adeptos.

O que vemos é o totalitarismo presidencial dentro e fora do clube, mas acima de tudo na cabeça de cada pessoa. É assim, porque sempre foi assim, mas quem não gosta limita-se a dizer "o que tem de ser tem muita força", "antes é que era bom", "eles fazem o que querem", até à desgraça seguinte, que hipoteca o futuro do clube durante décadas.

É assustador que 3 grandes da Europa (é um problema cultural) não tenham entre si uma única associação de adeptos que vise melhorar os clubes de fora para dentro, que procure dizer "isto vai mudar, a bem ou a mal, porque nós não vamos desaparecer". Não que queira "discutir", "falar" e por aí fora, mas que queira, por exemplo, denunciar o presidencialismo totalitário, e defender uma visão diferente a todo. Estamos a falar de 130 mil pessoas por jornada que têm um peso nulo nos clubes, excluindo numa ou outra decisão muito espaçada no tempo (muito mesmo), até porque a esmagadora das "decisões" colectivas não passam de carimbar o que já foi decidido.

Enquanto 50 ou 100 pessoas altamente organizadas não tiverem como missão existir à margem da engrenagem totalitária, é impossível algo mudar. Ou alguém tem dúvidas que se amanhã Pedro Madeira Rodrigues fosse eleito, o totalitarismo presidencial continuava intacto?

O que me faz mais confusão é que existem imensas pessoas que dedicam milhares de horas ao clube em todo o tipo de funções/actividades extra-ver jogos de futebol (este blogue, apenas um exemplo), mas essa dedicação e persistência ou é profundamente individualista ("eu penso assim", e o resto do mundo é estúpido, estilo BdC) ou fica sempre à porta do que realmente interessa: mudar a forma como o clube é organizado, ou seja, transformá-lo numa organização aberta, transparente, digna e respeitável (isto claro, sabendo que existe para alcançar objectivos desportivos no futebol). Retirar os clubes de 1956 e trazê-los para 2018!

No entanto, parece uma utopia ao nível de acabar com a guerra a ideia de um grupo de pessoas se juntar em prol do seu clube, à revelia de totalitarismos, ou melhor, contra eles!".

 

Resposta ao leitor FERNANDES do nosso redactor DRAKE WILSON:

 

Nunca poderemos constituir juízos sobre mandatos presidenciais no Sporting, sem observarmos todo um passado que condicionou a actuação dos mesmos, como igualmente influenciado o surgimento dos próprios. Considerar Roquette como “responsável pela destruição do Sporting como ele existiu”, só pode ser um equívoco da sua parte.

José Roquette teve Jorge Gonçalves, Sousa Cintra e Santana Lopes como antecessores – o maior presente envenenado na história do Sporting. Foi Santana Lopes que, no alto da sua imunidade divina no que a decisões erradas diz respeito, decidiu extinguir 4/5 Modalidades no Clube após aprovação dos Sócios, sem influência ou opinião dos restantes Orgãos Sociais do Clube – entre eles José Roquette, na altura Presidente do Conselho Fiscal. É em 1996, com o Sporting em incumprimento com Atletas, Estado, Banca e outros Credores, que Roquette chega à presidência do Clube – com um Passivo na ordem dos €35 Milhões.

Com uma margem de actuação sempre condicionada pelas circunstâncias, Roquette procurou a estabilização financeira imediata, através de diversas resoluções perante o Estado português no que respeitava a impostos e dívidas sociais. Faz um acordo com o BCP poupando ao Sporting 3 anos de Juros em dívida. Cria a primeira Sociedade Desportiva em Portugal, desenha uma estratégia de independência financeira que outros copiaram, de onde nasceu o Estádio e viria a surgir a Academia. Foi, no decorrer da sua presidência, conquistado um Campeonato Nacional.

Roquette teve de lidar com dois sérios cancros no Sporting. Um deles, um indivíduo que gozava de privilégios em excesso no Clube, ex-membro do Conselho Fiscal de Amado de Freitas, amigalhaço de Balsemão e Santana. Outro, o grande traidor de José Roquette e do Sporting por conseguinte, estando na origem de um negócio que o favoreceu em €20 Milhões, metade do que prejudicou o Clube: mais de €40 Milhões. Ambos, só anos mais tarde foram corridos do Clube, felizmente. Opto por ficar por aqui em relação a este tema.

Como pode constatar, coube a José Roquette o trabalho mais difícil no período mais complicado. Nenhum Presidente na era moderna do Sporting fez tanto com tão pouco. E nada neste trajecto me soa a “destruição”.

Outra questão que refere e da qual discordo, relaciona-se com o “poder dos Adeptos” – os Adeptos não têm poder algum no Futebol, porque o Futebol é movido a resultados e não a associativismo. O Candidato que promete resultados (que mente, pois ninguém pode consagrar o Futuro como garantido) permite aos Adeptos portugueses o seu próprio existencialismo. Nomeadamente os que acompanham em bloco, que pensam em bloco, que condicionam em bloco e que votam em bloco – as Claques, pouco dadas a meditações de ordem racional mais do que o ódio que sentem pelos rivais. Os restantes Adeptos, que são a maioria, só surgem quando os resultados apelam, aplicando o seu dever interventivo à compra de bilhetes, cachecóis, e pouco mais.

Finalmente, no que toca ao Andebol. No Sporting, esta Modalidade é gerida por um grupo de yes-men, onde à revelia do presidente e perante os atletas, agem eles próprios como presidentes. Com um simpático Treinador cujos sistemas de treino estão ao nível do que se aprende no liceu, sobra o orçamento para termos um plantel recheado de estrelas. Conquista-se o Campeonato e a EHF com relativa facilidade, e está o assunto resolvido. Porque o que interessa é mesmo isso: os resultados. A ninguém interessa o orçamento. Como igualmente a alguém interessa o comportamento ditatorial de Galambas perante os jogadores – que curiosamente divide a atenção ao jogo com sms’s por telefone, num excelente exemplo para os atletas.

Os orçamentos aplicados pelo Clube às modalidades são uma estratégia pífia e momentânea desta Presidência em promover a sua própria imagem – como a maioria das suas intervenções em qualquer âmbito –, cuja insustentabilidade levará a que já no próximo ano surja um desinvestimento assinalável. Aliás, não afirmo nenhum segredo, tendo em conta o que terá já sido dito pelo próprio Presidente ainda em 2017: “Ou largam o Facebook e trazem uns amigos para Sócios, ou seremos obrigados a cortes substanciais nas modalidades”.

 

publicado às 14:43

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10 comentários

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De João a 22.01.2018 às 17:31

Fernandes levantou questões importantes, bem respondidas por Drake Wilson. Vou apenas falar de Roquette pioneiro da SAD muito contestada na altura mas logo imitado pelos concorrentes; não menos importante, ele presidiu ao Sporting na era dourada de Pinto da Costa e todos sabemos o que significou. Roquette disse:" durante a minha presidência o Sporting vai ganhar 4 campeonatos", ganhou 2, considero que Dias da Cunha foi um continuador. Nas circunstancias da época foi ENORME. Dava um doce a Bruno de Carvalho se ganhasse um, este tudo leva a crer foi pelo Sado abaixo.
SL
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De Drake Wilson a 22.01.2018 às 17:53

Boa tarde João.

Como é natural, concordo consigo.

O "Projecto Roquette" acaba, em cérebro e em fundamento, quando José Roquette abandona a presidência do nosso Clube. Tudo o que se seguiu foi uma encenação do grosseiro "Projecto Político" do Sporting, iniciado por Pedro Santana Lopes e sempre garantido pelos seus homens de confiança, nomeadamente o Solicitador Luís Duque – que sempre gozou de uma influência quase incompreensível tanto no Sporting como na sua esfera Social.

Dias da Cunha, se tem surgido como Presidente 20 anos antes, teria sido forte o suficiente para entender o que andava a personagem (tanto quanto Godinho Lopes) a fazer dentro do nosso Clube.
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De sloct a 22.01.2018 às 19:43

Embora concorde a 100% com tudo o resto, discordo totalmente das críticas ao treinador do Andebol.

Alguma vez jogou a modalidade como atleta federado?

Conhece os métodos de treino que são usados nos clubes / selecções de topo?

Obviamente que não discordará que o Zupo Equisoain é um treinador de topo. Não nota uma mais que evidente evolução, quer individual quer colectiva, na equipa desde que o Hugo Canela iniciou funções?

Para terminar, respondo ao que lhe vai assaltar a mente, sim joguei como federado.
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De Drake Wilson a 22.01.2018 às 20:35

Boa noite Sloct.

Vinda de um Leitor, considero válida – como ponto de princípio – qualquer opinião que permita gerar discussão ou troca de ideias. O facto de você ter sido Federado, ao contrário de me assombrar, penso que só favorece a riqueza deste assunto a debate. Respondendo à sua questão, nunca pratiquei a nível oficial qualquer desporto.

No que ao Sporting respeita, acompanho preferencialmente o Futebol, Hóquei e Andebol. Relativamente ao Andebol, tive oportunidade de assistir a todos os jogos da Champions da modalidade, este ano, efectuados no Pavilhão. Deve concordar que foi visível a falta de preparação da nossa equipa para uma competição desta envergadura, não obstante do nosso forte investimento num plantel qualificado, nos dois últimos anos.

Jogámos contra os melhores, é um facto. Mas um facto que não poderá servir de atenuante perante o posicionamento das deficiências técnicas apresentadas tanto ao nível de finalização (um problema que persiste), como de organização de jogo no que respeitou à constante troca de Pivot's em processo ofensivo/defensivo. Mais a mais, perante situações críticas das partidas a que assisti, era clara a ausência de indicações técnicas clarividentes por parte do nosso Treinador. "Vamos lá C..., temos de ter atitude", mesmo repetido por diversas vezes, é algo que deixa a desejar.
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De sloct a 22.01.2018 às 21:54

Não concordo com a falta de preparação, para mim o principal e inultrapassável problema chamou-se Matej Asanin.

Para além da lesão do Ruesga e da clara má forma nos primeiros jogos do Frank.

Repare que o único jogo que o gigante jogou foi em Montpellier, onde perdemos (sim, perdemos, nada a dizer) por 1. A este nível não se pode jogar na baliza com um miúdo de 18 anos, que vai ser um grande gr's, mas ainda não o é, nem com um mediano gr's, que mesmo como suplente pouco oferece à equipa.

Diz-se que um gr's é meia equipa, e apesar do exagero, no andebol não anda muito longe da realidade. A fracção de segundo que um gr's de topo consegue incutir na cabeça dum jogador de campo na altura do remate é a diferença entre um golo certo e um potencial falhanço. Niklas Landin Jakobsen, Titi Omeyer e Patrik Andersson são na actualidade os expoentes máximos dessa situação. E depois temos os outros, os que vivem da intuição e dos reflexos, Silvio Heinevetter e Gonzalo Perez de Vega, serão porventura os melhores nesse aspecto.

Isto para dizer que tendo apenas 24 anos, o nosso Asanin vai inevitavelmente a caminho de ser um dos grandes.

Como já deve ter reparado, este que se assina (tinha a mania que) era gr's.

Voltando ao Sporting, temos que ter a noção das realidades, a nível internacional não passamos duma equipa razoável, à excepção dos turcos, todas as outras equipas tinham um ritmo de jogo elevadíssimo, muito para além das capacidades físicas, e em muitos casos técnicas, dos nossos jogadores.

Quantos jogadores temos de verdadeira classe internacional? Asanin, Ruesga e Nikcevic são jogadores de topo em qualquer parte do mundo, num segundo plano Frank, Rocha, PP e apesar de tudo o Carneiro. Os outros são bons jogadores, ponto final, mas para este nível pede-se mais, pede-se algo que os nossos jogadores não conseguem dar. Não tem a ver com o treino ou com o treinador.

E quando se tenta jogar ao mesmo ritmo e velocidade destas equipas, as falhas técnicas crescem exponencialmente.

E para acabar, essa constante troca de pivot's faz sentido em termos teóricos, o Kopko é de longe o jogador que melhor defende em Portugal (na globalidade), e o Rocha de longe o jogador que melhor ataca em Portugal (como pivot). A este nível têm necessariamente que existir trocas defesa / ataque, Reparou nas dificuldades enormes que o Kopco sentiu nesses jogos, a ter que defender jogadores mais pesados, mais altos e mais móveis que ele? E na quantidade de 7 metros que consentimos? Não há muito que um treinador possa fazer contra isso. O que podia fazer, e isso sim é uma falha, era treinar exaustivamente essa substituição, que tem que ser imediata e a "200 à hora", o que várias vezes não ocorreu.

E já agora, essa situação dos descontos de tempo, confesso que não faço ideia, nunca fiquei suficientemente perto do banco para ouvir as indicações que ele dá ou deixa de dar. Já vi na televisão ele explicar num quadro o que pretendia, nem sei em que jogo, isso já vi, mas de qualquer maneiro acredito no que me diz

Dito isto, não tenho nenhuma procuração do Canela para o defender, nem sequer o conheço pessoalmente, é apenas a minha opinião.

Saudações Leoninas, e nunca se canse de escrever os seus magníficos posts.
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De Drake Wilson a 23.01.2018 às 02:09

Gostaria de desenvolver um pouco mais este tema consigo, talvez em termos estruturais. Mas com toda a sinceridade, e não dispondo seguramente do seu conhecimento técnico para acompanhar de melhor forma este debate, prefiro valorizar o prazer que me deu ler esta sua análise.
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De Anónimo a 22.01.2018 às 20:11

Os 2 cancros eram Godinho Lopes e Luis Duque ?
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De Pedro51 a 22.01.2018 às 20:13

É meu o comentário
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De Drake Wilson a 22.01.2018 às 20:35

Boa noite Pedro.

Sim, efectivamente corresponde aos dois nomes que aponta.
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De Leão da Guia a 22.01.2018 às 23:06

Discordo frontalmente da opinião do leitor Fernandes de que “Roquette é o grande responsável pela destruição do Sporting tal como ele existiu ao longo da sua história”. Uma opinião severamente injusta e absolutamente inapropriada para o neto do fundador do Clube, que – tal como idealizara o seu avô – também sonhou e se empenhou por um Sporting de destaque universal.

A despeito de todos os vendavais contraditórios, nenhum sportinguista honesto e sensato pode ou deve ignorar que a famosa Academia do Sporting, em Alcochete, inaugurada em 2002, obra precursora no nosso país e internacionalmente prestigiada, se deve à visão e à iniciativa de José Roquette – que – além do grande impulsionador da construção do novo estádio – foi, igualmente, o pioneiro da criação das SAD em Portugal.

Os ventos da ingratidão não conseguirão também apagar o histórico facto de que foi sob a presidência de José Roquette que o Sporting (pondo termo a um “jejum” de dezoito anos) voltou a ser Campeão Nacional de Futebol (1999-2000) – conquista, aliás, repetida apenas dois anos depois pelo seu sucessor, António Dias da Cunha, acrescida da Taça de Portugal.

Ah, e quantos campeonatos venceu o Sporting nos quase cinco anos da actual presidência? Sim, claro, “este ano é que vai ser”… – mesmo que arrisque a falência resultante da aquisição descontrolada de jogadores em massa e dos custos exorbitantes de um treinador de discutível fiabilidade…

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