Camarote Leonino
Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Ponte de ligação aos leitores
Rui Gomes, em 28.07.22
Um post invulgar desta rubrica dando destaque a um leitor - Luís Barros - que aqui e noutros espaços anda a passar uma mensagem negativa, que me parece encomendada, sobre a formação do Sporting CP.
Eis alguns dos seus comentários...
"Mais um que sai a custo zero (Hevertton Santos). O Sporting cada vez mais parece a Santa Casa da Misericórdia".
"É para isto que andamos a investir na formação? O Sporting quando compra por milhões 50% do passe de jogadores fica quase obrigado a valorizar o jogador que comprou e dar ainda mais a quem o vendeu. Em contrapartida o Sporting dá jogadores e habilita-se a ganhar 50% quando for vendido. O tempo e as direcções mudam, mas o defeito a negociar continua".
"Não estou preocupado com a ida do Hevertton para o Estrela da Amadora. Estou é preocupado quando vejo numa época saírem dezenas de jovens jogadores a custo zero. Quando isso acontece, algo correu muito mal na formação. A tão apregoada aposta na formação este ano fica limitada ao Gonçalo Inácio e isto se ele ficar no plantel. Estou em crer que essa bandeira já foi derrubada. E com isto também se perdem muitos milhões".
"A geração entre os 19 e os 23 anos foi praticamente desbaratada, porque, supostamente, não tinham qualidade para vestir a verde e branca. Muitos foram campeões juniores e seniores. Muitos saíram a custo zero com anos de investimento deles na formação. Isto é um fracasso a nível desportivo e financeiro. Neste momento também já se sente que muitos dos que andam entre os 17 e os 19 anos são para despachar. Se isto é apostar a formação..."
"Custo zero (vulgo borla) é para quem adquire o passe do jogador como é óbvio, porque para o Sporting, o custo que se teve na formação dos jogadores dá um saldo financeiro negativo.
Mas no meio disto tudo sai uma questão. Será que a falta de qualidade na formação será só atribuída aos jogadores? Aqui afirmo já que não. Assisti ao longo dos últimos anos a muitos jogos da formação e vi muitos jovens perderem-se pela fraca qualidade de alguns treinadores e de uma filosofia de formação desportiva errada, em que se deu mais valor ao indivíduo do que ao atleta. O Sporting forma atletas não forma seminaristas".
42 comentários
De Fúlvio Amaral a 28.07.2022 às 17:29
Boa tarde Luís Barros
Começando com Pote, o que o caro preferia ter 100% de Pote e não termos contratado Nuno Santos?
O orçamento era limitado e conseguimos construir uma equipe que foi campeã.
Eu preferia ter 100% de Pote, obvio que sim, tinhámos capacidade financeira para isso?
Andávamos a contratar jogadores naquele defeso com o Salvador a achincalhar-nos que ainda deviámos Rubem Amorim e uau até fomos campeões.
Em relação à formação, quantos jogadores são chamados aos trabalhos da equipa, quantos jogadores foram chamados à pré epoca e tiveram oportunidade de se mostrar?
Vamos à prospeção estámos a ter a capacidade de ir buscar jovens talentos a outras ligas, à muito que tinhámos perdido essa capacidade.
Vamos às contratações, temos melhor que Franco Israel na formação (e eu até gosto do Diego Callai), que St. Juste, que Trincão, que Moritta, quais os jogadores da formação que substituia por esses?
É verdade que BDC acabou com a partilha de passes, construiu o Pavilhão, fez o contrato com a NOS.
É verdade que BDC acabou com a equipa B, desinvestiu na formação, e sim a atual direção falhou em muitas contratações, mas Abel Ruiz, aí Abel Ruiz, contratou Jorge Jesus, desinvestiu na manutenção do estádio de Alvalade e da Academia.
E se não foi o cabecilha no mínimo facilitou a invasão a Alcochete, o que para mim dá no mesmo, e no país em que as escutas não foram aceites como meio de prova no apito dourado, não me venham com a treta que é inocente porque não foi provado em tribunal.
Começando com Pote, o que o caro preferia ter 100% de Pote e não termos contratado Nuno Santos?
O orçamento era limitado e conseguimos construir uma equipe que foi campeã.
Eu preferia ter 100% de Pote, obvio que sim, tinhámos capacidade financeira para isso?
Andávamos a contratar jogadores naquele defeso com o Salvador a achincalhar-nos que ainda deviámos Rubem Amorim e uau até fomos campeões.
Em relação à formação, quantos jogadores são chamados aos trabalhos da equipa, quantos jogadores foram chamados à pré epoca e tiveram oportunidade de se mostrar?
Vamos à prospeção estámos a ter a capacidade de ir buscar jovens talentos a outras ligas, à muito que tinhámos perdido essa capacidade.
Vamos às contratações, temos melhor que Franco Israel na formação (e eu até gosto do Diego Callai), que St. Juste, que Trincão, que Moritta, quais os jogadores da formação que substituia por esses?
É verdade que BDC acabou com a partilha de passes, construiu o Pavilhão, fez o contrato com a NOS.
É verdade que BDC acabou com a equipa B, desinvestiu na formação, e sim a atual direção falhou em muitas contratações, mas Abel Ruiz, aí Abel Ruiz, contratou Jorge Jesus, desinvestiu na manutenção do estádio de Alvalade e da Academia.
E se não foi o cabecilha no mínimo facilitou a invasão a Alcochete, o que para mim dá no mesmo, e no país em que as escutas não foram aceites como meio de prova no apito dourado, não me venham com a treta que é inocente porque não foi provado em tribunal.
De RCL a 28.07.2022 às 19:06
Fulvio Amaral
100% de acordo, Alcochete foi um rombo nas Finanças do Sporting; nunca será contabilizado mas calculo em algumas centenas de milhares de euros. Um trabalho de anos, de vários profissionais , deitado pela janela.
Esta Direção vai ficar na História por ter levantado o clube, já não foi pouco mas ainda brindou/nos com 1 campeonato e 2 taças da Liga.
O Sporting voltou a estar na luta, voltou a contar e os nossos adversários olham para o clube com outros olhos, o bandido já não diz :” preocupem-se com o Benfica que no Sporting lixam- se uns aos outros”.
Não voltarão esses profetas da desgraça , o Sporting regressou aos bons velhos tempos
SL
100% de acordo, Alcochete foi um rombo nas Finanças do Sporting; nunca será contabilizado mas calculo em algumas centenas de milhares de euros. Um trabalho de anos, de vários profissionais , deitado pela janela.
Esta Direção vai ficar na História por ter levantado o clube, já não foi pouco mas ainda brindou/nos com 1 campeonato e 2 taças da Liga.
O Sporting voltou a estar na luta, voltou a contar e os nossos adversários olham para o clube com outros olhos, o bandido já não diz :” preocupem-se com o Benfica que no Sporting lixam- se uns aos outros”.
Não voltarão esses profetas da desgraça , o Sporting regressou aos bons velhos tempos
SL
De RCL a 28.07.2022 às 21:03
Sim, milhoes, claro; quanto valeria Rui Patrício, Gelson, William de Carvalho, Rafael Leão só para falar destes.
Rafael Leão vale hoje a volta de 80ML€
O rombo não foi maior porque Bruno Fernandes manteve a palavra : voltava ao Sporting se BdC fosse à vida . Teve uma oferta de 5Ml€ do orelhas que recusou.
SL
Rafael Leão vale hoje a volta de 80ML€
O rombo não foi maior porque Bruno Fernandes manteve a palavra : voltava ao Sporting se BdC fosse à vida . Teve uma oferta de 5Ml€ do orelhas que recusou.
SL
De Leão do Norte a 28.07.2022 às 18:24
Catalogar a formação, positiva ou negativamente, de forma "transversal", com base num determinado momento ou num estreito segmento de aproveitamento, é muito redutor.
Já muito foi escrito em anteriores comentários, com diversas opiniões que concordo, mas há aspectos que devemos salientar.
Dário Essugo, Rodrigo Ribeiro e Mateus Fernandes, a par com Gonçalo Inácio, também devem ser rotulados como exemplos, no plantel principal, da "aposta na formação".
A chamada "aposta na formação" não pode ser avaliada apenas pelo número de jogadores que ficam no plantel principal. As diversas oportunidades que os jovens da formação dispõe, quer na pré-época, quer ao longo da época, para participarem nos trabalhos e nos estágios do plantel principal são, a meu ver, mais indicativos dessa aposta. E Rúben Amorim tem permanentemente chamado diversos jovens a essa realidade. Pior seria se o treinador não lhes proporcionasse a oportunidade para demonstrarem o seu valor. Com certeza que a posterior subida, de forma permanente, ao plantel principal depende da sua qualidade. É óbvio que se mostrarem qualidade, Rúben Amorim e o Sporting não os vão deixar sair a "custo zero".
O aparecimento de talentos tem algo de conjuntural e até ocasional. É notório que nas gerações sub-19 recentes não abundou o talento que neste momento parece existir na equipa sub-17 e até sub-15. Porventura se tivermos esta discussão dentro de 2 ou 3 anos poderemos estar a falar de uma taxa de aproveitamento bem diferente.
Os jogadores não demonstrando a qualidade suficiente para pertencerem ao plantel principal não podem ser nele "enxertados" à força e a opção por cedê-los com partilha, em partes iguais, do passe também tem vantagens face ao simples empréstimo. Permite libertar o custo do salário, aumenta o rol de equipas disponíveis para os receber (e até a motivação para lhes dar "palco") e o Sporting mantém ainda algum controlo sobre o futuro desportivo do jogador caso ele evolua favoravelmente.
A avaliação da "aposta na formação" encerra tantas variáveis (qualidade, oportunidade, estratégia, sustentabilidade) que é injusto avaliá-la de forma parcelar.
Já muito foi escrito em anteriores comentários, com diversas opiniões que concordo, mas há aspectos que devemos salientar.
Dário Essugo, Rodrigo Ribeiro e Mateus Fernandes, a par com Gonçalo Inácio, também devem ser rotulados como exemplos, no plantel principal, da "aposta na formação".
A chamada "aposta na formação" não pode ser avaliada apenas pelo número de jogadores que ficam no plantel principal. As diversas oportunidades que os jovens da formação dispõe, quer na pré-época, quer ao longo da época, para participarem nos trabalhos e nos estágios do plantel principal são, a meu ver, mais indicativos dessa aposta. E Rúben Amorim tem permanentemente chamado diversos jovens a essa realidade. Pior seria se o treinador não lhes proporcionasse a oportunidade para demonstrarem o seu valor. Com certeza que a posterior subida, de forma permanente, ao plantel principal depende da sua qualidade. É óbvio que se mostrarem qualidade, Rúben Amorim e o Sporting não os vão deixar sair a "custo zero".
O aparecimento de talentos tem algo de conjuntural e até ocasional. É notório que nas gerações sub-19 recentes não abundou o talento que neste momento parece existir na equipa sub-17 e até sub-15. Porventura se tivermos esta discussão dentro de 2 ou 3 anos poderemos estar a falar de uma taxa de aproveitamento bem diferente.
Os jogadores não demonstrando a qualidade suficiente para pertencerem ao plantel principal não podem ser nele "enxertados" à força e a opção por cedê-los com partilha, em partes iguais, do passe também tem vantagens face ao simples empréstimo. Permite libertar o custo do salário, aumenta o rol de equipas disponíveis para os receber (e até a motivação para lhes dar "palco") e o Sporting mantém ainda algum controlo sobre o futuro desportivo do jogador caso ele evolua favoravelmente.
A avaliação da "aposta na formação" encerra tantas variáveis (qualidade, oportunidade, estratégia, sustentabilidade) que é injusto avaliá-la de forma parcelar.
De Rui Gomes a 28.07.2022 às 18:29
Muito bem caro Leão do Norte. Na realidade, um autêntico post para rever.
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